Efeito da cor e da espessura do filme de polietileno nas condições da ensilagem e qualidade da silagem de milho
17 de junho de 2003
Países de unem para pesquisar EEB
20 de junho de 2003

O papel das associações de produtores de carne e sua importância na cadeia produtiva

Por André Galassi Gargalhone1

Parabéns a todos que se manifestam no intuito de buscar soluções para o setor, trazendo pra si os benefícios esperados em suas atividades.

E é exatamente com esse objetivo que surgem as associações de produtores com uma missão muito forte de equilibrar as diferenças entre os setores da cadeia produtiva da carne e estabelecer no final dela o maior ganho pra todos nós; Fazer com que o consumidor final continue comendo carne bovina e que continue tendo preferência de compra deste produto, pagando o valor devido a ele.

Um ponto importante nesse processo todo é a relação que deve ser mantida em condições de igualdade entre a produção e os outros setores da cadeia. Essa interdependência é necessária. O que não pode acontecer são eternas quedas de braço e disputas para saber quem ganha mais. Se isso continua acontecendo não vai haver algum setor que ganhe mais, e sim todos eles ganhando menos.

Porém são necessárias ações mais efetivas no sentido de se estabelecer relações de ganha-ganha com a indústria frigorífica e o varejo. Não há dúvidas que os setores fora da “porteira” também tem interesse em priorizar programas de qualidade na produção de carne, eles também ganham com isso. Se nós produtores ainda não conseguimos estabelecer condições firmes e benéficas de negociação é porque falta um entendimento entre o que quer cada setor, e nesse contexto surgem as câmaras setoriais da carne para tornar justa as decisões e direcionamentos.

A força de negociação do elo mais despreparado para isso (o setor produtivo) pode vir através dos trabalhos das associações de produtores como a ABNP (associação brasileira de novilho precoce) e as estaduais.

“Unir” a classe produtiva para criar melhores condições de comercialização não pode ter um sentido inibitório para os outros setores, ele deve fazer o papel de complementariabilidade, criando atributos ao produto carne que possam ser percebidos pelo consumidor final.

Vale lembrar que só manteremos a perenidade das relações (e dependemos delas!!) se acharmos um ponto justo para todos os elos e que no final do processo manda o consumidor. O varejo e a indústria já sabem o que eles querem e a onde eles estão. O pecuarista ainda não, e se engana quem acha que isso não é obrigação do setor produtivo. Independente do motivo para se criar um programa nacional de rastreabilidade e de como ele está sendo conduzido, ele é uma grande ferramenta e cria grandes oportunidades as quais podemos juntar com os grandes diferenciais que o Brasil produtor de carne já possui.

Existem também ameaças? Claro que sim, mas transpô-las depende da nossa capacidade de tirar proveito de tudo que pode ser ruim para o processo como um todo.

Será que precisamos de mais indicativos que estamos no caminho certo??

Será que o que falta não é organizarmos nossas ações em prol do desenvolvimento do setor?
_____________________________
1André Galassi Gargalhone é pecuarista, diretor da ABNP, médico veterinário (CEPRA consultoria)

0 Comments

  1. Otavio Cesar Bucci disse:

    Gostaria de parabenizar o colega Andre Galassi pela sua feliz e brilhante colocação em relação a cadeia produtiva da carne, pois é exatamente isto que ocorre ou seja, o pecuarista acusa o frigorífico de estar lesando-o e por isto não vale a pena produzir um animal bem acabado já quenão vai receber nada a mais por isto.

    Do lado do frigorífico a conversa é mais ou menos a mesma, não se faz uma valorização de carcaça do animal porque isto implicaria um adicional no preço que não estão dispostos a pagar, e por isto jogam todos os animais na vala comum, não importando qualidade de carcaça, muito embora repassem no preço final para o consumidor a qualidade da carcaça.

    E por último metem a mão com vontade no peso, que é outra vergonha, pois um elo importante da casdeia da carne, deveria ter um comportamento mais condizente com sua importância

    É logico que não podemos generalizar pois existe gente séria também, e é com este pesoal sério seja produtor, seja frigorífico, seja revendedores e órgãos representativos de consumidores que se deve estabelecer a relação ganha-ganha citada pelo colega, pois daí surgirá uma aliança no sentido de melhorar a qualidade do produto final com ganho para toda cadeia, algumas tentativas neste sentido vem sendo implantadas, ou seja alianças entre pecuaristas, frigoríficos, supermercados, e embora sejam ainda muito tímidas e restritas, já é um bom começo e acreditamos que vão florescer e frutificar.