Guilherme Marques, Diretor Nacional de Saúde Animal (DSA) escreveu uma carta divulgando que a OIE alterou o status sanitário brasileiro para risco insignificante de vaca-louca nesta terça-feira (22). Leia na íntegra:
“Prezados e prezadas
Venho por meio deste informá-los que, hoje a Assembléia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE aprovou por unanimidade a elevação do Brasil para risco insignificante da BSE, vulgo, vaca louca.
Sei, e como sei, que essa classificação tem sido buscada por todos nós a muitos anos, e gerará benefícios à nossa sociedade.
Não tenho como expressar minha sincera gratidão pelo compromisso de vocês e todos os profissionais envolvidos nessa cruzada para chegarmos até aqui.
Grato ao DIPOA, DFIP, CGAL, e órgãos estaduais de defesa agropecuária, bem como a própria SDA/ MAPA, pois todos são responsáveis pela citada conquista bem como pela sua manutenção.
Ressalto ainda que nosso compromisso passa a ser ainda maior, cabendo a cada um dos setores envolvidos responder pelas informações depositadas na OIE.
Faço um agradecimento especial à CRHE/CGCD que ficou a frente desse tema, como a todos os integrantes do Comitê Científico das EETs pela relevante e essencial colaboração.
Favor fazer chegar essa mensagem aos profissionais citados.
Respeitosamente,
Med. Vet. Guilherme Marques
Diretor Nacional de Saúde Animal
DSA/SDA/MAPA”
A ABIEC também soltou uma nota sobre a elevação do status de risco:
OIE eleva o status da carne brasileira para a vaca louca
O Ministério da Agricultura anunciou nesta quarta-feira (23) a mudança de status sanitário do rebanho bovino brasileiro em relação à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também conhecida como “doença da vaca louca”. A confirmação ocorreu durante a 80ª Sessão Geral da Assembléia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), em Paris. “A mudança de risco do Brasil para insignificante em relação à vaca louca é uma vitória para todo o setor envolvido na cadeia produtiva da pecuária brasileira, e mostra a evolução dos controles sanitários do país e o engajamento do Ministério da Agricultura na solução dos nossos impasses”, afirma Fernando Sampaio, diretor-executivo da Associação Brasileida das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
A alteração favorecerá a retomada do mercado de tripas para a União Europeia – estimado em US$ 100 milhões anuais – e de carne in natura com osso para países que hoje vetam a entrada de produtos brasileiros, com o argumento de o país estar classificado como risco controlado. A Turquia, por exemplo, que se enquadra nessa situação, consome US$ 250 milhões em carne bovina anualmente. “Nosso status trazia dificuldades adicionais nas negociações internacionais para abertura e manutenção de mercados e desconfiança em relação a controles estabelecidos, o que gerava também um grande problema de imagem para o País. Esta evolução possibilita ao setor continuar sua trajetória de sucesso como um grande fornecedor mundial de carne bovina, com benefícios para toda a sociedade”, completa Sampaio.
O Brasil nunca registrou casos de “vaca louca”, pois, além de ter a maior parte do seu rebanho criado à pasto, aplica ainda medidas recomendadas internacionalmente de vigilância e de mitigação de risco, onde se ressalta a coleta de aproximadamente 23 mil amostras para o teste da Vaca Louca ao longo de 2004 a 2010 – intervalo mínimo solicitado pela OIE. Nos últimos sete anos também não houve nenhuma importação de bovinos vivos ou de farinha de ruminantes de países considerados de risco para a doença.
Fonte: Abiec
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4 Comments
Excelente notícia para o Brasil! Abre novas oportunidades de negócio. Nunca tivemos um único caso da doença em nosso rebanho por conta do nosso modo de produção à pasto e de fato merecemos o status de risco insignifcante.
E agora como fica todos os cuidados com o MRE e os esterelizadores de farinha de carne e osso?
Estou querendo saber como vai ficar os controles que foram adotados para evitar a vaca louca no Brasil.
Os frigorífico tiveram gastos para atender as normas, e agora não temos riscos?, vamos continuar fazendo os controles
Caro Moacyr,
Só perdemos por um período o status de risco insignificante por conta de alguns poucos animais importados no passado de países onde posteriormente foi detectada a doença. Mas as importações de animais destes países foram suspensas tão logo o problema foi detectado. E com o tempo os animais importados destes países deixaram de representar qualquer risco real. Nossos consumidores, internos e externos, podem ficar ainda mais tranquilos.