Nova Zelândia exportou mais carne bovina aos EUA que Austrália, no 1T13

A extensão das condições de seca em grande parte da Nova Zelândia refletiu-se nas estatísticas de exportações do primeiro trimestre, que mostraram que, pela primeira vez na história, a Nova Zelândia excedeu a Austrália em toneladas de carne bovina processada enviada aos Estados Unidos. De acordo com dados da Alfândega dos Estados Unidos, até 18 de março, as importações dos Estados Unidos de carne bovina congelada/resfriada estão atualmente cerca de 2,6% acima dos níveis anteriores.

De acordo com o analista, Len Steiner, no Daily Livestock Report, embora os dados gerais de importação não estejam muito diferentes do ano passado, as dinâmicas de importações de vários países estão dramaticamente diferentes.

Um fornecedor que aumentou substancialmente suas exportações de carne bovina aos Estados Unidos nos últimos dois meses foi a Nova Zelândia, com as vendas aumentando até 43% no primeiro trimestre com relação ao ano anterior. Pela primeira vez, a Nova Zelândia foi o maior exportador de carne bovina aos Estados Unidos.

A Nova Zelândia nos últimos anos aumentou de forma significante o tamanho de sua indústria de carne bovina e é atualmente o maior exportador global de produtos lácteos. O crescimento da indústria também forneceu uma oferta estável de carne bovina processada, na forma de novilhas leiteiras e vacas abatidas.

Em fevereiro e nas duas primeiras semanas de março, os abates totais de gado na Nova Zelândia foram em média 52% maiores que no ano anterior e isso antes dos abates normais da estação começarem no final de abril e maio, disse o Dairy Livestock Report. O problema maior é a seca. Desde o começo do ano, o país vem passando por uma das piores secas em mais de trinta anos, levando à escassez de água e secando os pastos.

O aumento dos abates de bovinos na Nova Zelândia provavelmente levarão a uma maior venda de carne bovina aos Estados Unidos em abril e maio, sugeriu Steiner.

Observando outros importantes fornecedores de carne bovina aos Estados Unidos, percebe-se que as importações de carne bovina vinda do Canadá caíram 29% no primeiro trimestre com relação ao ano anterior. Grande parte da carne bovina importada do Canadá era de novilhos e novilhas engordados em confinamentos. Menores rebanhos em confinamentos no Canadá, o forte dólar canadense e um aumento nos envios de gado gordo aos Estados Unidos limitaram a quantidade de carne bovina chegando aos Estados Unidos no primeiro trimestre.

As importações de carne bovina pelos Estados Unidos da Austrália estão no mesmo nível do ano anterior, mesmo com os abates australianos tendo aumentado bastante nas últimas semanas. Os abates semanais de gado na Austrália em fevereiro e meio de março ficaram em média em cerca de 15,5% acima dos níveis do ano anterior, mas até agora, isso não se traduziu em um grande aumento nas exportações ao mercado dos Estados Unidos.

A previsão do Daily Livestock Report é que as exportações australianas no mês de março aos Estados Unidos provavelmente serão cerca de 30% menores do que eram no ano anterior. Os Estados Unidos representam 20% ou menos de todas as exportações australianas. Mais recentemente, a China surgiu como um importante destino para a carne bovina australiana. Os preços da carne bovina na China aumentaram bastante nos últimos 18 meses e os compradores chineses se tornaram cada vez mais ativos em uma série de mercados. Em fevereiro, a China foi o terceiro maior mercado para a carne bovina australiana e também comprou duas vezes a quantidade de carne bovina do Uruguai que a Rússia.

As exportações australianas aos Estados Unidos nesse ano dependerão em grande parte de quais outros mercados estão dispostos a pagar e, até agora, a China tem se mostrado disposta a limpar a oferta adicional. A China poderá comprar cerca de 50.000 toneladas de carne bovina australiana no ano fiscal de 2012-13.

A reportagem é do Beefcentral.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.