OMC discutirá uso de hormônios em reunião aberta ao público

Reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC) para discutir a disputa de 20 anos entre Estados Unidos, Canadá e União Européia (UE) sobre a chamada “barreira do hormônio” – relacionada ao uso de hormônios na produção de carne bovina – serão abertas ao público pela primeira vez.

A porta-voz do Escritório de Representantes Comerciais dos EUA, Neena Moorjani, disse que estava satisfeita com a decisão da OMC. “Nós temos defendido a abertura de reuniões na OMC há anos. As regras da OMC já permitem que as partes envolvidas se pronunciem publicamente. Audiências abertas ajudam a executar isso”. O pedido para abertura das reuniões foi feito por todas as três partes envolvidas na disputa.

Em 1985, a UE proibiu a importação de carnes oriundas de animais que tenham recebido hormônios promotores de crescimento, eliminando efetivamente a carne bovina dos EUA e do Canadá do mercado europeu, que tem um valor de aproximadamente US$ 100 milhões para os exportadores dos EUA, que enviam principalmente órgãos e miúdos, bem como cortes para suprir a cota Hilton.

O mercado da UE tem importância especial aos exportadores dos EUA porque os órgãos e os miúdos têm pequeno valor nos EUA, mas são bastante procurados na Europa.

A disputa tem se arrastado por vários anos. Em 1998, um painel da OMC determinou contra a barreira hormonal da UE e permitiu que os EUA e o Canadá impusessem sanções às importações européias para compensar pela perda do comércio.

Devido a essa determinação, a UE revisou suas regulamentações, mas a barreira continuou em prática. Em 2004, a UE fez uma petição à OMC, argumentando que as contínuas sanções dos EUA e do Canadá relacionadas à barreira por causa do uso de hormônios eram ilegais.

“Os EUA têm feito esforços para aumentar a transparência nos fóruns comerciais internacionais. Após a política dos EUA adotada pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio em 1947, anterior à OMC, os EUA foram o primeiro país a tornar públicas as disputas comerciais da OMC”, disse Moorjani.

Fonte: MeatNews.com, adaptado por Equipe BeefPoint