Os frigoríficos estão trabalhando para seguir lucrando em um novo cenário, onde o "boi barato é coisa do passado". Para isso, atuam em outras cadeias, ampliam seu foco, comprando empresas que antes eram seus clientes. Os produtores também precisarão se adaptar a essa nova realidade, buscando mais eficiência e produtividade, e melhorando a comercialização de seus produtos.
“A Ambev possui planos ambiciosos no setor de varejo e planeja virar em breve a maior franquia de alimentos e bebidas do Brasil em número de lojas. A expansão das unidades de venda do chope Brahma tem sido vertiginosa nos últimos anos. Passou de apenas seis lojas ao final de 2003 para 310 no ano passado. A meta da Ambev é alcançar mil unidades franqueadas no médio prazo”.
Esse foi o início de uma reportagem da revista Exame sobre uma das mais bem gerenciadas empresas do Brasil. Os objetivos da empresa: maior exposição da marca, maior proximidade com o consumidor, expansão dos pontos de venda, oferta de produtos de maior valor agregado. Um detalhe, comum às ações da empresa, “não queremos atingir essa meta a qualquer custo, (…) precisamos ser lucrativos em todos os locais onde decidirmos investir”, afirma um dos executivos entrevistados pela matéria.
Mais próximo do consumidor
Assim como a Ambev, que está expandindo suas atividades em direção ao consumidor, visando crescimento e lucratividade, os frigoríficos brasileiros também seguem linha parecida, ampliando seus negócios na área de produtos processados, food-service e distribuição de alimentos, no Brasil e no exterior.
Maior vantagem = Custo baixo
O principal motivo para esse novo foco de atuação pode ser resumido pela recente afirmação do presidente do JBS-Friboi, Joesley Mendonça Batista, de que o boi barato é coisa do passado. Ou seja, a fonte de lucro do passado secou, será preciso descobrir novas fontes.
Até recentemente, a principal vantagem competitiva dos frigoríficos brasileiros era o diferencial de custo de sua principal matéria-prima, o boi gordo, com preço muito mais baixo que outros países produtores e com oferta abundante. Esse binômio “muito” boi “barato” permitiu o grande crescimento da importância do Brasil no mercado mundial. Nos últimos anos, a demanda (por carne) cresceu muito mais do que a oferta de boi, que inclusive se reduziu em 2008. Com isso, atualmente o Brasil tem preços maiores que Paraguai, Argentina, Uruguai, Austrália, chegando a valores próximos dos EUA e Europa.
Outras carnes
Além da atuação em outros elos da cadeia (processamento, distribuição, importação), outra estratégia tem sido a expansão para outras carnes, como aves e suínos, aqui e no exterior. Toda a cadeia de distribuição e venda de carne bovina (estrutura e clientes) pode ser utilizada para outras carnes, o que gera uma economia de escopo (quando é mais barato trabalhar dois produtos juntos do que separadamente).
Banco próprio
Recentemente o JBS-Friboi obteve autorização para criar seu próprio banco, visando hedge cambial e financiamento de clientes e fornecedores, o que seria um diferencial para fidelização de produtores. Num mercado com pouca oferta de gado gordo e preços em alta, oferecer uma vantagem exclusiva pode ajudar bastante.
Gado em pé
O Minerva também atua na exportação de gado em pé, no Pará. Os frigoríficos de lá reclamam da concorrência, diminuindo a competitividade dos frigoríficos locais, que atuam no mercado interno, com impostos diferenciados de quem exporta. Uma oportunidade de mercado, criticada por muitos, mas que pode trazer lucros para a empresa, no curto-médio prazos.
Veja algumas notícias publicadas sobre ações estratégicas de frigoríficos:
Marfrig expande atuação no food service
Marfrig adquire empresa britânica
Duas aquisições põem Marfrig no mercado de aves
Friboi obtém autorização para ter banco próprio
JBS visa mercado da África com a aquisição da Inalca
Minerva aposta no aumento do embarque de boi vivo
Roberto Denuzzo será CEO da Minerva Dawn Farms
Expansão
A compra, ampliação e construção de novos frigoríficos também faz parte da estratégia de consolidação dos frigoríficos. No entanto, causa um efeito indesejável, que é o aumento da concorrência por matéria prima, que hoje está escassa e com preço em alta em plena “safra”.
Nos EUA, JBS-Swift & Co., divisão do frigorífico brasileiro JBS-Friboi, tentou reduzir custos fixos aumentando um turno de abate em uma de suas principais plantas. Recentemente assumiu que esse maior volume de abate gerou um outro efeito, negativo. Mais abates levaram a maior concorrência por gado gordo e consequentemente maiores preços, reduzindo (ou anulando) os ganhos com a diluição de custos fixos.
E os produtores?
Quem atua com cria ou ciclo completo (cria-recria-engorda) tende a comemorar os melhores preços de reposição e gado gordo. No entanto, quem atua apenas na recria e engorda pode enfrentar períodos de margens mais apertadas daqui para frente, com aumento dos custos de insumos e animais para reposição. Em 2006, o BeefPoint publicou um artigo sobre o sistema de produção de carne da África do Sul, com dados daquele país, mostrando que naquela época, o custo da arroba engordada em confinamento era de R$ 56,00, mas o custo final do boi gordo era de R$ 88,00/@. Lá, o bezerro valia o equivalente a R$ 900,00.
Hoje, os preços do bezerro e garrote subiram muito, mas os preços do boi gordo seguem acompanhando essas altas, levando a uma relação de troca mais apertada, mas a uma margem bruta na reposição ainda interessante para o invernista. O crescimento do confinamento e o encurtamento da recria são sinais claros de que os preços da reposição demandam maior giro e produtividade.
Novo paradigma
Os frigoríficos estão trabalhando para seguir lucrando em um novo cenário, onde o “boi barato é coisa do passado”. Para isso, atuam em outras cadeias, ampliam seu foco, comprando empresas que antes eram seus clientes. Os produtores também precisarão se adaptar a essa nova realidade, buscando mais eficiência e produtividade, e melhorando a comercialização de seus produtos.
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Miguel, hace unos días leía un paper austrliano, donde se plantean el nuevo escenario que enfrenta la lechería australiana y la neocelandesa: la pérdida de su factor de competitividad, la leche barata; decía “hoy la leche en Australia, es más cara que en USA”. Hoy me encuentro con este artículo, que se plantea desde la producción de carne, la misma situación para Brasil. Una evidencia más, que Brasil está alcanzando el liderazgo mundial en la producción y comercialización de carnes, no solo por el volumen de su producción, sino por la fortaleza que tiene el complejo cárnico en ese país. Esa fortaleza tambien se verifica en el periodismo especializado -como es el caso de Beefpoint- y tal vez -no estoy tan seguro- en su sistema académico.
Felicitaciones por el artículo y por la página web.
Prezado Miguel,
Parabéns pelo seu artigo que define claramente o perfil atual da pecuária, o que está acontecendo e/ou irá acontecer com os frigoríficos e com os pecuaristas.
Parabéns Miguel Cavalcanti.
A máxima de que “boi barato é coisa do passado” pode trazer mais tranquilidade ao produtor que faz os seus negócios visando somente o presente, sem conseguir visualizar o mercado futuro da carne no mundo, e principalmente no Brasil.
O trabalho de tua equipe vem ajudando e muito o produtor bem informado a ter uma visão crítica do seu negócio.
Fico me perguntando…
Qual é o novo paradigma do produtor de carne bovina brasileiro?
Os frigoríficos buscam maneiras de agregar valor ao seu produto final. Que caminhos teremos para a frente?
Acho este assunto um bom fórum de discussão.
Abraços,
O ano de 2008 cada vez mais firma-se como o ano da consolidação do mercado de frigoríficos.
Com escalas cada vez mais difícieis de serem atingidas, com o aumento da arroba do boi, a escassez de oferta em plena a “safra” e o mercado internacional extremamente volátil, somente frigoríficos que tiverem uma saúde financeira muito bem controlada e dinheiro em caixa terão chance de continuar no mercado da carne.
O contrário também é verdade e o que devemos ver neste segundo semestre e no começo de 2009 é um setor cada vez mais concentrado, com muitas plantas nas mãos de poucos grupos – as aquisições e arrendamentos não param de crescer.
O boi barato realmente não existe mais – e talvez nunca mais existirá – mas isso também é reflexo de um setor que esta cada dia mais se profissionalizando e olhando para a importância de se vacinar corretamente, rastrear seus animais, ter boas práticas de manejo, entre outros – mas tudo isso custa muito dinheiro.
Em tempo, vale lembrar que hoje o Brasil é o maior exportador do mundo da proteina animal derivada do boi, sem termos os principais mercados consumidores abertos aos nossos produtos: EUA, Japão, Taiwan, Coréia do Sul, México e União Européia (esta com um “embargo branco”).
A partir do momento que esta profissionalização do setor se consolidar, aliado a notícia de que a OMC esta semana sugeriu o aceite do principio da regionalização sanitária ao seus signatários, o Brasil tende realmente a ter reais possibilidades de entrar nestes mercados em um menor prazo e assim, apurando melhores preços, os frigoríficos voltam a ter margens muito mais lucrativas, mesmo com o boi “caro”.
Por isso, é preciso investir sempre na melhoria dos animais, da sanidade e da indústria, para não deixarmos a vaca ir para o brejo.
Há que se tomar muito cuidado na análise da expansão dos frigoríficos brasileiros. Dinheiro farto vindo do BNDES, sistemas contábeis de informação aos acionistas que deixam certas dúvidas, aberturas de capital em períodos de euforia, etc.
Históricamente esse sempre foi um negócio cíclico, e continuará sendo. O cescimento vertiginoso dessas empresas requer um cescimento similar na capacidade gerencial, coisa muito difícil de ocorrer no curto prazo.
Históricamente também já vimos a quebra de grandes grupos desse ramo. É muito difícil administrar viradas de ciclo. Isso para não falar de viradsas de taxa de cambio.
Minha esperança é que essas empresas não repitam o passado, que faria muito produtor pequeno e médio quebrar, e alguns grandes também.
Infelizmente o Brasil ainda não é um país tão sério quanto muitos desejariam.
Bom dia Miguel!
Concordo com seus comentários, e o que vemos realmente é o surgimento de um novo cenário no mercado de carnes bovinas, cada vez mais competitivo e acirrado com margem de lucros cada vez mais apertados tanto para o frigorífico quanto para o produtor. Na verdade é uma “queda de braço” entre os dois elos da cadeia e cada um terá que achar uma maneira de continuar a sobreviver neste novo cenário de mercado.
Boi barato é coisa do passado, frase muito usada ultimamente por aqueles que sempre viveram do boi barato e esqueceram daqueles que o produziram: os pecuaristas desse Pais, que depois de produzirem bem, venderam muito mal, motivados por uma cartelização, e viram os criadores dessa frase consquistarem o mundo as custas de seu suor.
Hoje fala-se muita besteira, quando na verdade, empobrecidos por anos de penúria, vendo sua produção sendo mal remunerada viram-se obrigados a transfomar seus rebanhos em “garapa”, diminuindo as benesses daquele que outrora mamavam em nossas tetas e que agora mamam na do BNDS.
Bom dia, realmente estamos satisfeitos com os atuais preços, no campo vemos muita movimentação de animais, mas no entanto, uma queda na comercialização de fêmeas, precisamos tomar cuidado no futuro quando estivemos comercializando suas crias, devemos manter nossos preços sem que isto nos atrapalhe.
Vejo os dois lados da moeda, sou neto de produtor e comerciante de suplemento mineral onde, tenho observando uma aversão ao uso de sal mineral e compra de produtos com baixo nível de macro e micro minerais, nos dias de hoje o giro mais rápido de animais é o nosso diferencial para entrar no mercado mundial, devemos pensar que proporcionalmente estes insumos estão no mesmo valor do que a um ou dois anos atrás.
Pessoal, temos tudo nas mãos, só precisamos nos conscientizar de que o mundo evoluiu e nós temos que acompanhar, usando tecnologia e funcionalidade acima de tudo.
A melhor informação sobre o mercado da carne está nesse site. As informações que a gente recebe por aqui são sempre abrangentes e fico feliz por saber que tem sempre pessoas competentes nesse mercado para nos auxiliar.
Obrigado
Caro Miguel,
Seu artigo está muito bom e extremamente otimista, entusiasmando a todos os produtores, especialmente os que, como eu, com pouco mais de 15 anos na atividade, se prepararam para produzir e vender bois a R$ 60,00 a arroba, bezerros machos a R$ 350,00 ou menos. E que dificilmente conseguimos alcançar esses preços em Goiás.
Não concordo com o “mote” de que o boi barato acabou. Principalmente porque parte do dono de um frigorífico que fez das tripas coração para manter a arroba do boi a níveis insuportáveis aos produtores em Goiás.
Não é preciso olhar muito longe para ver que vendemos bois a R$ 48,00 a arroba, vacas a R$ 32,00 e bezerros, aos montes, Miguel, aos montes, na faixa de R$ 280,00.
Tomara que esse alívio dure pelo menos uns três ou quatro anos, para que nós, criadores, possamos recompor um pouco a fazenda, melhorar os pastos, comprar sal de qualidade, trazer reprodutores de fora, reformar currais e instalações que nos últimos anos foram definhando pela penúria a que fomos submetidos.
Você sabe que tudo o que sobe acaba descendo. Os mercados são cíclicos. Os alimentos, que nos últimos anos foram os grandes freios da inflação e do Plano Real, dispararam nos últimos meses por conta do preço do petróleo, da redução dos estoques internacionais, do aumento do consumo da China e da produção do etanol nos Estados Unidos.
Mas essa situação não vai perdurar muito tempo, acredito. O mercado sempre se ajeita para melhorar a situação dos grandes e complicar a vida dos pequenos.
Pela lógica, não acredito, mas rezo de mãos juntas todos os dias para que isso que você diz seja verdade, Miguel.
Obrigado pela dose de esperança que você nos injetou com seu artigo. E pela contribuição de qualidade que trouxe ao já tão bem feito e interessante BeefPoint.
Cordialmente,
Sérgio Chacon
Na atual conjuntura da pecuária de corte brasileira o produtor rural precisa mais do que nunca receber informação de qualidade que o ajude nas tomadas de decisão, pois precisam buscar melhorar sempre a eficiência de produção para se manterem ativos no mercado cada vez mais exigente e competitivo.
Parabéns à equipe BeefPoint pela qualidade desse artigo.
Vocês estão vendo a alta da @! Já viram os custos ?
Só vai dar lucro se subir mais, não é só boi barato que acabou, insumos baratos também acabaram! O lucro vai sumir de novo!
Muito interessante a linha de raciocínio deste editorial assim como os comentários. O cenário que se apresenta para valores de “boi” e de “insumos” na minha visão não dá margem para outra coisa ao pecusrista fazer do que implantação de “gestão profissional”!
A macroeconomia mundial mostra que é fato irreversível o processo de aumento de patamares nos valores dos produtos do pecuarista e também um aumento sigficativo de seus custos (que são regidos por fatos relacionados, mas não os mesmos e muito menos de forma proporcional para cima ou para baixo).
Diante disso, o aumento de capital circulante na empresa já é uma realidade e exige maiores controles, coleta e sistematização de dados e planejamento para tomadas de decisões baseadas em informações de dentro e de fora da porteira e não em hipóteses, sentimentos ou apostas!
Avaliar o sistema de produção, fazer um diagnóstico técnico-econômico, realizar um planejamento de curto, médio e longo prazo e executar contando com pessoas capacitadas e motivadas e muito mais, nada mais é do que inserir gestão profissional no negócio e o mercado está exigindo isso da pecuária de corte e ninguém consegue ser mais soberano do que o mercado para dar os horizontes a serem seguidos!
De tudo isso deixo uma frase simplória que li esses dias, mas que diz muita coisa e que não apresentava autor “… O mesmo negócio que dá lucro dá prejuízo, depende de quem e da forma como é administrado…”
O boi barato acabou. Assim como acabaram as dúvidas das autoridades européias sobre a eficiência de nossos controles sanitários.
É surpreendente como mudam os discursos de um dia para outro diante da falta de um alimento, ou da alta de preços e da ameaça inflacionária.
O preço atual do boi não deve ser comemorado apenas como uma perspectiva positiva de mercado para o pecuarista. Deve ser analisado profundamente como conseqüência de múltiplos fatores negativos que afetaram a pecuária brasileira nos últimos anos.
Precisamos recapitular desde os efeitos produzidos pelos embargos decorrentes do foco de aftosa de 2003, até os embargos recentes impostos pela EU, provocados pelo lobby político dos produtores irlandeses, colocando em cheque a credibilidade dos controles sanitários brasileiros, obrigando o produtor a dispersar energias que deveriam estar concentradas na produção, para repensar o sistema SISBOV.
Precisamos rever as “estratégias comerciais” montadas pelas indústrias frigoríficas – leia-se aqui o acartelamento da indústria frigorífica, para determinar preços ao boi gordo de 2004 até 2007 – e, o empobrecimento do produtor, quando se viu obrigado a colocar no mercado além dos bois baratos, matrizes, fêmeas de reposição e bezerros abaixo do preço de custo de produção, para cobrir os custos fixos da atividade pecuária.
Além do preço do boi, esse editorial aborda assuntos importantes sobre a eficiência empresarial. Cita o exemplo da AMBEV, e das fusões das industrias frigoríficas. Esses monopólios industriais são bem conhecidos do setor agrícola da soja. E, estão se organizando tal qual se organizou a indústria de óleos, para criar bancos próprios e financiar a produção de carne. O setor da pecuária deve estar atento para a aparente facilidade de comprometer sua produção, através de contratos antecipados de venda a preços pré fixados, na captação de recursos. Esse mecanismo tirou grande parte da possibilidade do produtor de soja, em se beneficiar com as altas de preços do commodities da soja nos últimos anos.
Acredito que o setor da pecuária deve buscar junto ao governo, maiores subsídios para financiamentos destinados à produção de carne, especialmente aqueles destinados a correção de solos. O momento e as políticas atuais voltadas para a preservação ambiental e otimização da produção em áreas agrícolas consolidadas apontam nessa direção. Temos a favor dessa proposta, o apoio das políticas de segurança alimentar internacionais. Existe uma tendência muito forte por parte dos países ricos em dispor recursos para estimular a produção sustentável de alimentos, motivados pela baixa dos estoques mundiais, e, conseqüente alta inflacionaria provocada por uma oferta reduzida e demanda aquecida.
O pecuarista precisa buscar força coorporativa, eficiência gerencial, e, agir preventivamente no sentido de proteger a autonomia para comercialização da carne. Nos descapitalizamos, mas ainda somos livres para buscar os melhores mercados, e essa liberdade é condição essencial para que possamos repetir a afirmativa do executivo da AMBEV quando diz: (…) “precisamos ser lucrativos em todos os locais onde decidirmos investir”.
O principal problema enfrentado pelo setor da pecuária, talvez o de solução mais cara, quando se pensa em aumento de produtividade, é a degradação das pastagens.
Está na hora de serem pagos os recursos naturais de fertilidade extraídos dos solos pobres de cerrados pelas braquiárias, para alimentar em torno de 60% do rebanho bovino brasileiro.
Está na hora de ser paga – através de recursos subsidiados, com taxas compatíveis com a renda pecuária, especialmente a renda da cria – a correção dos solos ocupados pelo gado. Com certeza essa conta, não é só dos pecuaristas, mas de todos que se alimentaram da carne brasileira mais barata nos últimos anos, e aí se incluem americanos, asiáticos e europeus entre outros, que tanto usam o discurso ambiental como recurso de protecionismo de mercados.
Olá Miguel,
Seus comentários, acompanhamento das cotações diárias e da cadeia produtiva de alimentos, tem sido guia mestre para que eu possa negociar aqui em nossa região, qualquer tipo de produto de origem animal.
O que está acontecendo com o mercado deve ser compreendido como momento oportuno para “armar” estratégias visando agregar valor em tudo que se faça.
Realmente como se descreve nos comentários dos nossos colegas, parceiros e investidores, se finda a era da “gondola” barata, concluindo que a capacitação profissional e técnica aumenta a produção e agrega valores em nossa terra em trajetos afunilados.
O boi teve boa valorização, porém o custo de produção aumentou, a ração, o suplemento mineral, a adubação, etc. Mas, vale ressaltar que os pecuaristas devem se adequar cada vez mais ao sistema competitivo e isso fará com que só os verdadeiros profissionais permanecerão na atividade.
Atenciosamente,