“Produzido localmente” é um dos termos mais procurados no setor de alimentos hoje, e alguns consumidores pagarão preços premium por alimentos, incluindo carnes e lácteos, produzidos por produtores locais.
Porém, o desenvolvimento de cadeias confiáveis de oferta e comercialização pode apresentar um desafio, particularmente para os produtores e processadores menores, tipicamente envolvidos em esforços locais de alimentos. Isso é especialmente verdadeiro no caso da carne, de acordo com um novo relatório do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O relatório chamado “Processamento de Carnes Vermelha e Branca Locais: a Importância dos Comprometimentos dos Negócios para Viabilidade em Longo Prazo” destaca alguns dos desafios e potenciais soluções para construir mercados locais viáveis.
Para produtores venderem sua carne localmente, precisam de um processador local. Porém, para que um processador local permaneça economicamente viável, eles precisam de um negócio estável durante o ano todo ao invés das mudanças sazonais dramáticas na demanda por abates e serviços de processamento. O estudo avalia estudos de casos de sete processadores de carnes vermelhas e brancas, entrevista observadores e outros especialistas no assunto e analisa os custos usando dados de uma análise financeira de pequenas plantas de carnes de 2009 a 2011.
Os autores descrevem três tipos de cadeias locais de fornecimento de carne, cada uma com suas próprias regulamentações e desafios de logística.
– Muito local – os produtores vendem os animais vivos diretamente para um ou mais comprador familiar, que compra a carcaça inteira, metade ou um quarto. Um abatedouro móvel pode vir na fazenda ou o produtor pode enviar o animal a uma planta de processamento. Para carnes vermelhas, os compradores familiares fazem os pedidos dos cortes, pagam ao processador diretamente e pegam sua carne, tipicamente congelada.
– Local independente – o produtor organiza e paga pelo processamento e administra a distribuição e a comercialização através de uma variedade de canais diretos e locais.
– Agregado regional – vários produtores vendem animais terminados a uma entidade central de marca que organiza o processamento e a distribuição e administra a venda, em grande parte em contas no atacado.
Os estudos de caso incluídos no relatório de forma geral se enquadraram nas categorias local independente e agregado regional. Baseado nos estudos de caso e outras pesquisas, os autores concluíram que melhoraram relações, comunicação e compromisso entre os produtores e processadores. Eles listaram as seguintes observações:
– Maior compromisso por parte de produtores e processadores envolve não somente a coordenação e a comunicação, mas comprometimentos “duros”. Produtores se comprometem, individualmente ou em grupos ou marcas coordenadas, a fornecer ao processador um negócio suficiente e estável. Os processadores se comprometem a processar aqueles gados de acordo com as especificações dos produtores, consistentemente e dentro do prazo.
– O comprometimento mais forte entre processadores e produtores, bem como de toda a cadeia de fornecimento, é essencial para manter e expandir a infraestrutura de processamento necessária para crescimento nas carnes locais.
– Ter alguns poucos clientes chaves “âncora” fornece um volume estável e um negócio consistente. Alguns processadores são seus próprios clientes âncoras, fornecendo a maioria da produção.
– Quando produtores agregam em uma única marca nicho, essa marca pode ser uma parceira valiosa do processador, porque pode fornecer uma produção estável e uma comunicação coordenada que pode frequentemente ser difícil aos produtores de fornecer individualmente.
– Os processadores podem usar ferramentas como sistemas ativos de agendamento e preços variáveis para garantir que a produção seja estável, semana por semana e durante o ano. Isso é parte de seu compromisso com os produtores, que sabem que terão datas de processamento para seu gado.
– Os processadores que ajudam seus clientes produtores com conselhos de negócios, marketing e distribuição, de graça ou cobrando uma taxa, podem construir boas relações de trabalho e lealdade em longo prazo.
– Um compromisso mais profundo vem quando os produtores investem em seus processadores financeiramente, para desenvolvimento benéfico mútuo.
– Investimentos em processadores locais por seus clientes atacadistas podem também ser importantes para o sucesso.
– A comunicação contínua apoia toda a relação. Seja sobre agendamento ou serviços, custos ou preços, qualidade da carne ou condições de mercado, processadores e produtores precisam se comunicar efetivamente uns com os outros para desenvolver e manter relações fortes de negócios.
Leia o relatório completo (em inglês) aqui.
A reportagem é da Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
1 Comment
Seria uma saída para o mercado nao ficar só nas mãos do restrito Oligopolio da Carne Vermelha Brasileira. Esta dificil ficar só nas mãos destes, os unidos com o governo via BNDS.
Também existe um nixo no negocio da carne local que é o da carne bovina só de boi Verde, de capim, pois existem muitos de nós consumidores , inclusive eu, que praticamente nao compra mais carne de frigorificos, hoje mesmo comprei carne de frigorifico pois estava com pressa e este de renome, com propaganda na TV e tudo mais e minha funcionaria serviu desta carne em meu almoço um belo bife na chapa , rosado, batata frita e tudo, nos meus olhos muito convidativo, mas o sabor….meu Deus!!!!! Lembrei de quando experimento um pellet de raçao bovina..é o mesmo gosto, alias, é puro sabor de raçao. Para mim que tenho 5.3 anos de idade e que comi muita carne de animal engordado no capim Gordura, Jaraguá, Coloniao é dificil comer carne de boi de ração. Boi de braquiaria ja nao é o mesmo gosto destes que citei anteriormente, agora de raçao é pra matar de raiva a hora que ponho na boca, é intragavel e desilusao total!!!