Nesta década, os preços das carnes devem sofrer uma elevação de até 30% e os dos cereais poderão ter um acréscimo de 20%, segundo o relatório Perspectivas para a Agricultura 2011-2020, divulgado na última sexta-feira (17) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). A alternativa para evitar esse prognóstico, de acordo com os órgãos, é investir mais no campo.
Nesta década, os preços das carnes devem sofrer uma elevação de até 30% e os dos cereais poderão ter um acréscimo de 20%, segundo o relatório Perspectivas para a Agricultura 2011-2020, divulgado na última sexta-feira (17) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). A alternativa para evitar esse prognóstico, de acordo com os órgãos, é investir mais no campo.
Em relação às commodities agrícolas, porém, a tendência é que ocorram boas colheitas permitindo a queda dos preços no período de 2011 a 2020 – o contrário do que ocorreu desde o começo deste ano. Os preços altos das commodities afetaram a cadeia alimentar, elevando a inflação e os valores pagos pelos consumidores na maior parte do mundo.
Nos últimos meses, as autoridades mundiais advertiram sobre a elevação dos preços dos alimentos e apelaram para que os governantes buscassem medidas para atenuar os efeitos sobre os consumidores – principalmente os que vivem em países em desenvolvimento.
“Em geral, os preços mais altos são uma boa notícia para os agricultores, mas há impacto sobre os [mais] pobres que vivem nos países em desenvolvimento e que gastam a maior parte de sua renda em alimentos e isso pode ser devastador”, disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.
Para Gurría, é fundamental que os governos passem a informar de forma mais transparente as populações sobre as relações de mercado. Também defendeu mais investimentos e estímulos para a produtividade nos países em desenvolvimento. “[É necessário] suspender a produção e as políticas que distorcem o comércio para ajudar os mais vulneráveis para melhor gerir o risco e incerteza”, disse ele.
O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, afirmou que, no mercado atual, a volatilidade dos preços pode continuar a ser uma característica do setor agrícola, por isso ele defendeu a adoção de “políticas coerentes”. “A solução-chave para o problema será o aumento de investimentos na agricultura e o reforço no desenvolvimento rural nos países em desenvolvimento”, disse.
A matéria é de Renata Giraldi, da Agência Brasil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Isto pode vir a ser um grande problema,será que a renda da população mundial,sobre tudo dos países mais pobres acompanhará tal inflação?
As perspectivas são de que o mundo tenha até 2.050 – 9 bilhões de pessoas,e ai?Teremos condições de alimentar toda esta população?
Ao final desta década teremos algo em torno de 7,5 bilhões de habitantes em nosso planeta,já temos grandes problemas com especulações nas commodities alimentícias,pode este valor estimado de 30% de aumentos ser ainda maior se não houver políticas adequadas por parte dos governos do mundo.
É necessário que estes países comecem a criar serias regras para este setor.
Estas regras também precisam definir o quanto e como o fomento publico deve agir.Para haver,como temos atualmente no Brasil,grandes disparidades e desigualdades patrocinadas pelos governos,exemplo clássico no setor de proteínas animais.
Não sei se países como o nosso terá a necessária seriedade para tal.
Saudações,
EVÁNDRO D. SÀMTOS.
A notícia aparentemente estimulante para os pecuaristas pode não ser tão boa assim. Vejam bem, 30% de alta real no preço da carne em 10 anos representa 3% ao ano, se o aumento fosse linear. Mas para um análise criteriosa interessa o aumento exporencial, que deve ficar em pouco mais de 2% ao ano. Além disto historicamente os aumentos reais da carne nunca são integralmente repassados para o boi gordo. Um boa parte fica com frigoríficos e varejistas. E para esta provavel alta de preço da arroba do boi gordo melhorar a rentabilidade da pecuária é preciso que a alta de custos seja inferior. E dois dos principais insumos da atividade provavelmente terão altas reais tb: os grãos e o custo da mão-de-obra. Não duvido que os preços da carne subam 30% nesta década e nosso lucro continue igual. Para melhorar a rentabilidade da atividade pecuária é melhor contarmos com a melhora da eficiência da operação que com a elevação dos preços.