Para enfrentar a crise mundial dos alimentos, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, anunciou ontem a criação de uma força-tarefa e pediu à comunidade internacional a doação urgente de US$ 2,5 bilhões para que a organização possa continuar seus programas de ajuda aos necessitados.
Para enfrentar a crise mundial dos alimentos, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, anunciou ontem a criação de uma força-tarefa e pediu à comunidade internacional a doação urgente de US$ 2,5 bilhões para que a organização possa continuar seus programas de ajuda aos necessitados.
O anúncio foi feito em Berna, em conferência que reuniu os chefes das 27 agências e organizações especializadas da ONU, que objetivou dar uma resposta coordenada à disparada dos preços dos alimentos, que aumentou a pobreza no mundo e já provoca distúrbios sociais e instabilidade política em vários países.
Entre os motivos para a crise apontados pelo secretário-geral, estão os preços do petróleo, a falta de investimento no setor agrícola, o aumento da demanda por alimentos e os subsídios aos fazendeiros dos países ricos, além de problemas climáticos e restrições às exportações.
A prioridade mais urgente, disse ele, é alimentar os que têm fome. Para isso, reiterou o apelo para que a comunidade internacional contribua com US$ 755 milhões adicionais ao PMA (Programa Mundial de Alimentos), que está com capacidade para comprar 40% menos alimentos devido à inflação.
Segundo reportagem de Marcelo Ninio, da Folha de S.Paulo, o que já está em curso é a Iniciativa de Emergência da FAO, para a qual o secretário-geral pediu US$ 1,7 bilhão. A idéia é investir na produção agrícola de países em desenvolvimento, principalmente na África.
Segundo o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, a instituição estuda criar um mecanismo de financiamento rápido para países pobres e que o volume de empréstimos para projetos agrícolas na África no próximo ano será dobrado, para US$ 800 milhões. “As próximas duas semanas serão críticas para lidarmos com a crise alimentar. Para 2 bilhões de pessoas, os altos preços de alimentos são uma questão de sacrifício e, em muitos casos, sobrevivência”, destacou.