Mercados Futuros – 08/08/07
8 de agosto de 2007
Mercado continua firme, em RO boi cotado a R$ 54,00
10 de agosto de 2007

Ofertas reduzidas garantem semana de alta do boi gordo

A falta de ofertas continua durante a entressafra do boi gordo, e o mercado tem uma semana de alta com valorização das cotações em todas as regiões do país. Os frigoríficos trabalham com escalas bastante reduzidas e precisam aumentar os preços pagos ao produtor para efetivar negócios e manter as indústrias em funcionamento. Do outro lado, o produtor que possui animais prontos para o abate segura seus lotes e negocia, na esperança de preços melhores.

A falta de ofertas continua durante a entressafra do boi gordo, e o mercado tem uma semana de alta com valorização das cotações em todas as regiões do país. Os frigoríficos trabalham com escalas bastante reduzidas, e quem não anunciou férias coletivas precisa aumentar os preços pagos ao produtor para efetivar negócios e manter as indústrias em funcionamento. Do outro lado, o produtor que possui animais prontos para o abate segura seus lotes e negocia, na esperança de preços melhores.

Depois do valor recorde alcançado no dia primeiro deste mês, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista não parou mais subir e foi cotado, nesta quarta-feira, a R$ 64,55/@. Alta de 1,96% em relação a semana passada, no mesmo período em 2006 a arroba estava valendo R$ 56,25, valorização de 14,76%. Com o dólar a R$ 1,886, a alta do indicador em dólares (US$ 34,23/@) foi de 1,9%.

A relação de troca também melhorou durante essa semana, pulando de 1:2,34, no dia 01/08, para 1:2,37, nesta quarta-feira. Essa elevação ocorreu porque o indicador de boi gordo se valorizou 1,96% enquanto o indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista subiu 0,69%, sendo cotado a R$ 449,16/cabeça.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


No mercado físico, é a pouca oferta que vem ditando as altas nas cotações da arroba, durante a semana foram registradas altas em todas as regiões levantadas pelo BeefPoint. Assim como em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, os frigoríficos gaúchos também estão suspendendo o abate por falta de gado gordo e preço alto. A ociosidade chega a 80% da capacidade instalada no estado. Pelo menos quatro estabelecimentos estão parados e outros 25 operando em patamares mínimos de produção.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 01/08/2007



Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

Para completar as curtas escalas muitos frigoríficos estão se rendendo ao abate de vacas, provocando aumento significativo também nos preços das fêmeas. Segundo informantes do BeefPoint, nos frigoríficos paulistas mesmo com a alta nos preços, alguns estabelecimentos estão trabalhando com 50% de suas escalas de abate com fêmeas.

O leitor do BeefPoint, Albano Expedito Penteado Borges, comenta, “a arroba da vaca aqui em Cuiabá/MT é negociada em R$ 54,00 à vista. E as escalas estão em torno de 3 dias com pouca oferta”. Para acompanhar a situação do mercado da vaca gorda leia, “Vaca gorda: com poucos lotes ofertados alta continua“.

Muita procura e poucos lotes ofertados, é dessa maneira que se resume o mercado de reposição em todo Brasil. Com os preços do boi gordo subindo e a maioria dos pecuaristas animados, na espera de novas altas, a procura por bezerros e garrotes está se intensificando e quem ainda possui lotes para venda também está valorizando seus produtos.

As exportações de carne bovina in natura terminaram o mês de julho com quantidade e receita inferiores ao registrado no mês anterior. Porém o valor por tonelada de carne enviada ao exterior, US$ 2.691/ton, teve aumento de 3,98% em relação a junho.

Tabela 3. Exportações de carne bovina in natura


No mês passado foram exportadas 97.500 toneladas de carne bovina in natura, diminuição de 7,5% em relação as 105.400 toneladas embarcadas no mês de junho. Se comparadas com julho de 2006 a redução foi 15,55%. Em termos de receita, os US$ 262,40 milhões de julho foram 3,81% inferiores ao total arrecadado com as exportações no mês anterior e 9,83 menor do que a receita de julho de 2006, quando o valor foi de US$ 290,99 milhões.

Gráfico 1. Exportações de carne bovina in natura de janeiro 2004 a junho 2007


No atacado da carne bovina, as cotações do traseiro (R$ 5,00) e dianteiro (R$ 3,00) permaneceram inalteradas. A ponta de agulha teve valorização de 3,70%, sendo cotada a R$ 2,80, o equivalente físico ficou em R$ 59,01/@. A diferença (Spread) entre indicador de boi gordo e equivalente físico é de R$ 5,54/@, este valor está bem próximo da média dos 7 primeiros meses de 2007 que é de R$ 5,7/@.

Gráfico 2. Spread entre indicador Esalq/BM&F boi gordo e equivalente físico


Na última sexta-feira foi confirmado um foco de febre aftosa no Reino Unido. O governo britânico criou uma zona de exclusão de três quilômetros e uma de vigilância de 10 quilômetros na área que circunda a fazenda. Além disso, o comércio e o transporte de suínos, ovinos e bovinos foi suspenso em todo o país. Autoridades inglesas suspeitam que a circulação do vírus teve origem em laboratórios da região que produzem vacinas contra aftosa.

Mesmo com a confirmação do foco de aftosa na Inglaterra e a suspenção das exportações inglesas por diversos mercados, o reflexo na exportações brasileiras não deve ser muito significante. Em notícia publicada pelo Jornal o Estado de São Paulo, o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, lembrou que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) determina que, caso não exista risco de escape do vírus da aftosa, o restante do país pode manter as exportações. Além do que, este tipo de acontecimento pode ter impacto negativo no consumidor final, podendo significar diminuição no consumo de carne bovina.

Durante esta semana a Rússia suspendeu o embargo a 7 frigoríficos que estavam proibidos de exportar para o país. Apesar de algumas plantas ainda estarem fechadas essa liberação pode promover aumento do volume exportado, visto que a Rússia é um dos principais destinos da carne brasileira.

André Camargo, Equipe BeefPoint.

Como está o mercado de reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?

Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo.

0 Comments

  1. Frederico José Souto de Freitas disse:

    Ótimas notícias!

    Que se mantenham assim os preços, ou melhor, que subam ainda mais, para felicidade dos produtores. Alguém poderia me responder uma coisa.

  2. José Leandro Olivi Peres disse:

    Fazia muito tempo que eu não via o invernista com calculadora na mão, aqui no norte do Mato Grosso até que enfim o bezerro desatrelou do boi, portanto chegou a hora do criador, sendo também a procura por garrotes e boi magro muito alta pelos confinadores. Resumindo a recria está com dias contados.