Exportações de carne bovina dos EUA caem ao menor nível em cinco anos em julho
2 de outubro de 2025

O truque americano que transformou vaca leiteira em boi de corte

Nos Estados Unidos, o Beef on Dairy se consolidou como uma solução prática e lucrativa.

O problema inicial era simples: o bezerro Holandês macho, nascido em fazendas leiteiras, tinha pouco valor de mercado, sendo vendido entre 150 e 200 dólares. Com baixa procura e carcaça desvalorizada, era visto quase como um peso morto dentro da atividade leiteira.

A virada veio quando produtores passaram a utilizar sêmen sexado para garantir fêmeas destinadas à reposição e, no restante do rebanho, inseminar com raças de corte, principalmente Angus.

O resultado foi imediato: um bezerro cruzado passou a valer perto de 800 dólares já ao nascer, quase quatro vezes mais do que o bezerro leiteiro puro.

Além do valor, o cruzamento trouxe ganhos em marmoreio, conformação de carcaça e eficiência alimentar, tornando esses animais muito mais atrativos para os confinadores. Segundo Marcelo Manella, o Beef on Dairy não é uma tecnologia revolucionária, mas uma oportunidade econômica inteligente que se espalhou pelos Estados Unidos.

No Brasil, o modelo encontra limitações por conta da escala da pecuária leiteira. São poucas as fazendas com mais de mil vacas, o que reduz a possibilidade de impacto imediato.

No entanto, um movimento recente mostra que a ideia começa a ganhar corpo no país. Durante a Expointer 2025, a Associação Brasileira de Angus lançou o Selo Beef on Dairy, certificando cruzamentos de Holandês e Jersey com touros Angus. O objetivo é gerar carne premium, diversificar a renda dos produtores de leite e ampliar a oferta de cortes diferenciados no mercado.

Este conteúdo faz parte do BeefPoint Podcast – Histórias do Agro nos EUA, onde Miguel Cavalcanti conversa com Marcelo Manella, Diretor Técnico da SilvaFeed Brasil.

👉 A entrevista completa vai ao ar no YouTube no dia 03/10 às 12h.
Assista aqui:

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