Mercados Futuros – 01/08/07
1 de agosto de 2007
Pouco boi dificulta negociações e preços seguem firmes
3 de agosto de 2007

Nova semana de alta, indicador Esalq/BM&F boi gordo é recorde

Com falta de boi gordo boi gordo para completar as escalas de abate o mercado tem nova semana de altas em todo o Brasil. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 63,31/@, alta de 2,08% em relação a quarta-feira passada. De acordo com o Cepea este é o maior valor nominal da história do Indicador. Na BM&F os vencimentos de curto prazo tiveram variação positiva, com agosto/07 fechando a R$ 63,84/@, alta de R$ 0,35 durante a semana. O que chama atenção é o grande número de contratos negociados.

Com falta de boi gordo boi gordo para completar as escalas de abate o mercado tem nova semana de altas em todo o Brasil. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 63,31/@, alta de 2,08% em relação a quarta-feira passada. De acordo com o Cepea este é o maior valor nominal da história do Indicador iniciada em março de 1994. Com a alta de 1,14% do dólar durante a arroba boi gordo em dólares foi cotada a US$ 33,59 (+ 0,93%).

O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista sofreu forte valorização durante essa semana (+ R$ 6,54), o indicador foi cotado a R$ 446,06/cabeça, continuando a bater recordes de preços altos. A relação de troca se manteve em 1:2,34.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista desde 01/03/2006


Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista e relação de troca


Na BM&F os vencimentos de curto prazo tiveram variação positiva, com agosto/07 fechando a R$ 63,84/@, alta de R$ 0,35 durante a semana. O que chama atenção é o grande número de contratos negociados, o mercado futuro e de opções da BM&F negociou 279.251 contratos de boi gordo no primeiro semestre de 2007. O crescimento foi de 151,13% em relação ao mesmo período de 2006. Em julho, até dia 25, foram negociados 47.336 contratos. Nesse mesmo dia o boi gordo quebrou outro recorde:52.665 contratos em aberto, ou 1,05milhão de cabeças. Esse crescimento da liquidez ao mercado. Isso mostra que o mercado está cada vez mais interessado em ferramentas de redução de risco e garantia de preços.

No mercado físico do boi gordo, mais uma semana semana de alta. O preços da arroba continuam firmes graças a pouca oferta de animais para abate. Esta situação está forçando os frigoríficos aumentarem as ordens de compras para completar escalas, foram registradas altas nas cotações de 22 praças pelo país.

Informantes de mercado do BeefPoint reportam que muitos frigoríficos diminuiram as matanças, diminuindo os abates diários, trabalhando em dias alternados e até mesmo anunciando férias coletivas, na tentativa de contornar a situação e evitar forte alta nos preços do boi gordo.

A oferta reduzida de animais aos frigoríficos teve início no Rio Grande do Sul e já se estende por todo Brasil. Os frigoríficos gaúchos já aconteceram negócios na faixa de R$ 5,20/kg de carcaça (equivalente a R$ 78,00/@), quando a mesma época de 2006 o valor era de R$ 3,50, que em arroba seria correspondente a R$ 52,5/@, como noticiado pelo BeefPoint em “Indústria gaúcha paga mais caro pela carcaça“.

Sem conseguir comprar boi gordo os frigoríficos vêm recorrendo ao abate de fêmeas para evitar a ociosidade das indústrias. Causando valorização nos preços ofertados aos produtores, conforme analisado no artigo, Vaca gorda: pouca oferta mantém preços altos.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 25/07/2007



Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

No atacado da carne bovina a expectativa é de alta nos preços do atacado neste início do mês de agosto. Nesta semana alta de R$ 0,10 nas cotações do traseiro (R$ 5,00) e ponta de agulha (R$ 2,70), o dianteiro teve alta de R$ 0,20, sendo cotado a R$ 3,00, ficando o equivalente físico em R$ 58,82/@. A diferença (spread), entre indicador de boi gordo e equivalente físico é de R$ 4,50/@, redução de 15,03% em relação ao dia 25 (uma semana). A média do spread em 2007 é de R$ 5,72.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico


A greve dos fiscais federais anunciada na semana passada continua. Durante essa semana 30% do efetivo da categoria continua desenvolvendo as atividades normalmente, mas segundo os grevistas os trabalhos só voltarão ao normal caso o governo aceite as reivindicações da categoria. No Mato Grosso, segundo presidente do Sindicato dos Frigoríficos (Sindifrigo), Luiz Antônio Freitas, os frigoríficos têm prejuízo diário de R$ 14 milhões com a paralisação. Em Santa Catarina a indústria já pensa em paralisar os abates.

Enquanto os irlandeses continuam protestando contra a carne brasileira, o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Afonso Kroetz, voltou da Rússia com um documento com orientações sobre os procedimentos para o controle sanitário das carnes exportadas. O acordo prevê a criação de um grupo de trabalho que será integrado por especialistas veterinários dos dois países. Os russos solicitaram que o governo brasileiro adote medidas mais rigorosas no controle sanitário das carnes embarcadas e pediram também para que sejam intensificadas ações para combater o comércio irregular, utilizando documentos mais seguros contra eventuais fraudes.

Na semana passada entrou em vigor a Instrução Normativa que implanta o novo modelo de GTA. As novas guias são confeccionadas em papel moeda e possuem um fundo ultravioleta, para garantir a segurança do documento. Entretanto, o atraso na entrega dos novos formulários causou transtornos em vários estados.

Um relatório preliminar da União Européia (EU) sobre as condições sanitárias verificadas em missão há quatro meses está em posse das autoridades brasileiras para que todas as exigências sejam cumpridas até o final do ano. De maneira geral os aspectos são favoráveis aos processos e procedimentos realizados pelo Brasil. Mas há ressalvas importantes em alguns detalhes que devem ter atenção especial.

André Camargo, Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Marcos Francisco Peres disse:

    As constantes altas no preço do boi devem-se a pouca oferta de gado pronto, dimiuindo as escalas de abate dos frigoríficos e forçando a alta dos preços. Espero que nesse ano os pecuaristas sejam mais inteligentes e não cometam o mesmo erro do ano passado. Refiro-me aos contratos de boi a termo. Com eles os frigoríficos alongam as suas escalas e derrubam o preço. O que parece um bom negócio a princípio, pois garante um bom preço a parte da boiada, torna-se desastroso a médio prazo, haja vista o que ocorreu em novembro passado quando o preço da arroba caiu quase 10 reais, começando a recuperar somente no começo de julho.

    Portanto, de que adianta vender “bem” 1 vez e penar com preços baixos boa parte do ano.

    Acordem, com esses contratos estamos dando um tiro no pé. O mercado é um jogo em que o frigorífico está do outro lado e ele não entra para perder.

  2. Marcio Trajano Borges Telles disse:

    Tenho visto muito se falar em preço recorde do boi, na realidade temos que mudar nossos parâmetros visto que o dólar não serve mais, por enquanto, visto que a moeda americana está desvalorizada mundialmente.

    Hoje temos que levar em conta outros parâmetros como o Kg de carne, o salário mínimo entre outros e aí teremos uma constatação muito simples toda esta alta nos preços da reposição e do boi, nada mais é do que um simples reajuste e pelos meus cálculos ainda não atingimos o valor ideal e sei que muitos economistas, analistas entre outros especialistas vão concordar comigo. Até sugiro que por enquanto esta comparação seja deixada de lado e nos informem sobre outros comparativos senão fica parecendo que estamos vivendo um momento estupendo e não é esta a realidade ainda, espero que isto aconteça até como uma forma de recuperarmos este tempo anterior que pagamos para trabalhar.

    Peço aos entendidos no assunto que criem outro comparativo e nos enviem.

    Abraços e obrigado pela oportunidade