O abate clandestino representa um dos mais preocupantes fatores de risco à saúde pública, pela exposição a agentes infecciosos e parasitários, como aqueles que são transmitidos ao homem pelos animais, pela ingestão de alimentos de qualidade sanitária suspeita e pela contaminação do meio ambiente. Também representa um grande desafio para as autoridades sanitárias porque impede o controle sanitário e a rastreabilidade da carne, tanto na ausência de exame adequado das carcaças, quanto pela inobservância de normas e procedimentos sanitários durante a manipulação do animal, que ofende a legislação e o direito do consumidor.
O abate clandestino representa um dos mais preocupantes fatores de risco à saúde pública, pela exposição a agentes infecciosos e parasitários, como aqueles que são transmitidos ao homem pelos animais, pela ingestão de alimentos de qualidade sanitária suspeita e pela contaminação do meio ambiente. Também representa um grande desafio para as autoridades sanitárias porque impede o controle sanitário e a rastreabilidade da carne, tanto na ausência de exame adequado das carcaças, quanto pela inobservância de normas e procedimentos sanitários durante a manipulação do animal, que ofende a legislação e o direito do consumidor. Trata-se de um crime contra os consumidores que precisa ser coibido com veemência pelos poderes públicos.
As doenças transmitidas por alimentos são responsáveis por significativos gastos públicos no Sistema Único de Saúde – SUS. A atuação do Serviço de Inspeção assume um papel importante na qualidade da saúde dos consumidores, seja através do combate a produção e comercialização de alimentos de origem clandestinos, como pelo aumento da oferta de produtos inspecionados pelas fiscalizações higiênico-sanitários.
Os abates nos frigoríficos baianos oficiais aumentaram, assegurando a qualidade das carnes comercializadas ao consumidor e a segurança alimentar. O Serviço de Inspeção, em 2007, registrou o abate de 565 mil bovinos, um acréscimo de 20% em relação a 2006 e a condenação de 567 mil vísceras e órgãos nos matadouros frigoríficos fiscalizados. Bons resultados que revelam o sucesso contra o abate clandestino, aquele sem inspeção oficial.
As adequações das instalações dos matadouros frigoríficos registrados e a inauguração de três novas indústrias nas cidades de Santa Maria da Vitória, Serrinha e Amargosa ajudaram neste esforço. Em 1996, a Bahia possuía oito matadouros frigoríficos, hoje são vinte e quatro com inspeção federal ou estadual.
Foi fundamental para o êxito dessas ações, a Portaria 304/96, do Ministério da Agricultura, em vigor há 12 anos, que regulamenta o abate, o transporte e a comercialização de carnes, centenas de reuniões com prefeitos, promotores, açougueiros, donas de casa, estudantes, produtores rurais foram realizadas, além de campanhas educativas. Contribuímos com orientações técnicas, propomos novos arranjos produtivos e soluções conciliadoras, afinal, entendemos que aspectos culturais e econômicos estão envolvidos, diante da urgência em transformar a realidade dos abates na Bahia. Intensificaram-se as fiscalizações, apreenderam-se carnes fora dos padrões, novos pólos regionais foram criados, cresceu a oferta de carne com qualidade, melhoramos a saúde de nosso povo, mas precisamos avançar. Porque, há os que insistem em promover os abates clandestinos.
O papel dos municípios, através da vigilância sanitária é fundamental no combate ao comércio ilegal, na educação ambiental e do consumidor. Infelizmente, algumas prefeituras e produtores deram pouca importância a esta prática criminosa que agride a dignidade humana e desrespeita os consumidores.
A Bahia possui um rebanho de 12 milhões de bovinos, o maior do norte-nordeste, livre de aftosa com vacinação há 12 anos, com produção de carne bovina de 1,2 milhões de carcaças/ano, 24 indústrias frigoríficas registradas, mas nenhuma habilitada para exportação. A instalação de novas empresas gera milhares de novos empregos diretos e indiretos nos municípios, melhora a arrecadação dos impostos e diminui os danos ambientais. Com isto, asseguram-se a inocuidade dos alimentos, a segurança dos produtos e a melhoria da saúde pública, diante do menor impacto e demandas nos serviços de saúde.
O Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria da Agricultura, promoverá a construção de novos Matadouros-Frigoríficos. Outras novas indústrias estão sendo instaladas nos municípios de Alagoinhas, Itororó, Poções, Brumado, Jussara, Pintadas, Ipirá, Itabuna e Cipó.
Hoje estão garantidas as condições necessárias para a Bahia atrair novos investimentos. A cooperação técnica entre os diversos órgãos, a segurança jurídica e institucional permitiram os ganhos alcançados. A parceria com o Ministério Público possibilitou a realização de diagnósticos do abate em 210 municípios; resultaram na interdição de 99 matadouros e locais de abates clandestinos somente em 2007, além da elaboração de filmes didáticos, cartilhas e impressos, que hoje são solicitados e distribuídos em todo o Brasil.
A indústria de carnes crescerá significativamente e novas tendências afetarão o mercado agropecuário: a globalização, o progresso científico e a presença do consumidor mais exigente; as restrições impostas à carne brasileira pela União Européia é um exemplo deste novo comportamento.
É preciso uma maior articulação da cadeia produtiva da carne para o seu desenvolvimento, que busque a regionalização de matadouros-frigoríficos e o aumento do parque industrial, inclusive, visando à exportação. Construir matadouros indiscriminada, e aleatoriamente, em cada município, demonstram se inviáveis do ponto de vista econômico, sanitário e ambiental.
Neste contexto, são inegáveis os avanços e a importância dos veterinários que buscam os mais elevados padrões e procedimentos nos estabelecimentos industriais. Tais medidas devem promover o desenvolvimento rural sustentável, a saúde pública e a inclusão social. Os programas de segurança alimentar e defesa agropecuária no estado dinamiza a economia do estado. Só assim, ficaremos livres do abate clandestino, livre de doenças, mas com carne saudável na terra de todos nós, sobretudo, consumidores.
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Artigo muito bem elaborado pelo Dr. Willadesmon, em poucas palavras consegue descrever a situação do abate de bovinos na Bahia, mostrando que só há uma direção a seguir, ou seja, o caminho da legalidade e qualidade. Com isso todos vão ganhar desde o produtor, a indústria e principalmente o consumidor final.
Parabéns Dr. Silva,
Conheço a realidade do vosso estado.
Porém a monopolização desta ação não pode excluir pessoas da cadeia produtiva que pode primeiramente solucionar o problema de saúde publica e aumentar problemas sociais!
Prezado Breno Augusto de Oliveira,
Grato pelas palavras, o Programa de Regionalização contempla ações em todos os elos da cadeia produtiva. O pequeno produtor, os magarefes, açougueiros são estimulados ao associativismo, perdem seus empregos informais e precários, é verdade, mas conquistam direitos trabalhistas e proteção social, a maioria são contratados pelos Matadouros Frigoríficos outros estão investindo em sua própria empresa, como no caso, do Matadouro de Santa Maria da Vitória. Para reduzir, eventual, concentração e monopólio que inexiste atualmente, o Governo do Estado, investirá R$ 20 milhões na construção de Matadouros em municípios estratégicamente e tecnicamente definidos até 2010.
Muito necessario a fiscalização antes, durante e apos os abates de Bovinos, Ovinos, Caprinos, Suinos, etc. So que a realidade de campo é oposta e falta muita vontade Politica para resolver o problema. Aqui no meu Municipio o Matadouro Municipal foi interditado pela ADAB/Poder Judicial/Ministerio Publico so que o abate clandestino cotinua e me parece que aumentou mais, uma coisa é a visão dentro dos cabinetes oficiais outra coisa é a realidade no campo.
O que falta é muita vontade, que se envolva Policias Civil e Militar, Poder Judicial so asim diminuira o roubo de animais e o abate clandestino altamente criminoso, talvez um dia agente assista o fim desta vergonha sanitaria, que não so acontece aqui no meu municipio é na Bahia toda.
O abate nos municipios é problema muito complexo e devia ser Programa de Governo e não so vontade de diretor de agencia de defesa sanitaria. Não olhemos so para o abate de Bovinos, Caprinos, Ovinos e Suinos vamos voltar as atenções para os famosos abatedouros de Aves que encontramos em cada esquina de nossas cidades.
Parabéns pelo artigo muito bem escrito.
Prezado Dr. Silva,
Bastante interessante a participação de um Órgão Oficial nessa discussão. Sugere a busca por melhores condições para o setor no Estado. Concordo com a necessidade de regulamentação do setor e gostaria de sugerir a possibilidade de criação de unidades de abate sanitário ou entrepostos para os municípios que não devem ser contemplados com investimentos da industria em unidades de abatedouros e estão distantes dos centros onde ocorre o abate certificado.
Acredito ser uma proposta social para o caso.
Gostaria de saber sobre a fonte de pesquisa para os dados de abate de bovinos, pois contrastando com o rebanho de 12 milhões, embora tenha informações não oficiais de que o rebanho pode ser de até 15 milhões, temos uma taxa de abate de cerca de 4,7%. Mesmo considerando apenas o abate oficial é um índice muito baixo, sugerindo que o abate clandestino deve está extremamente alto! Ou estamos em uma situação muito diferente de outras unidades produtivas.
Outro ponto que gostaria de destacar é que conforme apresentado, existe mais de uma viscera condenada para cada animal abatido. Esta é uma situação comum ao abate de bovinos? ou estamos diante de uma ineficiëncia no controle sanitário no setor produtivo?
Consideramos tambem que a Engenharia de Alimentos e a Zootecnia säo fortes aliados para se alcançar melhores condições produtivas e de processamento, participando diretamente de Pesquisas e da implantação das Boas Práticas Agropecuárias.
Prezado Virgilio José Pacheco de Senna,
Concordo com você quanto a complexidade do tema, infelizmente, nem todos estão conscientes e dispostos politicamente a enfrentar o problema. Há diversos atores sociais que teriam seus interesses contrariados.
A cadeia produtiva bovina é cercada de muita sonegação fiscal, dados imprecisos e pouca unidade e articulação entre os elos compostos. Daí, o desafio para que avancemos, o consumidor consciente pode despertar um novo momento.
Abraço forte.
Professor Marcio,
Acredito que vossa sugestão no paragrafo final no texto, deve atender consumidores com qualidade total e com sustentabilidade nas regiões com vocação produtiva e matéria prima adequada!
Viva o século 21 e baixo coronialismo.