O Sistema foi colocado em homologação no dia 15 de janeiro , mas não ainda em produção por necessidade de ajustes operacionais, o que espera todo o setor, sejam sanados o mais rápido possível, pois precisamos trabalhar, uma vez que estamos sem realização de negócios de rastreabilidade e certificação desde novembro de 2005, o que convenhamos é um desastre para o setor.
A equipe de TI formada pela ACERTA, aceitando convite do Diretor do Departamento de Produtos Sustentáveis – DEPROS/SDAC/MAPA, ao qual o SISBOV está subordinado, e em perfeita harmonia com os técnicos de Informática do Ministério da Agricultura/SERPRO, uniram forças e conhecimentos e no período compreendido entre 03 e 12 de janeiro do corrente finalizaram o Sistema Operativo do NOVO SISBOV.
O Sistema foi colocado em homologação no dia 15 de janeiro , mas não ainda em produção por necessidade de ajustes operacionais, o que espera todo o setor, sejam sanados o mais rápido possível, pois precisamos trabalhar, uma vez que estamos sem realização de negócios de rastreabilidade e certificação desde novembro de 2006, o que convenhamos é um desastre para o setor.
Assim que entrar em produção o NOVO SISBOV, poderão os produtores iniciar a adequação de suas propriedades no Novo SISBOV, cadastrando-se junto a Certificadora de sua preferência como propriedade ERA- Estabelecimento Rural Aprovado no SISBOV.
Para aderir ao Novo SISBOV, o produtor deverá ter rastreado, 100% dos animais registrados nos Serviços de Sanidade Animal da Unidade da Federação onde esta localizada sua propriedade e sobretudo fornecer dados cadastrais completos e auditáveis tanto de produtor como da propriedade.
O MAPA vai ser extremamente rigoroso quanto à veracidade e confiabilidade dos cadastros e qualquer divergência entre o que esta registrado na BND – Base Nacional de Dados/SISBOV, e o órgão de Defesa Animal dos estados, acarretará na desclassificação dos animais para exportação.
A legislação do antigo SISBOV terá validade até 31 de dezembro de 2007, desta forma coexistindo duas situações que denominamos SISBOV ANTIGO E SISBOV NOVO.
O produtor deve estar ciente que os animais certificados pelo Sistema antigo, poderão ter livre acesso aos abatedouros de exportação até o dia 31 de dezembro de 2007, quando então a legislação antiga será revogada, e desta forma a rastreabilidade de seus animais adquirida no sistema antigo perdem a validade de comercialização para exportação.
Portanto até essa data limite, o produtor deverá transformar sua propriedade em ERA-Estabelecimento Rural Aprovado, para então poder migrar seus animais rastreados no sistema antigos para o NOVO SISBOV.
A partir de 01 de janeiro de 2008 somente poderão ser abatidos para exportação os animais cadastrados e certificados no SISBOV NOVO, incluindo aqui aqueles animais certificados pelo SISBOV antigo que migraram para o Sistema Novo aos quais nos referimos acima.
Outro fato importante é lembrar que o produtor que não aderiu ao SISBOV NOVO, ao adquirir animais rastreados pelo Sistema Novo esses animais ao adentrarem a sua propriedade perderão a rastreabilidade.
O produtor que transformou sua propriedade em ERA- Estabelecimento Rural Aprovado, poderá adquirir animais oriundos de propriedade que ainda não tenha aderido ao Novo Sistema, até o dia 01 de janeiro de 2009, quando então só poderá adquirir animais de terceiros se os mesmos procederem de outro estabelecimento ERA, o mesmo acontecendo para os CONFINAMENTOS desde que com bom senso façamos a leitura para estes estabelecimentos do artigo 13 – Anexo I, capitulo IV item VIII que diz textualmente:
” VIII- a partir de janeiro de 2009, só será permitido ingresso de bovinos e bubalinos nos Estabelecimentos Rurais Aprovados no SISBOV se oriundos de outros Estabelecimentos Rurais Aprovados no SISBOV; e…….”
Aqui vale a pena, a guisa de orientação, informar que o legislador quando faz referencia a “confinamento” está se referindo aos estabelecimentos que prestam serviços a terceiros, os chamados “boitéis”, e não àqueles que fazem a terminação pura e simples de animais próprios em confinamentos dentro da sua propriedade e que não preste serviço a terceiros.
Todos os atores do processo desejam que O NOVO SISBOV entre em produção zerado, isto é sem os erros e os equívocos do passado, que serviram de um longo e penoso aprendizado para todos, erros e desacertos estes que devemos evitar, mas não esquecer para não cometê-los novamente pois convenhamos que todos os atores da cadeia sofreram e pagaram caro o aprendizado.
Para o acerto final no que concerne ao futuro do NOVO SISBOV, permitimo-nos dizer que esse futuro está nas mãos dos atores da cadeia produtiva.
Assim sendo os Produtores, as Certificadoras, os Órgãos Governamentais, Fabricantes de Identificadores (brincos, chip eletrônico, bolus ruminal) e os Frigoríficos Abatedouros, tem o dever cívico e moral de zelar por este Sistema para que num futuro próximo tenhamos orgulho e não receio de receber auditorias estrangeiras.
O papel do produtor? Simples: deve exigir que o serviço de rastreabilidade que está adquirindo seja executado conforme determina a legislação, pois se o mesmo aceitar serviços mal prestados, chicanas, “atalhos e jeitinhos” para burlar a legislação estará atuando de maneira decisiva para o fracasso do novo Sistema, e a respeito disso cremos firmemente que o produtor não vai compactuar com esse tipo de coisas pois está realmente cansado. Desta forma o produtor deve escolher a Certificadora pelo tipo de trabalho que lhe é oferecido e deve descartar toda e qualquer oferta de serviço que preveja “facilidades”, pois ninguém trabalha de graça e milagres também ninguém o faz e o barato pode sair muito caro.
Os Órgãos Governamentais com certeza irão desempenhar a sua tarefa a contento, pois numa auditoria externa são eles que tem que dar explicações e como contrapartida receber elogios ou as severas críticas estrangeiras. Acreditamos que o MAPA vai ser rigoroso quando for auditar a saúde financeira das Certificadoras, como o faz qualquer organismo de Acreditação, analisando o risco da Certificação. Com efeito uma Certificadora deverá provar ao MAPA que tem o seu financeiro capaz de suportar uma possível indenização de acordo com o risco e o volume de seu negócio. É sabido que um animal que hoje é rastreado pela média de R$ 3,50 ( três reais e cinqüenta) dos quais a Certificadora recebe em média R$ 1,00 ( um real ) custa no caso indenizatório, atualmente, R$ 51,00 ( cinqüenta e um reais) tomando-se como base de calculo um animal de 17 arrobas ao diferencia de R$ 3,00 ( três reais ) por arroba.
Não é raro os Organismos de Certificação, para acredita uma Certificadora, solicitam o aumento de capital toda vez que vêem que o capital registrado é de conveniência.
Temos certeza que o Mapa vai verificar isto de ora em diante, pois o NOVO SISBOV trata de CERTIFICAÇÃO para que fique bem claro a todos estas nossas advertências.
Fabricantes de identificadores? Basta colocar no mercado um produto de boa qualidade e atender a legislação.
Frigoríficos? Também é simples: basta deixar claro que só irão adquirir produto garantido, sem receio de informar ao seu fornecedor que animais com rastreabilidade duvidosa serão sumariamente desclassificados.
Papel das Certificadoras? Muito fácil: devem executar o serviço de certificação da propriedade e a rastreabilidade dos animais de acordo com o que lhes foi delegado pelo MAPA.
As Certificadoras são o braço executivo do MAPA e o seu papel como organismo de certificação, sério, é fator “sine qua non” para o processo ser bem sucedido, pois a legislação está claríssima e altamente auditável. As certificadoras devem prestar serviço de acordo com as normas sobejamente conhecidas, com todos os valores e objetivos que norteiam a nível mundial o que é a Certificação.
A certificação é pura e simples, não há meio termo. O “checklist” de uma certificadora não pode ter recursos e subterfúgios para um meio termo, ou seja, o produto atende ou não atende o disposto numa norma pré-estabelecida, e (permitam-nos) fim de papo. Não é possível no NOVO SISBOV, a certificadora atuar num estado sem ter uma estrutura legal, e aqui que fique muito claro que não se trata de uma Certificadora eleger um representante dono de uma agropecuária, ou um escritório de assessorias, e coisas do gênero, sem qualquer desmerecimento para esses profissionais.
A Certificadora deverá ter funcionários e estrutura legal no estado, um local com placa indicativa, com seus deveres e obrigações para com o Estado e Municípios honrados, etc.isto com vistas a evitar o que hoje acontece, de um representante de Certificadora por motivos que não interessam neste momento pontificar, nos dias de hoje simplesmente passam e uma Certificadora para outra não lhes interessando o prejuízo que isto traz ao produtor e à própria certificadora quem servia.
Não acreditamos que o Sistema esteja sendo posto no ar perfeito, mas porém, temos hoje a certeza de haver um diálogo franco, sem complexos e aberto entre todos os atores do setor que nos permite estudar e discutir uma questão até encontrar uma solução que atenda a todos, mesmo um cedendo aqui outro ali e assim por diante até atingir o consenso da situação.
Estamos aguardando ansiosos a colocação do Sistema em produção, bem como reunião específica para debatermos assuntos ligados ao desejo do produtor de não efetuar a leitura dos brincos na Fazenda.
Ora, existem meios de se fazer sem que haja solução de continuidade para o sistema, mas depende do aceite de autoridades, como por exemplo:
1)O brinco seria lido pelo frigorífico na calha de sangria
Pode funcionar a contento desde que os Frigoríficos se equipem para tal, com leitores acoplados a BND, para ter retorno dos dados dos animais, etc., e os Fabricantes de brincos colocar no mercado um produto com código de barras “legível”.
Cabe lembrar que isto esbarra em compromisso assumido de autoridades do MAPA com autoridades estrangeiras e a vontade dos Frigoríficos em executar esse trabalho.
2)As certificadoras disponibilizam ao produtor um extrato de animais que enviado ao Frigorífico este faria a leitura dos animais que estão sendo abatidos.
Pode funcionar mas esbarra no interesse dos produtores que estariam entregando dados de estoque aos Frigoríficos que conheceriam de antemão a quantidade de animais que cada produtor teria para ofertar, e isso, em principio, prejudicaria os produtores numa futura negociação.
3)As Certificadoras colocariam à disposição dos produtores um serviço onde o próprio produtor retiraria o extrato de animais a serem abatidos.
Funciona, mas o produtor teria que fazer a leitura do numero de manejo, no mínimo, e passaria essa informação ao Sistema da produtora que deve ter um “DE” “PARA” no seu sistema operacional. Com o número de manejo dos animais o sistema da certificadora emitiria um extrato dos animais a serem abatidos e isto seria enviado ao Frigorífico pelo produtor em planilha impressa ou via arquivo “on line”.
São estas as alternativas que nos ocorrem no momento.
Temos visto na imprensa setores sugerindo a alternativa de deixar a leitura dos Brincos para as Certificadoras e estas enviar o arquivo ao Frigorífico.
E aqui indagamos em que momento as Certificadoras leriam os brincos? Quanto custaria isto ao produtor?
Vejamos se foi o que entendemos:
a)Para as Certificadoras fazer a leitura dos brincos na propriedade há necessidade de contenção do animal da mesma forma, e o deslocamento de um técnico da Certificadora para a propriedade teria um custo enorme ao produtor, lembrando que muitos desses embarques são feitos aos sábados e domingos.
b)Para as Certificadoras fazer a leitura dos brincos no Frigorífico, acarretaria também custos elevados ao Produtor já exarados no item a) acima, e ainda restaria o fato de haver um consentimento do MAPA através de seu Serviço de Inspeção Federal que em princípio não admite que o animal saia da propriedade sem prévio conhecimento desses dados.
O setor vai reunir-se nos próximos dias e desta forma tentar chegar a uma solução que seja plausível e que atenda todos os atores do segmento.
Esperamos que numa reunião destas todos entremos com espíritos desarmados e procurando efetiva solução pontual para este impasse e desta forma estarmos contribuindo para o sucesso e credibilidade do NOVO SISBOV.
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Para mim os erros conceituais continuam da mesma forma a existir nesta nova edição do SISBOV, que novamente está ignorando os frigoríficos e os serviços de inspeção federal SIF.
Oras bolas, nos estamos fazendo um papel de “João bobo”, deixando as portas abertas para fraudes em grande escala com uma grande parte do Brasil não aderindo e assim fornecendo carne para o mercado interno que depois vai para fora de qualquer jeito porque nenhum produtor nem frigorífico aceitaria de ficar só no mercado interno.
Em vez de aproveitar o momento único e singular em que todos os frigoríficos concordam que o Brasil inteiro tem que entrar no SISBOV, estamos criando um bicho voluntário que é indomável e inadministrável e que vai reprisar o filme.
Seria bom que cada elo da cadeia da carne bovina discutisse para valer como enquadrar o país inteiro num sistema de identificação e rastreabilidade.
Resposta do autor
O leitor Louis Pascal Geer está coberto de razão.
Se tivessemos feito isto que o leitor sugere em 2002 quando o Sisbov foi criado não estaríamos discutindo estas questões neste momento, e não tenham dúvidas que a rastreabilidade bovina estaria em outro estágio, lógico, muito mais avançado.
Só me permito fazer as seguintes ressalvas :
a)Não há unanimidade dos Frigoríficos a esse respeito. Os Frigoríficos de lista Geral, isto é aqueles que exportam para países que não exigem rastreabilidade não aceitam o Sistema, haja vista o trabalho feito para que o Mapa publicasse a lista de países que exigem a rastreabilidade e assim poder exportar para esses países animais sem rastreabilidade.
b) Os produtores, através de seus órgãos de classe, exigiram que o Sistema fosse de caráter voluntário.
O que ocorre é falta vontade política para fazer acontecer.
No mais estou de pleno acordo com o que diz o leitor e para que não ocorram os jeitinhos e chicanas para transgredir o disposto na Instrução Normativa, todos os atores da cadeia devem ter o propósito cívico e moral de não deixar que tais coisas aconteçam.
No mais faço minhas as palavra do do Sr. Louis Pascal Geer quando diz que: “seria bom que cada elo da cadeia da carne bovina discutisse para valer como enquadrar o país inteiro num sistema de identificação e rastreabilidade”.
Vantuil Carneiro Sobrinho
Presidente da ACERTA.
Caros amigos,
É fato real que tudo que é novo causa medo e um certo transtorno, mas a verdade é que após um certo tempo tudo acaba se encaixando, como diria o ditado: “é no andar da carroagem que as abóboras se acomodam”.
Haverá, com o novo SISBOV, transtornos para todos os elos da cadeia, mas, cabe a esses elos se adequarem o mais rápido possível para que toda a cadeia se acerte.
A questão da leitura do brinco parece, hoje, estar sendo um dos principais pontos de discussão.
Trabalho diretamente com a rastreabilidade no frigorífico e, com certeza, a leitura do brinco na calha de sangria seria uma boa solução, afinal, essa leitura já é feita atualmente, bastando o sistema permitir que se acople o número SISBOV lido à BND. Os dados da GTA podem ser previamente incluídos no sistema e o próprio sistema faria o confronto da GTA com a BND automaticamente.
Tudo muito lindo, porém não podemos esquecer da atual ineficiência da Informática do MAPA, que tem deixado o sistema indisponível constantemente. Se acontecer de o sistema estar fora do ar ou com problemas seria necessário a paralisação do abate e aí, com certeza, o frigorífico não aceitaria interferência em sua produção.
A grande verdade é que não existe nenhum sistema perfeito e, cabe aos integrantes da cadeia produtiva tornar o novo SISBOV o mais eficiente possível.
Precisamos perder a mania do famoso “jeitinho brasileiro” e fazer as coisas corretamente!
Resposta do autor
Os comentários do Sr. Anderson Mendonça Sena Mineiros – Goiás – Frigoríficos, são de extrema importância e revelam que a leitura dos brincos no Frigorífico, que conforme tivemos ocasião de discutir junto aos demais setores, deixou de ser aquela tarefa impossível de ser feita. Em comentário anterior fiz uma apreciação e por engano meu respondi como se fora o Sr. Rogerio Trevisoli, que trata de preço do animal rastreado, e aqui me corrijo.
Esta semana tive conhecimento de como está, um Frigorífico estabelecido em Tangará da Serra, fazendo a leitura dos brincos na entrada dos currais de chegada e seleção antes de movimentá-los para os currais de abate, e desta maneira formando os lotes corretamente para evitar as desclassificações que porventura possam ocorrer por desencontro de dados da identificação individual dos animais com a documentação apresentada pelo produtor.
As palavras do Sr Anderson Mendonça quando se referem ao MAPA, deste não estar conseguindo por o Sistema no Ar é um fato, e também realidade é que esse sistema pode estar fora do ar como ocorreu no final de semana próximo passado por interrupção de energia no MAPA por motivos de reformas internas.
É claro que numa ocorrência dessas, o que não é difícil acontecer, não podemos nem pensar em parar o abate ou desclassificar os lotes por inexistência de uma fonte oficial de consulta no momento. Isto é uma questão de bom senso e esta será uma das preocupações que deveremos levar à Câmara Setorial da Carne na próxima semana, onde por certo teremos que encontrar uma solução, e esta solução tem que necessariamente passar por um “de acordo” do SIF, seja ela de dar um voto de confiança aos identificadores individuais dos animais e os documentos de certificação apresentados no abate, condicionando para liberação posterior quando o Frigorífico puder acessar a BND e assim confirmar através de extrato.
Outra solução prática que no momento não me ocorre, e que talvez saia num “brain storm” (permitam-me). É claro que uma solução destas trará transtornos ao Frigorífico de câmaras frias disponíveis, controle do lote etc., mas temos que pensar e muito seriamente a respeito do assunto e a solução tem que ser encontrada,não é possível no atual estágio em que nos encontramos que não tenhamos a capacidade de resolver este caso pontual.
Quanto aos comentários do Sr.Rogerio Trevisoli, enviei minha apreciação deste assunto e não o que o mesmo comenta, sobre o preço pago pelos Frigoríficos ao animal rastreado, e por isso peço desculpas.
Neste aspecto de formação de preços o mercado é que manda, é a lei da oferta e da procura, é a lei da negociação, e o Sr. Rogerio Trevisoli, ao comentar dá a solução, a união de qualquer segmento que seja terá muito mais força e oportunidade de atingir seus objetivos se negociar em bloco ao invés de negociação individual.
Vantuil Carneiro Sobrinho
Presidente da ACERTA.
Acho muito bom que os elos da cadeia estão em contínua discussão para que cheguemos num resultado o mais próximo do admissível.
Sinto apenas que o pecuarista, assim como na época do novilho precoce, fique apenas com o ônus desta certificação. Como? O que está ocorrendo é que, ao invés do preço da arroba de animais certificados estar R$ 2,00 a R$ 3,00 a mais, o valor da arroba dos animais não rastreados é que caiu! Portanto continuamos nos enganando que estamos sendo remunerados por animais de melhor qualidade e animais certificados, para que nossos “parceiros da área industrial” os comercializem com preços diferenciados.
Senhores pecuaristas, temos muito que evoluir nesta área de comercialização, somente juntos é que seremos respeitados. Obrigado.
Resposta do autor
Gostaria no momento em que faço uma apreciação do que diz o leitor Rogério Trevisoli de Caçu – Goiás – Produção de gado de corte, corrigir a data em que as Certificadoras pararam de atender ao produtor em novembro de 2006 e não novembro de 2005 como está no artigo.
Os comentários do Sr. Rogerio Trevisoli são de importância capital, e todos teremos que levar em consideração no momento em que estivermos discutindo este assunto. Vejam que a resistência em fazer a leitura dos Brincos no Frigorífico deixou de ser um “bicho de 7 cabeças” como foi apresentado em algumas reuniões da Câmara setorial, conforme relata o Sr. Rogério.
Esta semana em contato com Frigorífico estabelecido em Pontes de Lacerda, tive a oportunidade de receber o relato que os mesmos já estão fazendo a leitura dos brincos dos animais na entrada do lote um dia antes do abate, para formar os lotes e evitar desclassificações. Então o assunto já prosperou e parece que vamos ter em breve uma solução pontual.
Agora não esqueçamos a dura verdade dita pelo leitor. O MAPA infelizmente não está conseguindo colocar o sistema no ar, mas isto espero que seja questão de mais algum tempo, mas por outro lado numa fatalidade de estar o Sistema do MAPA fora do ar, como aconteceu neste final de semana, onde houve a necessidade de cortar a energia para execução de reformas internas, o que aconteceria se estivesse ocorrendo uma abate, dependente desse sistema como alerta o Sr. Rogerio Trevisoli?
Há que se achar uma solução em consonância com o SIF, seja neste caso de exceção, aceitar os documentos oficiais que já estão em suas mãos, seja fazendo um abate condicionado a liberação à volta do sistema, ou outra solução plausível que não me ocorre no momento, mas que temos que pensar, pois para o abate ou desclassificar os animais por um motivo desses, nem pensar…..
Portanto essa com certeza será uma das preocupações que levarei à Câmara Setorial no dia 30/01/2007.
Vantuil Carneiro Sobrinho
Presidente da ACERTA
Já que vamos ter que “engolir” o Sisbov – Antigo e Novo – como fica o gado PO? Sua origem é por demais conhecida, visto que temos que informar a Associação de Criadores (ABCZ, no nosso caso) desde os acasalamentos, passando pelos nascimentos e indo até as inspeções dos técnicos. Existe gado mais rastreado do que esse?
Pelo jeito, esse esforço todo será em vão e teremos que nos inscrever em uma certificadora e fazer tudo de novo. Agora eu pergunto: podem os mesmos animais ser rastreados 2 vezes pelo governo federal? As Associações de Criadores são delegadas pelo MAPA e prestam um serviço ao governo e, claro, cobram (e muito) por isso. O mesmo papel desempenham as certificadoras, que. lógico, também cobram.
Alguém pode me informar o que devo fazer?
Eduardo Penteado Cardoso – Eng. Agrônomo
Fazenda Mundo Novo – Nelore Lemgruber
Uberaba/MG
Resposta do autor
Eduardo Penteado Cardoso
Gostaria de comentar o escrito pelo leitor acima.
No que concerne às associações de Classe é necessário se ater ao que o estatuto da organização reza e que serviço ela prestará ao produtor.
Até onde chega meu conhecimento a ABCZ que o leitor cita a uma Certificadora Credenciada pelo MAPA para certificação de propriedades e de animais. Talvez a resposta que procurada esteja dentro de sua Associação quanto a questão de serviços oferecidos e preço de rastreabilidade.
Os animais PO ou outro qualquer outro que for destinado à reprodução podem estão contemplados pela IN 17 no artigo 13 item IX item 2) como segue:
IX- A inclusão de novos Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov observará os seguintes procedimentos:
a) até 31 de dezembro de 2008 cumprir o que estabelece o Art. 15 desta Norma e desde que:
1) os bovinos e bubalinos sejam adquiridos de outro Estabelecimento Rural aprovado no Sisbov; ou
2) Os bovinos e bubalinos sejam adquiridos especificamente para fins de reprodução e somente os animais descendentes ou nascidos no estabelecimento poderão ser destinados a atendimento a mercados que exijam rastreabilidade.
Desta forma se o Plantel PO é destinado a reprodução o Produtor não tem obrigação de rastrear seus animais. O produtor de PO poderá vender seus animais para reprodução ao um estabelecimento ERAS mesmo depois de 01/01/2009, mesmo não tendo esse produtor aderido ao SISBOV. O comprador sim, este terá que identifica-los no momento da entrada na fazenda, mas não poderá envia-a-los ao abate, apenas os descendentes desses animais PO adquiridos para reprodução.
Se o produtor de PO, criar seus animais para corte, pela IN 17, terá que obedecer as mesmas exigências para os demais animais, ou seja, terá que rastreá-los para envio ao abate num Frigorífico de exportação para países que assim o exijam.
Vantuil Carneiro Sobrinho
Presidente da ACERTA
O chamado novo Sisbov, está mostrando, enfim, que no papel vai funcionar.
Pena que os produtores não sabem o que está acontecendo…pois foram tantas instruções e tantos anos de descaso, que a maioria dos pecuaristas desanimaram, pois até agora só eles que pagaram a conta e não viram resultado nenhum. Estamos torcendo (só nos resta isso) para a seriedade entrar em campo na cadeia produtiva da carne bovina, que dizem, é o mais desqualificado do mundo. Basta citar alguns temas constantes no dia a dia, como:
Sisbov – todos eles…?
Aftosa – onde e quando será o próximo foco?
Sonegação fiscal – em todos os pontos da cadeia…(cadeia?…tem gente na cadeia mesmo.)
Balanças mágicas
…chega, me lembrei dos poderes legislativo e judiciário e não quero me chatear nesse fim de semana.
Como dizem, o novo Sisbov – parece ser maravilhoso quando descrito no papel e nas IN assim requeridas. Porém na prática a visão é outra.
Hoje se observarem a fundo contém muitas gáfias na maioria dos DIA´s, pois nelas contém o dia/mês/ano do nascimento do bovino e ao recebê-los no frigorífico observamos que todo o lote nasceu no mesmo dia. Na confrontação de documentos entre DIA e GTA há dúvidas. Mas que sejamos assim otimistas para que possamos acreditar mais na melhora tanto na situação produtor – certificadora e frigoríficos.
Saibamos ainda que lá fora nos Mercados Internacionais eles não querem saber se estamos passando por dificuldades na área administrativa e sim na qualidade do produto, coisa que estamos de esquecendo por causa da dificuldade burocrática que temos em nosso país.
Resposta do autor
Gostaria de fazer um esclarecimento o qual temos sempre nos referido em nossos pronunciamentos, artigos e reportagens. O Novo SISBOV, nunca foi classificado como maravilhoso, pelo contrário sempre alertamos que ainda temos que avançar, mas desta vez a legislação é mais enxuta e compreensiva. Nunca se falou que é perfeita, e que não irá necessitar ajustes, até porque chegar onde chegamos foi um trabalho árduo de discussões às vezes duríssimas entre os atores da cadeia defendendo aquilo que julgavam ser melhor para o seu setor.
A grande vantagem do momento atual, é que existe um diálogo franco e sem complexos entre os elos da cadeia. Quanta vezes criticamos e pedimos soluções para a parafernália de Instruções Normativas, Portarias e Oficios circulares que tratavam da Operacionalização do SISBOV. Com efeito essa legislação terá validade ainda até 31/12/2007, por motivos óbvios, e tratam-se de 22 (vinte dois) documentos oficiais, os quais não tivemos a paciência de contar os artigos existentes.
Veja, Sr. Yoshimoto, o transtorno para todos aqueles que a cada situação que ocorresse (e ainda ocorre) e que necessite de consulta para deliberação. Sempre falamos que todos nós pagamos caro por estarmos iniciando um processo. A rastreabilidade era de conhecimento de poucos, pois se voltarmos 05 anos atrás nada se falava a respeito de rastreabilidade aplicada ao setor.
O sistema vai precisar de ajustes, com certeza, mas, repetimos, hoje temos um Fórum para discutir isso, e todos os atores da cadeia tem assento nesse Fórum. O Governo através de suas Secretarias, As Certificadoras através da ACERTA, os Frigoríficos através da ABIEC, e os produtores através da CNA. Resta aos usuários da cadeia verificar se os seus representantes estão fazendo a lição de casa.
Quanto á data de nascimento dos animais nos DIA´s, isto se deve ao fato do legislador tentar fazer algo perfeito, esquecendo-se do que ocorre na pecuária brasileira onde em geral conhecemos a idade aproximada dos animais pois ainda não existe registro de data real de nascimento dos mesmos, a não ser naqueles produtores mais organizados e que tratam a propriedade com um sistema de gestão empresarial. E como a BND exigia dia, mês e ano de nascimento, não havia o que fazer, infelizmente, pois o produtor não possuia, essa informação, principalmente aqueles que fazem recria e terminação comprando animais de terceiros, leilões etc.
Que fazer se o legislador, pressionado, decide iniciar a rastreabilidade, não pela identificação de animais jovens, mas sim por aqueles animais prontos para serem abatidos? Lembram-se? Na atual legislação isso foi corrigido, o que se pede é o mês e o ano do nascimento dos animais. Mas fica ainda um entrave a ser resolvido que é a progressão de idade feita pelos órgãos oficiais de defesa que dá diferença entre o registrado na GTA e o DIA e que o Governo através de seus órgãos oficiais, alertado como está, tem obrigação de resolver.
Dr. Vantuil
Grande amigo e conhecedor da matéria, muito obrigado pelas informações que adianta para os que estão com o pé na terra, longe das atribulações que devem ser, no caso colocar este SISBOV em uma forma mais efetiva e mais segura.
Só coloco minhas restrições quanto à atitude usada de só exigir animais certificados para alguns países, e deveria ser dado ao produtor a chance de poder desclassificar seus próprios animais sem perder a ERA, para casos onde o benefício financeiro inexiste (Paga a mesma coisa, rastreado ou não, para o Frig tanto faz).
Se para o Frigorífico tanto faz, porque deve-se dar à ele as DIAS e permitir que seus animais sejam exportados? Haverá uma forma de o produtor dar baixa e não entregar as DIAS? Como o Frigorífico irá dar baixa destes animais? E exigir dos Frigoríficos a continuidade do rastreamento do animal após o corte das orelhas, onde em tese começa a rastreabilidade por lote, ainda hoje a que vale para a CEE.
Outro problema é como vamos dar uma idade aproximada ao animal quando se exige dia/mês/ano, para o registro, se o produtor não tem, os técnicos tem que estimar (ou mentir) um a um? Com a obrigatoriedade de fazer os animais nascidos com até 10 meses de nascido melhora, mas não irá corrigir este problema que começa com as pequenas mentiras.
Um abraço grande
Resposta do autor:
Dr. Oswaldo Okamoto, com certeza esta é uma oportunidade de ouro para se consertar o “status quo” do Sistema indiferentemente dos ajustes que se farão necessários. Veja Dr. Okamoto melhorou-se em muito a segurança do sistema. O extrato retirado pelos Frigoríficos impede a prática lamentável que existia de ser entregue DIA´s para o abate referente ao numero dos animais sem conferência de identificadores, proprietário, propriedade etc., que temos que admitir como um erro do passado.
Já nos referimos no artigo o que cada ator da cadeia tem que fazer, do seu dever cívico e moral, e assegurar-lhe Dr. Okamoto que vamos ter que tomar atitudes firmes contra os vícios e “jeitinhos” aos quais nós nos referimos, pois a nossa esperança é que cada um tenha aprendido e muito com os erros do passado e se recuse a repeti-los, sejam os Produtores, as Certificadoras, os Frigorificos etc.
Após o seu alerta, verificamos que o Sistema, continua a pedir dia, mês e ano de nascimento dos animais, assunto este que já dávamos como resolvido, mas que nos confirmam nossos TI`s que o sistema ainda continua fazendo essa exigência para o cadastro dos animais. Isto levaremos para a Câmara Setorial, pois exigir isto é desconhecer a realidade da pecuária brasileira.
Não pode o legislador querer fazer um sistema como o de alguns países europeus, no qual se espelham onde, como dizia o Dr. Pratini de Morais, dá para fazer a rastreabilidade de bicicleta e onde o produtor conhece os seus animais pelo nome. É só verificar como se faz a comercialização de animais no Brasil e entender que temos que ter uma diferenciação de tratamento, e exigir que aceitem os importadores, pois caso contrário seria uma interferência em nossa casa, a qual não devemos aceitar. Dizemos isto pois já estivemos na Administração em Brasília, e sabemos a UE audita o que lhes é oferecido, não importa a maneira de se fazer, mas se o legislador oferece como garantia o dia, mês e ano do nascimento dos animais, e oferece isto de bandeja eles vão cobrar, é óbvio, e não podemos estar resolvendo isto do “jeitinho” que o Dr. Oswaldo Okamoto expõe com muita propriedade.
Quanto à exigir animais rastreados somente para alguns países, somos da mesma opinião sua, e para conhecimento de todos foi uma exigência do setor que exporta na chamada “lista geral”. O que achamos como certo? Rastreabilidade total, ou então alguém que explique ao consumidor interno, por que só para Exportação?
Gostaria de agradecer ao Roberto Mesquita pelo comentário. Pelo jeito, parece existir algum bom senso nesse processo: o gado PO obedece regras muito mais exigentes do que o rastreado, pois ale tem origem conhecida (pai e mãe) e carrega informações sobre data de cobertura, nascimento, etc. Seria um contra-senso não aceitá-lo como rastreado.
Agradeço também a intervenção de Vantuil C. Sobrinho. O ponto que eu levanto é o seguinte: como trabalhamos com seleção genética, parte dos machos que não têm padrão para reprodutores, são vendidos com idades variadas para recria e/ou engorda. Também parte dos tourinhos que eventualmente não sejam comercializados como tal, são castrados e engordados. Novilhas que não emprenham nas idades desejadas e vacas adultas com problemas reprodutivos, também são destinadas ao abate. Essas vendas, atingem cerca de 40% do total, o que é bastante significativo. Por esse motivo eu acho que esses animais deveriam – pela origem PO – ser automaticamente rastreados. Na minha opinião, basta que o SRG da ABCZ informe ao SISBOV os RGN´s dos animais e este os cadastra no seu banco de dados, identificando-os com a sua numeração. Por exemplo, a bezerra RGN C6878 (ABCZ) recebe o código 318.757 (SISBOV). Seria bom para todos, poupando um trabalho já executado e evitando custos desnecessários.
Na minha opinião, o bom senso deve prevalecer e não devemos nos ater aos Estatutos, que podem ser legalmente adaptados, e às Portarias, IN´s, etc., que também podem devidamente adequadas à realidade.
Não nos esqueçamos que o homem é um ser racional e deve agir como tal.
Agradeço novamente a pronta intervenção dos dois missivistas.
Eduardo Penteado Cardoso – Eng. Agronomo
Fazenda Mundo Novo – Nelore Lemgruber
Uberaba/MG
É incrível o fato de que o produtor rural tem que arcar com as despesas dos brincos, do livro de movimentação e registro do rebanho e com a visita dos técnicos!!!
Devemos considerar também que essas despesas adicionais devem ser pagas pelo produtor com dinheiro oriundo da venda de animais com o preço da arroba praticamente idêntico há vários anos, não houve reajuste como ocorre com o salário mínimo ou os insumos…
Falta ainda definir, na minha opinião o que esse sistema irá gerar de melhorias concretas para o produtor. Esse ponto deveria ser mais discutido, ou o pecuarista, que já está cansado de pagar o ônus de diversos ´´testes´´ como o Antigo Sisbov e o Novilho Precoce, vai novamente fazer um esforço enorme apenas para manter uma estrutura extremamente burocrática e, digamos de passagem, ineficiente como já foi demonstrada.
Os pecuaristas pecisam participar dessa discussão e também receber garantias do retorno financeiro do investimento e esforço empreendidos.
Muito obrigado
Resposta do autor
O produtor vem sendo representado pela CNA que tem assento em todas as discussões que dizem respeito ao SISBOV.
Estaríamos na contramão dos entendimentos até agora mantidos se fossemos fazer considerações a esse respeito como presidente da ACERTA e um dos que tem lugar na mesa de negociações da Câmara Setorial da Carne, mas mesmo assim não posso me furtar de uma apreciação, agora em caráter estritamente em meu nome particular.
Sempre tenho visto e ouvido o representante da CNA exortar os produtores para União, envio de sugestões, e em passado recente exortando-os até para segurarem seus animais com vistas a uma renegociação do preço da arroba dos animais abatidos, e aqui não estou justificando nada, apenas expondo o que me é de conhecimento.
Realmente o produtor deverá arcar com os custos da certificação, livro de campo e rastreabilidade, como sempre foi, pois os Frigoríficos já bancaram estas despesas no inicio, mas o produtor sempre quis ficar livre para decidir onde enviar seus animais para o abate, e não ficar atrelado a um determinado estabelecimento.
Vale lembrar que o produtor não é obrigado a optar pelo estabelecimento ERA, a certificação da propriedade e a rastreabilidade dos animais são optativas, conforme solicitaram os produtores através da CNA e foram atendidos. Aqui pode haver uma contestação, do tipo, mas o Frigorífico exportador não aceita abater animal não rastreado e paga menos quando o animal é desclassificado.
Vejam que é outro ponto da questão, isto é regulado pelo mercado, é o mercado que exige, é o mercado que dita os preços, e os atores da cadeia é que dizem se aceitam ou não a lei da oferta e da procura. Se os preços da arroba estão baixos, cabe aos fornecedores e frigoríficas reunirem-se e rediscutirem preço.
Ora esses dois atores são parceiros, um depende do outro e não adianta um enfraquecer o outro pois isso pode ser um tiro no pé. Onde está a parceria tão decantada? Diante disso sugiro para que os produtores que ainda não entraram em contato com seus representantes e não se fizeram ouvir pelos seus Sindicatos rurais, suas Associações de Raça, e a própria CNA que unam-se e o façam pois uma discussão de um segmento organizado, vale muito mais que negociações isoladas.
O produtor deve exigir para que o trabalho de certificação e rastreabilidade seja realmente feito conforme os ditames da legislação em sua propriedade, e transformar essa exigência legal numa ferramenta de gestão de sua fazenda rechaçando qualquer oferta de serviço e facilidades que não estejam realmente dentro dos ditames da lei.
No meu ponto de vista o novo SISBOV tem que funcionar bem, porém sempre teremos alguns que não ficaram contentes e com certeza outros que estão de comum acordo ficou contra.
Devemos como profissional da área fazer o melhor para que o mesmo seja cumprido dentro das novas normas e se caso novas colocações que estas sejam incorporadas podemos seguir em frente e fazer o melhor de cada um de nos para que o Brasil seja cada vez maior produtor e exportador.
Sds. Dr. Vantuil,
Como vai ser específicamente as normas do Sisbov para arrendamentos e o custo (certificadoras exigindo anuidades) para agricultura familiar no MT é impraticável.
Resposta do autor
Sr. Breno,
Quando o Governo passou a exigir a Certificação da propriedade além da rastreabilidade dos animais, a responsabilidade das Certificadoras que já era grande ficou ainda maior.
Veja o Senhor que de ora em diante as Certificadoras, primeiramente vão ter que certificar a propriedade, e isto sem uma Supervisão muito bem feita pelo corpo técnico que presta serviço às Certificadoras será impraticável. Veja o Senhor também que as Certificadoras, cobravam a rastreabilidade em torno de R$ 1, 25 (um real e vinte e cinco centavos) a R$ 1,50 (um real e cinqüenta centavos) por animal. Este era o preço médio bruto que entravam nos cofres das Certificadoras, havendo ainda alguns “milagres” que, sinceramente, não entendo chegando certas Certificadoras a cobrar R$ 0,50 (cinqüenta centavos) por animal. O restante que o produtor desembolsava ia para os brincos, e visitas ao supervisor que levava o preço do animal rastreado para a média de R$ 3,50 (três reais e cinqüenta centavos).
Bem com a média, digamos de R$ 1,50 (um real e cinqüenta centavos por animal), as Certificadoras têm que manter sua Empresa, pagar seus impostos, encargos sociais, e fazer a manutenção dos animais rastreados por até 05 anos após a morte do animal, emitir certificados em papel moeda que todos sabem é caríssimo, enviar essa documentação por correio ao produtor e assim por diante…paro por aqui pois a lista de encargos de uma Empresa séria é altíssima no Brasil, todos sabem.
Por outro lado, as Certificadoras quando tem que indenizar o produtor por uma razão qualquer, pagam uma média de R$ 3,00 (três reais) por arroba, o que faz com que um animal com 17 arrobas (média de abate no Brasil) ao ser indenizado, o produtor recebe da Certificadora R$ 51,00 (cinqüenta e um reais). Veja Sr. Breno que o risco do serviço é muito grande. O Senhor pode me contestar o risco é seu entrou porque quis…claro e concordo, o risco é das Certificadoras por essa razão elas têm que se precaver até para poder honrar seus compromissos assumidos com o produtor, que vez por outro leva um “calote” de um Frigorífico que quebra e deixa o produtor a ver navios. No nosso caso nenhuma Certificadora tem deixado de honrar seus compromisso para com o Produtor.
Portanto os produtores devem desconfiar de quem oferece “milagres” em termos de preço.
Vamos agora aos arrendamentos estes só poderão ser certificados se o dono da Terra se cadastrar e cadastrar a propriedade, conforme dita a IN 17, e depois o arrendatário se cadastrar como um usuário da propriedade. Nessa propriedade, todos os arrendatários têm que optar pela rastreabilidade e escolher apenas uma certificadora, pois se existir um arrendatário que não quiser aderir ao SISBOV, escolher uma certificadora diferente das demais, ou se o dono da Terra não quiser cadastrar a propriedade, esses arrendamentos não poderão participar do SISBOV.
Os atores deste segmento que optarem por burlar a legislação, cadastrando a propriedade como se fora sua, ou não informando que na propriedade existem mais arrendatários, e que existem animais que não são rastreados junto com os animais rastreado, poderão pagar caro por isso.
Quanto à agricultura familiar o próprio nome já a define, o governo vai ter que dar infraestrutura para tanto, recursos, créditos,etc. e aí cabe aos agricultores desse segmento fazer as contas e ver se vale a pena correr os riscos e optar pelo segmento de produção que melhor lhe aprouver.
Veja Sr. Breno que isso é uma política de Governo, quem exige a rastreabilidade para exportação é o governo e nós Certificadoras tanto quanto os Senhores produtores somos meros atores da cadeia, com nossos compromissos, com nossas contas para pagar e exercer uma atividade que nos dê garantia de crescer e honrar nossos compromissos.
Não fomos nós Certificadoras que criamos este “status quo”. Não fomos nós Certificadoras que fomos exigir um nicho de mercado.
A rastreabilidade de bovinos e bubalinos é um programa de Governo, criado para atender compromissos de exportação através de acordos comerciais feitos com os países que importam nossa carne. Não é culpa das Certificadoras se o Governo não tem capacidade de executar o programa e criou este o SISBOV delegando a rastreabilidade e Certificação para as Certificadoras. E quando falo de incapacidade do Governo, estou falando não da incapacidade intelectual, e sim da incapacidade de executar o serviço por falta de técnicos, falta de infraestrutura governamental e o básico falta de recursos para a finalidade. Por esta razão é que o SISBOV não é obrigatório, mas quem aderir tem que obedecer a legislação.
O Senhor pode me contestar, não é obrigatório mas o frigorífico exportador nem compra boi não rastreado. Correto, só que neste ponto entramos em outro nível de debate que vai para a lei de oferta e procura, e as ponderações se arrastariam por horas seguidas a cada elo da cadeia que discutirmos.
A legislação esta aí, para fazermos algo em contrário, só mudando a mesma.
Espero ter esclarecido suas dúvidas.
Vantuil Carneiro Sobrinho
Presidente da ACERTA
Na minha opinião, só será resolvido o problema do Sisbov se houver um programa de fiscalização nas propriedades, orientando e organizando todo o sistema. O Frigorífico continua sendo o filtro das não-conformidades, atrapalhando todo planejamento de produção com as desclassificações que ocorrem por falta de informação dos produtores.
Acho também que o SISBOV deve ter algum dispositivo para não deixar o seu sistema sair do ar com tanta freqüência, pois fazem 3 finais de semana que o SISBOV sai do ar e volta somente na segunda-feira após o almoço, prejudicando toda nossa produção.
Vejo que se não melhorar deverá acabar rapidamente, assim podemos dizer adeus ao Mercado Comum Europeu e outros países exigentes.
Resposta do autor:
Sr. Fabio Leal
O Senhor tem toda razão em reclamar que até agora o sistema não entrou corretamente no ar, e me vejo numa situação em que tenho que esclarecer, devido a inúmeros questionamentos que recebo, doa em quem doer, infelizmente.
Pois bem, Sr. Fábio, o sistema saiu do ar nos dois últimos finais de semana por razões de estar o Restaurante do Ministério da Agricultura necessitando de reforma, e por essa razão, desligaram a força, e com a força a BND, impedindo os usuários de continuar testando o sistema que até agora, desde 15 de novembro de 2006 não funciona.
Lamento ter que explanar isto, mas parece que para o MAPA a prioridade está na reforma do restaurante do MAPA não o setor pecuário, onde todo o setor se esforça para pagar a conta, e desde 15 de novembro por exemplo As Certificadores, vide produtores, não colocaram um boi sequer no sistema.
As certificadoras estão desde 15 de novembro de 2006 sem realizar um negócio visando atender a Clientela, e daí? Dai que isto não existe, imaginem só…
Alguém tem que responder por isto….
Vantuil Carneiro sobrinho
Presidente da ACERTA
Hoje está fazendo, exatos 60 dias que nenhum bovino é inserido na base de dados do SISBOV – MAPA! Tudo está parado! Como ficará a oferta de bois rastreados aos Frigoríficos Exportadores, quando este Tzunami chegar na praia deles? Vai faltar boi? Grato!
Caro Vantuil,
Acreditamos que o novo SISBOV vem a somar, embora em alguns pontos existam divergências, outros trazem uma maior segurança a cadeia produtiva.
Um item bastante discutido e que acaba causando algum transtorno é o DIA, para quem utilizar brinco eletrônico será substituído, porém, ainda não recebemos informações de que tipo de sistema devemos adquirir, ou mesmo indicar a nossos fornecedores para que os mesmos possam se estruturar.
As Inspetorias tem um papel muito importante nesse novo sistema, como elas estão sendo trabalhadas? Pois para termos 100% da propriedade certificada dependeremos que esse trabalho seja feito com muita agilidade e eficiência.
Tenho acompanhado algumas auditorias da União Européia, e o que eles preocupam-se muito é com a mistura de animais rastreados com animais não rastreados, com a obrigatoriedade de 100% rastreado isso irá acabar.
Quanto à leitura do brinco pelo frigorífico, imaginemos que aceitem que seja efetuada a baixa no SISBOV na calha de sangria, quanto tempo isso retardaria a Sala de Abate, esses dados devem obrigatoriamente entrar dentro da Indústria corretos, acredito que a melhor forma é a baixa pelo DIA no dia anterior ao abate, como é feito hoje, pois, várias vezes temos paradas que atrapalhariam o andamento da fábrica.
Ainda quanto à baixa pelos brincos, lembramos que em especial o tipo de gado criado no RS cria uma camada cerosa no brinco, e que muitas vezes o leitor óptico não consegue passar por essa camada, o que dificultaria consideravelmente esse processo, tornando-o mais lento, pois os brincos teriam que ser higienizados.
Um item que muitas vezes acarreta em desistência de alguns produtores quanto à rastreabilidade, é o custo da certificação, hoje os frigoríficos que trabalham visando exportar sua produção, sabem que esses mercados exigem vários tipos de Certificações, e que as mesmas acabam sendo diluídas na produção, só atingindo mercados diferenciados quem tiver um alto padrão de qualidade, e a rastreabilidade hoje é a base para esses programas.
Entendemos que esse novo sistema se bem aplicado, e devidamente auditado pelo MAPA e Certificadoras, é um belo modelo, mas muitas regras não poderão ficar apenas no papel, nem serem ditadas por pessoas que estão em gabinetes e não tem o conhecimento prático das rotinas campesinas e fabris.
att.
Chico
Resposta do autor
Realmente Sr. Azambuja a coisa ficou feia. Veja o Sr. que somente no dia 31/01/07 ficaram liberadas realmente a solicitação de números do SISBOV, cadastros e segundo me consta até a inclusão de animais, o que é mais importante. Ontem havia entrado no novo SISBOV, cerca de 190 propriedades novas ERA, o que é um número razoável para um dia e meio de funcionamento total, conforme informação que recebi durante nossas trabalhos frente na Câmara Setorial da Carne.
É claro que a oferta vai diminuir haja vista que a média mensal de animais a entrarem na BND nos últimos tempos era de um milhão de animais, daqueles que estavam pronto para o abate em 90 dias. Cerca de três milhões de animais deixaram de entrar se formos por essa média, numero este que assusta. Esperemos que o mercado reaja a partir desta semana, mas parece que a conta desses quase 70 dias parados mais uma vez nós contribuientes deveremos pagar.
Caro Roberto Mesquita,
Agradeço sua pronta inteveniência, com interessante comentário sobre o aproveitamento de todo o controle executado no gado PO para fins de inclusão no sistema de certificação.
Gostaria de saber como podemos implementar essa sistemática de forma desonerada e menos burocrática: devo entrar diretamente em contato com a ABCZ? Devo solicitar ao SRG que execute a interface de dados? Será preciso cadastrar – e portanto pagar – também os animais que não serão destinados ao abate?
Acho que muita água ainda vai passar por baixo da ponte…
Tomara que os técnicos envolvidos encontrem uma saída racional para o meu caso, que também é o de milhares de pecuaristas que lidam com gado PO.
Eduardo Penteado Cardoso – Eng. Agronomo
Fazenda Mundo Novo – Nelore Lemgruber
Uberaba/MG
Após o Carnaval e com “nosso” Presidente tendo se manifestado de maneira brilhante a respeito da punibilidade aos 16 anos fica difícil pensar sério. Lembro de ter alertado os pecuaristas desde o início sobre o descasamento de idéias a respeito do valor da arroba de boi rastreado por parte dos frigoríficos e de nossa parte.
Também não vamos perder tempo com o vernáculo explicando o termo rastreabilidade. De novo cumpre-me lembrar fato ocorrido em propriedade próxima à nossa: gado comprado e proveniente do Paraguai (no início do processo) foi “brincado” e passou a ser rastreado enquanto o nosso nascido, criado e engordado na mesma propriedade se não pagássemos não seria rastreado.
Ainda o próprio missivista fala da participação dos agentes nas reuniões; pena que fomos representados pela CNA. Mas otimista temos que ser sempre e talvez um dia sejamos valorizados pela evolução genética com a conseqüente redução na idade de abate que conseguimos alcançar.