É preciso defender a preservação. O desmatamento zero. A biodiversidade. E isso está garantido no relatório apresentado pela Comissão Especial do Código Florestal. Mas não se pode aceitar que pessoas que não conhecem a realidade da vida no campo, a luta da produção, por mais bem intencionadas que possam ser, estabeleçam, de modo voluntarista, limites que oneram um setor produtivo que já enfrenta dificuldades para continuar a garantir alimento ao povo brasileiro.
A preservação dos recursos naturais, o respeito pelo ambiente, a defesa da biodiversidade estão entre os valores consagrados pela sociedade moderna. Sua importância está incorporada ao pensamento e à cultura contemporânea e ninguém ousaria defender a destruição da natureza ou a utilização dos recursos naturais até seu exaurimento. Também não se pode tolerar mais a existência da violência social que submete enormes contingentes humanos, em especial a população mais pobre, à fome, à doença e à degradação.
De todas as necessidades humanas, a primeira, sem a qual não se chegaria a qualquer outra, porque é pressuposto para que tudo o mais possa ser perseguido e obtido, é a alimentação. Comida é vida, é sobrevivência, é combustível para existir. Comida precisa ser produzida, sobretudo pela agricultura, já que não nasce em prateleiras dos supermercados.
O imenso esforço para que nosso povo superasse os níveis endêmicos da fome a que esteve submetido por tanto tempo, dependeu basicamente de dois fatores: a vontade política de priorizar o combate a esse problema e a existência de níveis crescentes de produção de alimentos, o que conseguimos atingir em nosso país graças à nossa agricultura moderna e eficiente.
Hoje, não só produzimos todo o necessário para alimentar nossa população como geramos excedente exportável de alimentos e outros produtos agrícolas, responsáveis pelo superávit no comércio exterior brasileiro e também pela alimentação dos povos de 215 países no mundo.
Assim como seria criminoso defender a destruição dos recursos naturais, pois o acesso a eles é direito sagrado que devemos garantir à população, também o é, com efeitos mais imediatos, querer diminuir ou conter a produção de alimentos. Alimento não só mata a fome, mas garante a saúde, pela nutrição, e prolonga a vida e o bem-estar das gerações, inclusive as futuras.
Por tudo isso é importante haver equilíbrio na discussão do tema das relações entre produção e preservação ambiental. Equilíbrio é, sobretudo, coragem, porque entre posições extremadas e apaixonadas, o equilíbrio costuma levantar objeções de desagrado dos dois lados.
Foi essa coragem do equilíbrio, sem se preocupar em conquistar os aplausos fáceis mas buscando uma síntese comprometida apenas com o país e seu povo, o que deu grandeza e importância ao trabalho do deputado Aldo Rebelo na relatoria do novo Código Florestal.
Combatido e criticado, Aldo Rebelo é homem de convicções arraigadas numa tradição intelectual e ideológica que está longe de ser considerada conservadora. Ele reconheceu a importância de se garantir os instrumentos da política de preservação sem destruir ou diminuir a capacidade produtiva da agricultura brasileira.
O parlamentar manteve todos os índices de preservação nos vários biomas. Mas recusou-se a aceitar propostas aberrantes a que levavam interpretações enviesadas e ideológicas como a que pretendia destruir 20% das áreas produtivas para substituí-las por recomposição florestal.
É preciso defender a preservação. O desmatamento zero. A biodiversidade. E isso está garantido no relatório apresentado pela Comissão Especial do Código Florestal. Mas não se pode aceitar que pessoas que não conhecem a realidade da vida no campo, a luta da produção, por mais bem intencionadas que possam ser, estabeleçam, de modo voluntarista, limites que oneram um setor produtivo que já enfrenta dificuldades para continuar a garantir alimento ao povo brasileiro.
Muitos fazem discursos vazios, embora encantadores, sobre a defesa do meio ambiente. Mas são os produtores rurais que no amaino cotidiano da terra, cuidam da natureza. São eles que combatem a erosão, protegem as nascentes, evitam o assoreamento de cursos d´ água, manejam a terra e devolvem a ela o que dela tiram para produzir.
Aos bem intencionados defensores do meio ambiente, para que sua valiosa luta seja coroada de êxito, ao invés de combater a produção, ajudem a disseminar, como já está fazendo hoje a agricultura brasileira, as boas práticas agronômicas que permitem compatibilizar aumento de produção, sobretudo de alimentos, com maior preservação ambiental. Essa parceria positiva é mais eficiente do que o simples ativismo que parece admitir que a diminuição da produção de alimentos possa ser um benefício para a humanidade.
Foi com esse espírito de conciliação, de parceria entre segmentos sociais e produtivos que agiu a Comissão Especial do Código Florestal. Ouviu a todos em audiências públicas, discutiu com técnicos e pesquisadores, dando conteúdo científico a estudos sobre o tema, percorreu o Brasil e encaminhou uma proposta ao parlamento.
A ninguém, senão aos prepotentes, é dada a pretensão de se julgar acima das leis oriundas das decisões do Congresso Nacional. É no confronto das ideias que se construirá o consenso capaz de garantir a produção e a preservação, valores inarredáveis para a continuidade da sociedade justa e produtiva que estamos construindo.
Artigo publicado inicialmente no jornal Valor Econômico
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Há três vertentes no tratar o código florestal.
Os ambientalistas consideram acima do sol, dos oceanos e dos homens, que a floresta cubra a maior parte da terra firme. A biodiversidade deve ser preservada em cada propriedade rural, desconsiderando os parques florestais criados inicialmente para essa finalidade. Parece que os parques não seriam suficientes, para preservar a biodiversidade e quanto mais mato melhor, pregam a intensificação produtiva
A outra vertente é do redator do código florestal, cantada em prosa e verso, santa ingenuidade, de cunho estritamente ideológico trava sua tese contrariando a primeira, somente por ser contra as organizações internacionais e de cunho antiamericano, se dispondo ao debate, ocupando espaço, até agora vencedor, aproveitando-se da fraqueza do terceiro pé, representado pelo produtor rural.
O produtor rural fica atônico diante das ameaças de multas altíssimas por parte do poder central, o mesmo poder que estimulou a ocupação territorial desde os tempos das capitanias, das bandeiras, dos planos de aumento da fronteira agrícola, graças os quais o Brasil sobreviveu às crises internas e internacionais, sem perder a soberania.
Foi desrespeitadas áreas como Norte do Paraná e de outras regiões, onde a ocupação territorial se deu antes de 1965, por projetos de colonização bem sucedidos, onde floresceu o cooperativismo
Realmente o Sr. Ministro abodou um tema muito discutido atualmente, preservação ambiental (obrigação de todos nós), produção (nós ja possuimos um nível de tecnologia de produção invejável e talvez seria dificil aumentar mais a produção sem abrir novas fronteiras) que é um tema muito debatido principalmente no Mato Grosso do Norte. Atualmente estão nos obrigando a replantar as areas de reserva florestal, pois se estas não estiverem averbadas em Cartorio não se consegue nem a dispensa da licença ambiental atraves da Cetesb, aqui no Estado de São Paulo e sem esta licença não se pode mais preitear finaciamentos. Sugerimos que a area da APP (Área de Preservação Permanente) faça parte da reserva florestal assim manteriamos mais areas para a produçao.
Agora em periodo eleitoral que é o momento ideal para sugerir aos congressistas as nossas revindicações.
Att,
Leo Arroyo
eu vejo que vai ficar essa ladainha toda vida ,coitado do pobre agricultor, dependendo de gente que nunca produziu um prato de arroz ou um pedaço de carne para matar a fome de alguem, e agora quem é que vai vale-lo nesta hora de extrema definiçao para sua vida no campo? quem é que vai afundar ou tirar o pobre homem do campo do buraco, em ano eleitoral é facil falar, prometer, enganar as pessoa,vamos ver depois que estas eleiçoes passarem ne ! ai sim eu quero ver algum deputado ou pessoa da competencia resolver esta parada!