Mandioca: uma alternativa como recurso forrageiro
6 de setembro de 2002
EUA: Aumento nas exportações de cortes tradicionais de carne bovina
10 de setembro de 2002

Nova Zelândia agrega valor à carne bovina de baixa qualidade

No próximo ano fiscal, estima-se que cerca de 59% da produção de carne bovina da Nova Zelândia será oriunda de propriedades leiteiras. Esta estimativa é maior do que os 50% de 1995 e deverá chegar a 65% em 2003.

A busca do aumento dos retornos das propriedades leiteiras para sua produção de carne bovina é, então, uma das mais importantes metas da Meat New Zealand, de acordo com o gerente geral de pesquisa e desenvolvimento da entidade, Neil Clarke.

Devido ao fato de que pouca carne derivada do abate de vacas leiteiras possa ser utilizada como cortes tradicionais e de alto valor, um componente chave do investimento de pesquisa em desenvolvimento da Meat New Zeland é justamente encontrar formas de se agregar valor à carne bovina que é classificada como de baixa qualidade pela maioria dos consumidores.

Algumas carnes bovinas oriundas de vacas leiteiras têm alto pH, o que traz várias desvantagens, segundo Clarke. “A carne tem uma coloração escura, menos sabor, não se mantém bem resfriada e produz um demorado douramento durante seu cozimento. Entretanto, ela tem uma alta capacidade de retenção de água, o que resulta em menor junção de água e menos umidade durante o cozimento”.

Segundo Clarke, estas qualidades tornam a carne bovina oriunda de vacas leiteiras adaptadas para o uso na fabricação de hambúrgueres e refeições preparadas, que estão se tornando cada vez mais populares ente os consumidores neozelandeses atualmente, uma vez que muitos deles não têm tempo ou não planejam cozinhar carnes para as refeições.

A Meat New Zealand, inclusive, contratou a AgResearch para pesquisar a possibilidade de transformar outros cortes de carne bovina de baixo valor em produtos com alto valor agregado. “Eles descobriram que os músculos de novilhas e novilhos podem ser processados em produtos como carne bovina conservada, carne empanada, bifes marinados, carne assada no forno, carne bovina grelhada e carne defumada”.

O projeto financiado pelo Meat New Zealand de criação de bezerros e produção de carne bovina a partir de vacas leiteiras pretende transferir os dados aos pagadores de impostos. “O projeto inicial de criação de bezerros está agora envolvido com o projeto de produção de carne bovina a partir de rebanhos leiteiros, com os dados de nutrição e saúde dos animais sendo transferidos de volta aos produtores de leite a fim de ajudar no aprimoramento dos sistemas de produção de carne bovina com vacas de leite”.

O conhecimento da genética destes animais utilizados para a produção de carne também está sendo aprimorado, embora de forma lenta, segundo o coordenador de genética de carne bovina do Meat New Zealand, Russell Priest.

“A indústria está tão voltada à produção de leite, de forma que as outras coisas tendem a ficar como segundo plano. Entretanto, certamente dinheiro poderá ser feito através da melhoria da genética dos animais leiteiros destinados à produção de carne, mas é necessário que isso seja feito de forma apropriada. Uma das nossas metas é tentar melhorar o padrão genético dessas carnes, mas isso está apenas no início”, disse Priest.

Uma área que poderá ser rentável à produção de carne bovina e que está relativamente pequena no momento está relacionada com subprodutos destinados à saúde e nutrição humana. Entretanto, Clarke disse que a expectativa é de crescimento nesta área.

“A previsão é que, futuramente, estes produtos derivados dos animais que não são carnes serão mais valiosos do que a própria carne. Pesquisas nesta área estão focadas no entendimento de elementos únicos que combinem a produção de carne bovina com a habilidade de extrair dos animais produtos não-cárnicos. As propriedades leiteiras serão uma das maiores beneficiadas do sucesso desta pesquisa”.

Fonte: MeatNews.com, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.