Durante a semana, os indicadores de boi gordo continuaram em alta. No entanto, frente a um aumento de oferta, que possibilitou alongamento nas escalas, inicia-se uma pressão de baixa por parte dos frigoríficos. Com as compras melhores no MS e nas regiões mais ao norte do país, a maioria dos frigoríficos já tem ofertado preços mais baixos aos pecuaristas, na tentativa de frear a alta da arroba.
Durante a semana, os indicadores de boi gordo continuaram em alta. No entanto, frente a um aumento de oferta, que possibilitou alongamento nas escalas, inicia-se uma pressão de baixa por parte dos frigoríficos. Com as compras melhores no MS e nas regiões mais ao norte do país, a maioria dos frigoríficos já tem ofertado preços mais baixos aos pecuaristas, na tentativa de frear a alta da arroba.
Em São Paulo, alguns frigoríficos saíram das compras ou estão pagando preços bem abaixo dos negócios realizados na semana passada. Podemos dizer que neste momento a indústria paulista está sendo abastecida com boi do MS. O que irá dizer se o preço da arroba realmente irá recuar a partir de agora e qual o tamanho desse recuo, é quantidade de animais de pasto que serão ofertados daqui para frente.
O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 77,29/@, alta de 0,61% na semana, uma variação bastante tímida se comparada a valorização registrada na semana anterior, quando o indicador subiu 4,42%. Em relação ao mês passado o indicador teve aumento de 14,11%. O indicador a prazo também se valorizou em ritmo mais lento (+ 0,62%) sendo cotado a R$ 78,08/@.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e a prazo
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Segundo o leitor do BeefPoint, Rodrigo Petri Cereser, no Rio Grande do Sul, os preços do boi gordo e do terneiro estão estabilizados. E do Rio de Janeiro, Fernando Silveira Ferolla, comenta, “o mercado em Macaé segue fraco com poucos negócios, o preço do boi gordo, castrado com 16@ é de R$ 71,00, com prazo de 30 dias”.
Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 28/11/2007
Wilson Tarciso Giembinsky, leitor do BeefPoint, de Paracatu/MG comenta que “a procura por animais de reposição tanto macho como fêmea anda grande e a oferta pequena”. “Toda semana tem gente querendo comprar bezerros, mas o preço ainda não está bom. Os insumos subiram muito e por aqui ainda não choveu, continuo dando sal proteinado para o gado e complementado as dietas com ração. O sal proteinado em maio custava R$26,60 hoje custa R$33,60 o saco de 40kg, a ração custava R$16,80 hoje custa R$23,90 o saco de 40 kg. Em março de 2004 vendi vaca a R$ 54,00/@ livre e boi a R$ 60,00/@ livre o resultado final era melhor que hoje, os insumos eram mais baratos e a mão de obra também”, acrescenta Giembinsky. Envie também comentários, através do sistema de cartas, sobre preços de boi gordo e animais de reposição ou fatos que têm influenciado o mercado na sua região.
Na BM&F, com exceção de outubro/08, todos os vencimentos acumularam baixa na semana. Este recuo já é um reflexo do aumento da oferta no mercado físico. O primeiro vencimento, dezembro/08, fechou a R$ 72,56/@, nesta quarta-feira, com variação negativa de R$ 0,25 em relação ao fechamento dia último dia 28. Os contratos com vencimento em janeiro/08 acumularam baixa de R$ 2,62, na semana, fechando a R$ 67,09/@. Outubro/08 teve alta de R$ 0,10, fechando a R$ 68,10/@, no pregão de ontem.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 28/11/07 e 05/11/07
O preço médio da carne bovina in natura exportada continua subindo e em novembro ficou em US$ 3.108/tonelada, alta de 0,8%. Em relação a novembro de 2006, quando o preço médio foi de US$ 2.752/tonelada, a valorização foi de 12,92%.
Tabela 1. Exportações de carne bovina in natura
Após a visita dos europeus, o Mapa publicou novas mudanças nas regras de trânsito animal para adequar o sistema às exigências da União Européia. Em respostas as mudanças, várias entidades de classe e associações de produtores passaram a se reunir para discutir as novas regras e propor ajustes.
No MS, entidades de classe, representantes dos pecuaristas e frigoríficos unem-se para propor mudanças ao sistema de rastreabilidade e melhorar o Sisbov. Na semana passada, foi redigido um documento apresentando os problemas enfrentados pelos pecuaristas do Mato Grosso do Sul em aderir ao sistema e cumprir com as novas exigências e sugerindo mudanças nos prazos e em alguns requisitos para tornar viável a migração para o “novo Sisbov”, que foi enviado ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. Leia mais.
No Mato Grosso, a Famato, irá monitorar os números do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Sisbov para tentar detectar e sanar as possíveis diferenças entre os dois bancos de dados.
O presidente Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária, Júlio César Ferraz Rocha, esclarece “precisamos de regras mais claras e práticas que atendam o interesse do produtor. Medidas mais simples e objetivas que atendam as recomendações da União Européia”.
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É uma vergonha e uma falta de unidade dos pecuaristas face as chantagens dos frigoríficos e compradores.
Na minha região, até 10 (dez) dias atrás, estavam pagando R$70,00 @ do boi e até de vaca gorda. Hoje, foi só sair as notícias de esfriamento de compra por parte de frigoríficos nos grandes centros que os mesmos compradores de R$70,00 e R$65,00, da minha região, só querem pagar R$60,00 no boi e R$55,00 na vaca nelores, isto, se estiverem muito gordos.
A culpa maior é nossa, produtores, que fazemos o jogo dos compradores e entregamos nossos produtos a preço de banana. É simples, contabiliza os altíssimos custos que tivemos durante a estiagem desse ano que foi prolongada, mão de obra, e diga-se de passagem, ruim e difícil, e demais custos. Não estão fazendo nenhum favor em pagar a @ a R$70,00. É o preço que minimiza os custos, mais que ainda não atinge a meta desejada.
Oh minêro, toma vergonha, e para de ficar feito carangueijo andando para trás. Segura seu boi rapaz, divulga esta mensagem, e vamos juntos dizer quanto que nosso boi vale, não é assim em qualquer lugar que você entra para comprar? Ou quando você entra na loja é você, comprador, que dá o preço.
Toma jeito sô! Vamos deixar essa gente sem boi. Deus está abençoando com as chuvas. Essa turma já ganhou muito nas nossas costas durante o ano todo. Chega de apanhar. Quem gosta de apanhar, segundo o dito popular, é mulher de malandro.
A Rússia acabou com o embargo à carne brasileira, o inverso já iniciou cedo nos EUA e os frigoríficos têm que cumprir contratos. Não cai no jogo deles não sô.
Segura o boi meu chapa. Vamos aprender a ser unidos e fazer bem o dever de casa. Quem muito abaixa, diz a minha mãe, mostra o que não deve.
Segura o boi.
O preço boi gordo subiu e dos insumos também, acredito que a alta da arroba não vem de encontro com maior lucro ao setor primário, mas sim para atender a necessidade dos custos de produção.
Por isso os preços se manterão, e a taxa de reposição não sofrerá grande alteração no ano de 2008. Grandes lucros teve com quem iniciou investimento do mês de junho onde saímos de uma arroba de boi gordo de R$ 50,00 e de vaca gorda R$ 44,00, em setembro R$ 60,00 – R$ 55,00, e agora em novembro R$ 70,00 – R$ 64,00, respectivamente arroba de boi gordo e de vaca gorda, assim sendo, o benefício está na valorização da arroba adquirida e não no custo de produção.
Meu caro Nilson Jorge de Moraes, para mim não é novidade alguma constatar a esperteza de um mineiro em comparação com a maioría das outras raças, pois meu pai também é mineiro uai! E o bicho é liso.
Você não podería ter se expressado melhor em tão poucas palavras, um sentimento a que eu venho digerindo já a algum tempo e não consigo engolir.
Eu sou um mini micro pecuaristazinho, e na minha pequenez e falta de recursos, tenho a absoluta certeza, de que consigo sobreviver sem vender por um ano, talvez apertando um poquinho mais, até dois anos, nenhum dos meus boizinhos que eu cuido com tanto carinho.
Agora, imagina só, aqueles “bom da boca” que tem mil, dez mil, talvez até mais, bois no pasto, se eles vão se apertar em ficar um ano ou dois sem vender boi?
Vamô abri a cabeça desse povo, e convencê-los a fazer uma experiência!
Daqui para frente a oferta de bovinos para abate [face ao enorme abate de fêmeas no passado recente] deverá ser “da mão para a boca”; isto é, uma oferta mais ajustada à demanda. Este movimento baixista da @ orquestrado pela indústria só terá sucesso se os produtores se apavorarem e acharem que está sobrando boi no pasto. É pagar para ver
Incialmente gostaria de parabenizar a equipe beefpoint pelo excelente artigo. Creio que só veremos realmente o aumento dos preços no final do período chuvoso, onde teremos muita oferta de boi gordo. Na minha opinião teremos bons preços, porém com custos mais altos. A eficiência do sistema e o profissionalismo na gestão serão as ferramentas chaves da pecuária.
Caros colegas pecuaristas.
Estou plenamente convicto que as opiniões expressadas por Nilson Jorge de Moraes e Agnaldo Alves são muito acertadas. Sempre dependi da pecuária para honrar meus compromissos, entretando se nós pecuaristas aceitarmos os preços impostos pelos frigoríficos, nossa situação jamais irá mudar.
Só não existe corporativismo na pecuária de corte brasileira, não há pressão em senadores, não há cooperativas atuantes. Temos que ser mais unidos.
Vamos aproveitar e não vender gado agora. Se vender, em pequenas escalas.
Apoio totalmente as opiniões dos colegas que me antecederam neste espaço. Realmente não somos obrigados a vender o boi se não temos urgência.
Sugiro segurarmos o animal no pasto o que agora se mostra promissor. A suplementação pode ser regulada, mantendo o animal saudável e pronto para o abate a qualquer momento.
Nós é que sabemos o quanto nos custou “terminar” o boi, portanto quem deve dizer por quanto o boi deve ser vendido somos nós e não o comprador.
Ao invés de ir para a Europa nesto ano, deixe para 2008; não compre caminhonete nova neste ano, deixe para 2008. Apenas espere pacientemente e com certeza poderá fazer a reposição adequadamente.
Gostaria de aproveitar a oportunidade para solicitar explicações: por que, enquanto a cotação vislumbra um valor, na mesma região frigoríficos especulam preços aviltantes e longe da realidade?
Notamos até um certo desdém pela oferta do nosso produto quando eles esticam a escala para dez dias por exemplo.
Parabéns ao ” BeefPoint” pela maneira como conduz o “site”.
Ô goianada,volte lá atrás e leia o conselho do Sr. Nilton Jorge e perceba que a cadeia produtiva sem união não vai a lugar nenhum.
Não vamos nos deixar levar a esse pensamento de que o preço atual já chegou ao patamar ideal, sendo que o preço já vinha defasado há tanto tempo que nos inibiu os investimentos necessários para a própria manutenção da propriedade.
Sendo assim, ensejando rendimentos dos quais nos permitem ao menos nos mantermos na atividade, vamos seguir o conselho do Sr. Nilson. Retenhamos o nosso produto para que se dê valor nele; do bezerro ao boi gordo.
Como já disse e redisse nosso grande e valoroso líder Deputado Ronaldo Caiado, que por sinal tambem é goiano “Queixada fora do bando é comida de onça”.
Um abraço a todos os Produtores rurais deste Brasil!
Desde já, desejo um Feliz Natal e um Próspero ano Novo!
Concordo com as opiniões dos produtores que me antecederam, precisamos sim adotar uma postura um pouco mais firme frente aos especualdores que cada vez mais acumulam fortunas com estas jogadas oportunistas.
Vocês estão sabendo que o fosfato bicalcio utilizado na fabricação de sal mineral subiu mais de 20% em janeiro e está com alta já prevista para mais de 20% também em fevereiro e se cogita mais alta?
Via de regra quando ocorre qualquer melhora nos preços dos produtos agropecuários todos os insumos e itens afins aumentam na mesma proporção ou até mais, porém, quando ocorre o inverso, alguém pode me esclarecer se os produtos utilizados para a produção agropecuária também tem o mesmo comportamento?
Não é fácil.
Sem mais, queiram aceitar nossas saudações cooperativistas.