As operações com Cédula de Produto Rural (CPR) do Banco do Brasil (BB) somaram R$ 629,548 milhões de janeiro a outubro deste ano, nas modalidades física e financeira, valor 38% maior do que o registrado no mesmo período de 2000, de R$ 457,060 milhões, de acordo com a instituição. A expectativa do banco é de que as operações
totalizem este ano R$ 800 milhões, uma redução de 20% sobre a estimativa inicial, de alcançar a meta de R$ 1 bilhão.
“O cenário recessivo macro econômico levou o banco a rever sua estimativa”, diz Edilson Alcântara, gerente de negócios com CPR do BB. A CPR é um título por meio do qual o agricultor antecipa dinheiro junto ao mercado sob o compromisso de entrega futura de sua produção, no caso da modalidade física, ou por liquidação financeira.
Os cafeicultores e pecuaristas responderam juntos por 62% dos negócios até outubro, ou R$ 390,6 milhões em operações, realizados pelo BB. Os cafeicultores lideram a procura por este mecanismo de financiamento e
movimentaram R$ 198,768 milhões. Em seguida, estão os pecuaristas, com R$ 191,924 milhões, que desde 1998 ultrapassaram os sojicultores na demanda pelo título. Este tipo de financiamento é oferecido atualmente para mais
de 20 culturas agropecuárias – que incluem inclusive criação de camarão.
As operações com boi gordo praticamente empataram em valor com o café. “Mesmo com um volume de contrato maior, o preço nominal do grão caiu. Ao contrário, o boi gordo tem um valor agregado maior”, afirma Alcântara.
No mesmo período do ano passado, as operações com boi gordo registraram R$ 100,749 milhões, 47,5% inferior ao valor deste ano.
A CPR é uma das poucas fontes de financiamento para o pecuarista, segundo um analista do setor. O tipo mais procurado pelos agropecuaristas é a modalidade financeira, lançada em março de 2000.
Nos dez primeiros meses deste ano, a modalidade financeira respondeu por quase 67% dos negócios totais movimentados pelo banco (R$ 421,538 milhões). As operações físicas somaram R$ 208,018 milhões, 25,1% acima do registrado no mesmo período de 2000.
Para o próximo ano, o Banco do Brasil trabalha com uma expectativa de atingir R$ 1 bilhão, meta que era prevista para este ano.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Mônica Scaramuzzo), adaptado por Equipe BeefPoint