Uma nova tecnologia desenvolvida pela empresa Ceptis Agro e testada com a Rede ILPF (Integração Lavoura, Pecuária e Floresta) vai ser capaz de verificar de forma contínua os níveis de sustentabilidade das propriedades rurais do Brasil a partir de critérios sociais, econômicos e ambientais. A ferramenta, batizada de TrustScore, será apresentada na semana que vem durante um evento do PNUMA, Programa da Organização Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente.
Já testada em uma fazenda modelo em Goiás e disponível para o mercado, a tecnologia surge como recurso para medir e estimular a produção sustentável no país. “É uma tecnologia disruptiva. É a primeira vez que a sustentabilidade é mensurada em larga escala no campo brasileiro, de maneira ampla e objetiva”, afirma José Pugas, um dos desenvolvedores do sistema e sócio da Ceptis Agro.
Segundo Pugas, o monitoramento pode evitar prejuízos à imagem do Brasil, principalmente no contexto de aumento das críticas internacionais ao agronegócio brasileiro após a publicação do estudo na revista “Science” que aponta rastros de desmatamento ilegal ligados à exportação de soja e carne bovina.
O CEO da Ceptis Agro, Roberto Miyano, diz que a tecnologia torna a sustentabilidade no campo mais prática. “Quando a propriedade mede seus parâmetros com o TrustScore, ganham-se informações poderosas para ações e planos mais efetivos de sustentabilidade”, explica. Ele diz que a tecnologia é diferente das certificações convencionais, pois “engloba o desenvolvimento e a governança com ações que medem a aderência dos produtores ao Protocolo ILFP, através do monitoramento contínuo das fazendas”.
No sistema ILPF, a pontuação vai de 0 a 100. São 124 critérios avaliados, como a redução da emissão de carbono, o manejo adequado das florestas e o não desmatamento. Há também diversos itens econômicos e sociais verificados, como o respeito aos direitos trabalhistas e o uso ou não de trabalho infantil ou análogo ao de escravo nas fazendas.
O plano é que o TrustScore, futuramente, seja customizado também para propriedades de diversos tamanhos e de diferentes tipos de produção agropecuária, não só no sistema de integração. Miyano diz que normas de sustentabilidade poderão ser adaptadas à ferramenta em pequenas, médias e grandes propriedades.
Fonte: Valor Econômico.