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O fio da navalha quebrou?

Por Louis Pascal de Geer1

Sempre é difícil de manter o balanço quando você está manobrando acima do fio da navalha, e quando erra tem o perigo real de levar um tombo e se machucar.

A linha divisora ética entre fazer o benchmarking, pesquisar o mercado e tomar diariamente os preços praticados pelos concorrentes e o uso imediato destas informações, e a prática de cartel é muita fina, mas também é sempre bem clara e visível para quem trabalha com honestidade.

O mesmo aplica-se à pratica de fazer o lobby e ser o corruptor e também sempre a integridade pessoal e corporativo da leitura correta onde você está, no lobby ou na corrupção.

Também sempre tem os dois lados, aquele que permite as práticas do suposto cartel porque no bar da praça ninguém quer admitir que recebe menos pela arroba de que o outro ou pagando mais pela carne comprada da indústria, e aquela que permite ser corrompido por motivos pessoais ou corporativos.

É fato de que as grandes indústrias de carne bovina prestam um enorme serviço para o País, mas também é fato de que a integridade nos elos da cadeia de carne precisa de uma explosão de energia positiva.

As praticas ilegais (ou semi) nos ambos os lados da porteira devem ser reduzidas e punidas para que a transparência se torne real. Vale quanto pesa e com a qualidade remunerada quando tem e punida quando falta no boi comprado, na carne vendida e/ou exportada num clima de absoluta confiança e segurança entre os elos da cadeia e principalmente com o consumidor final.

A tão existente e praticada cultura de Gerson, que se resume em levar sempre vantagem e de poder dar um jeito em tudo, tem que mudar porque está se tornando uma ameaça real; armamos a nossa própria armadilha e fornecemos assim um combustível valioso para os concorrentes dentro e fora do País.

O único inimigo do verdadeiro sucesso se chama gula:
– Pelo poder
– Pelo dinheiro
– Pelo poder de poder desprezar os demais elos da cadeia, e infelizmente assim também diretamente o consumidor final aqui e lá fora.

Espero que as indústrias, pecuaristas fornecedores e os consumidores finais aqui no Brasil e lá fora se re-encontrem com suas bases reais e verdadeiras onde finalmente a confiança mútua é conquistada e mantida, porque somente por aí podemos ter a sustentabilidade tão sonhada no setor.

A integridade faz parte integral dos negócios realmente bem sucedidos, o resto é somente o resto e nada mais.

__________________
1 Louis Pascal de Geer atualmente é consultor, trabalhou durante 28 anos para Agropecuária CFM Ltda, se aposentando como vice-presidente da empresa

0 Comments

  1. Bruno de Jesus Andrade disse:

    Foi com muita luta que pecuaristas conquistaram seus devidos patrimônios, assim como com muita luta muitas pessoas construíram seus negócios e se estabilizaram economicamente em seus empreendimentos.

    A ganância pelo poder, em ter a oportunidade de comandar algo ou alguém, às vezes deixa marcas irreparáveis nas pessoas.

    Não quero que o que foi conquistado até agora “escoe pelo cano” simplesmente porque a ÉTICA E RESPEITO foram deixadas de lado. Existe sim uma forma de coexistirmos, não é necessário muito dinheiro para uma vida digna.

    Infelizmente a noção, tão básica, desse processo, é esquecida muito fácil e então é gerada a desconfiança, porém os bons, futuramente saberão diferenciar o que serve daquilo que não serve.

    Gostei do artigo. Ótimo.