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Os frigoríficos “laranjas” no Paraná

Um dos maiores problemas envolvendo a pecuária de corte no Paraná refere-se a questão dos frigoríficos. De acordo com Milton Dallari, um dos maiores especialistas em mercado bovino no País, o ponto de estrangulamento da atividade está na existência de frigoríficos, controlados por “laranjas”. Segundo Dallari, na maioria dos casos, os mesmos encerram suas atividades de surpresa, prejudicando muito os pecuaristas que acabam não recebendo pelos animais entregues anteriormente. Uma possível alternativa, segundo o consultor, seria a rastreabilidade dos compradores para evitar e identificar aqueles que, como constatado, muitas vezes agem de má fé, aplicando calotes. Para Dallari, é muito elevado o grau de desconfiança do produtor quanto aos compradores. “Ele está com a razão porque vem sendo comum os frigoríficos suspenderem o abate definitivamente e provocarem enormes danos financeiros e desestabilização psicológica de seus fornecedores”, explica.

A solução está numa firme campanha dos pecuaristas para expurgo dos frigoríficos desonestos e em mãos de “laranjas”. Haveria uma seleção natural das indústrias idôneas, abrindo espaço ainda para grandes frigoríficos atuarem no estado de acordo com os preceitos legais e precedido de confiança por parte do mercado pela sua atuação ética em outras regiões do país.

“O criador pergunta para si mesmo: será que compensa eu investir tanto em minha atividade, buscar qualidade se não tenho certeza de que receberei do frigorífico?” De acordo com o especialista, a maneira de se buscar a moralização dos frigoríficos, um dos setores industriais que mais sonega impostos, seria uma firme mobilização dos criadores e denúncia contra “laranjas” à serviço de empresas do setor que já deram golpes em outras regiões”

Fonte: Paraná Online por Olavo Pesch, adaptado por Equipe BeefPoint

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