Várias razões foram dadas para a desaceleração econômica do Brasil: uma parada repentina auto-infligida causada por controles de capital; valorização da moeda, tornando as exportações mais caras e queda na demanda por commodities, especialmente da China.
Várias razões foram dadas para a desaceleração econômica do Brasil: uma parada repentina auto-infligida causada por controles de capital; valorização da moeda, tornando as exportações mais caras e queda na demanda por commodities, especialmente da China. Porém, se o Brasil realmente quer se manter nessa posição como mercado emergente líder, precisa resolver seus problemas estruturais, começando com infraestrutura e educação. Como mostra o gráfico abaixo, ainda existe muito caminho a se percorrer.
De acordo com o Relatório de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, o Brasil está em 107° lugar dentre 144 países avaliados para qualidade de sua infraestrutura, ficando abaixo dos outros países do BRICS e de quase todos os outros países emergentes, incluindo Filipinas, Indonésia, México, Camboja e Tailândia.
Os portos e aeroportos do Brasil são cruciais para seu sucesso como exportador de commodities – ainda que sua qualidade coloque o Brasil entre os 10 piores países do mundo. A infraestrutura dos aeroportos é pior somente em alguns poucos países, incluindo Burundo, Sierra Leone e Haiti, enquanto o Brasil tem a escassa consolação de ser melhor que o Haiti, Gabon e outros poucos para a qualidade de seus portos.
Somente cerca de 5% das rodovias brasileiras são pavimentadas, comparado com metade na China e na Índia e mais de 80% na Rússia.
De acordo com um relatório da forma de consulturia McKinsey, até 12% de todo o grão produzido no Brasil estraga antes de alcançar os consumidores como resultado de suas limitações de infraestrutura, enquanto que em um dia em média, existem 89 navios esperando para atracar no porto Paranaguá por causa do congestionamento.
Os problemas estruturais do Brasil não são limitados à infraestrutura. Entre os principais fatores que tornam difícil fazer negócios no país está a falta de uma força de trabalho adequadamente preparada.
No Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Econômico (OCDE), o Brasil está em 53° lugar dentre 65 países em uma escala de leitura geral. Índia e África do Sul não fazem parte da pesquisa, mas o Brasil está atrás de Rússia e Macau (como um representante para a China) e está melhor na América Latina somente que Argentina e Peru.
O Brasil está tomando algumas medidas para resolver essas questões, especialmente em infraestrutura. Apesar das enormes barreiras ao crescimento que elas apresentam, o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia brasileira cresça 3,5% em 2013, mais que os 0,9% em 2012. O FMI cita recentes medidas do governo que deverão aliviar os gargalos de infraestrutura do país e fomentar a confiança das empresas e uma reviravolta nos investimentos.
A reportagem é do Beyondbrics, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.