Oferta de carne bovina brasileira reduz procura de carne uruguaia pela Rússia

O aumento do interesse da Rússia pela carne bovina uruguaia durou pouco, pois o interesse dos importadores voltou a cair essa semana, em certa medida, assustados pelo forte volume de carne brasileira que chegou ao mercado.

Há uns 10 dias, os brasileiros pisaram no acelerador e chegaram ao mercado com sua carne, à qual se soma as vendas de cortes do Paraguai. Hoje, os russos têm muito volume de carne brasileira e baixaram o interesse na carne uruguaia, disse o diretor da empresa Mirasco Meat, que tem forte presença no mercado russo, Sami Ragy.

Os frigoríficos paraguaios também estão vendendo muito mais volume ao mercado russo, pois, para eles, esse passou a ser um destino importante. No mercado russo, a carne paraguaia marcou uma forte presença antes da reabilitação do mercado do Chile e mantém sua presença.

Por outro lado, a Agência Federal de Controle Veterinários e Fitossanitário da Rússia, conhecida como Rosseljoznadzor, confirmou ao Uruguai que os 19 frigoríficos que já estão habilitados para vender cortes bovinos congelados também o estão para enviar cortes resfriados, além de ampliar-se o prazo de vencimento da carne. O anúncio da habilitação do Uruguai para entrar com cortes resfriados foi divulgado em primeiro de julho, mas nessa semana, chegou a notificação oficial.

A princípio, esperava-se a possibilidade de que o Rosseljoznadzor enviasse uma missão sanitária para que revisasse as plantas, mas, mostrando uma forte confiança na sanidade e nas certificações do Uruguai, confirmou-se por escrito a habilitação sem a necessidade de uma nova auditoria.

No mês passado, o diretor geral de Serviços Pecuários, Francisco Muzio, tinha adiantado que a entrada de cortes resfriados e a ampliação dos prazos de validade da carne era o principal problema que impedia de fazer negócios. A indústria de carnes esperava que a resolução chegasse por escrito antes de fazer possíveis negócios de exportação, para não ter problemas com os embarques.

Segundo vários operadores e industriais, o mercado de carne resfriada do Uruguai é muito pequeno, mas a habilitação abre uma nova oportunidade de negócios, porque também se ampliou o prazo de vencimento da carne; estendeu-se entre 90 e 120 dias.

A oportunidade de entrar no segmento de cortes bovinos resfriados abre a possibilidade aos frigoríficos uruguaios de colocar produtos de maior qualidade, porque geralmente, enviam-se cortes de maior valor.

Comentário BeefPoint: Como o Uruguai tem acesso a mercados que o Brasil não tem, ele pode direcionar melhor seus produtos. Com isso, a redução de preços é menos necessária, conseguindo vender, na média, carne a preços melhores que o Brasil.

Fonte: El País Digital traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.