A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com sede em Paris, informa aos seus 166 países membros que o foco de febre aftosa descoberto no Amazonas, em Careiro da Várzea (AM), a 29 quilômetros de Manaus, não constitui nenhuma ameaça à qualidade da carne bovina exportada pelo Brasil.
Em seu site na internet, a organização explica que a propriedade onde surgiu o novo caso de doença detectado na Amazônia fica a mais de 500 quilômetros da divisa com os estados de Mato Grosso e de Rondônia, oficialmente declarados livres da doença pela entidade internacional.
O recente embargo à carne brasileira, anunciado pelas autoridades agrícolas da Rússia, portanto, contraria as recomendações transmitidas pela OIE a cada novo foco de aftosa em alguma área do mundo.
De acordo com as normas dessa entidade multigovernamental, fundada há 80 anos, um país com as dimensões do Brasil pode ter áreas oficialmente declaradas sem aftosa, enquanto outras permanecem consideradas de risco.
Os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de Rondônia, Tocantins, Bahia, Sergipe e Distrito Federal, que concentram cerca de 90% do rebanho bovino do País, já aparecem no site da OIE como livres dessa doença.
O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, perdendo apenas para o da Índia, onde restrições religiosas limitam a comercialização, e tornou-se o maior exportador de carne bovina, superando os Estados Unidos e a Austrália.
O governo brasileiro mantém a ambição de banir a febre aftosa de todo o resto do território nacional até o ano de 2007, porém com planos de não interromper a vacinação do gado.
Em sua reunião anual de 2000, a OIE homologou São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso, leste de Minas e o Distrito Federal como regiões livres de aftosa. O Mato Grosso do Sul precisou esperar mais um ano para entrar nesse pacote.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Luiz Carlos Ramos), adaptado por Equipe BeefPoint.