Um dos principais mercados de exportação de carne bovina da Nova Zelândia, o Japão, está adotando estritas medidas de rastreabilidade após o medo surgido devido à doença da “vaca louca” – encefalopatia espongiforme bovina (EEB). Sendo assim, o sistema de identificação eletrônica neozelandês está sendo impulsionado pelo Meat New Zealand, como um próximo passo para proteger suas exportações.
O Japão, que no ano passado importou 13,5 mil toneladas de carne bovina neozelandesa no valor de NZ$ 86 milhões (US$ 51,16 milhões) está extremamente sensível a qualquer sinal de “vaca louca”. Há dois anos, quando o primeiro caso da doença surgiu no país asiático, os consumidores japoneses reduziram drasticamente o consumo de carne bovina.
“É desnecessário dizer que a indústria de carne bovina sofreu conseqüências sem precedentes”, disse o presidente da Associação de Serf Service do Japão, Tokutaro Masui, durante a Conferência de Varejistas Asiáticos, ocorrida na semana passada. “Algumas empresas entraram em falência, mudaram sua ocupação e interromperam seus negócios”.
Até agora, sete bovinos já foram registrados com EEB no Japão desde 2001 e a lei do país agora exige que cada localização onde se cria animais tenha um número de identificação de 10 dígitos que será exibido nos rótulos da carne bovina nos supermercados. Informações sobre a história do animal podem ser obtidas através deste número de identificação. Esta medida deu um incentivo importante às vendas de carne bovina do país, onde 80% das donas de casa entrevistadas no ano passado ainda se mostraram preocupadas com a segurança da carne bovina. Cerca de 75% dos que participaram desta entrevista citaram a EEB.
O novo sistema de rastreabilidade, disse Masui, “é a chave para a recuperação da confiança do público. O sistema de rastreabilidade pode fornecer aos consumidores informações precisas rapidamente, o que é um símbolo da segurança”.
O representante da Autoridade de Segurança Alimentar da Nova Zelândia, Neil McLeod, disse que o país tem uma relação “relativamente madura” com o Japão. Masui concorda dizendo que a reputação de produto “limpo e verde” da Nova Zelândia conforta os consumidores japoneses.
Os sistemas de rastreabilidade neozelandês podem rastrear um grupo de cerca de 200 animais dentro de horas. Algumas plantas processadoras também estão guardando amostras de DNA de cada animal por até dois anos.
O representante do Meat New Zealand, Neil Clarke, disse que apóia totalmente qualquer proposta que adote sistemas de identificação eletrônica, que poderia seguir as carcaças às plantas processadoras e rastreá-las. “Esta é uma oportunidade de revolucionar a forma como nós fazemos nossas exportações”.
A executiva de desenvolvimento de mercados da entidade, Rebecca McGinley, disse que a chave para se aumentar o valor das exportações ao Japão está na maximização dos retornos. Parte disso ocorrerá convencendo os consumidores japoneses de que a carne bovina neozelandesa, oriunda de animais criados a pasto, é melhor do que a carne do Canadá e dos EUA, de animais alimentados com grãos.
O valor das exportações de carne bovina e de vitelo da Nova Zelândia aumentou 55% nos últimos cinco anos, como pode ser observado na tabela abaixo: