Os embarques do Brasil, o maior exportador mundial de carne bovina, estão crescendo este ano também em função da retomada da economia mundial, após a crise de 2009, que abateu as exportações do setor. "Isso ocorreu basicamente em função da recuperação econômica, pelo aumento da renda da população mundial, pela melhora no crédito para os importadores e pelos baixos estoques nos países importadores", afirmou o diretor-executivo da Abiec, Otávio Cançado.
Os embarques do Brasil, o maior exportador mundial de carne bovina, estão crescendo este ano também em função da retomada da economia mundial, após a crise de 2009, que abateu as exportações do setor. Os preços do produto exportado deram um salto, o que tem se refletido nas melhores receitas.
“Isso ocorreu basicamente em função da recuperação econômica, pelo aumento da renda da população mundial, pela melhora no crédito para os importadores e pelos baixos estoques nos países importadores”, afirmou o diretor-executivo da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Otávio Cançado.
Essa situação, afirmou Cançado, indica que logo mais a Abiec poderá rever as previsões iniciais de exportações para o ano, de aumento de 20 por cento em receita ante 2009. Nesse patamar, as vendas já subiriam para 5 bilhões de dólares no ano.
Segundo o executivo da Abiec, as discussões sobre exportações de carne in natura para os Estados Unidos, no contexto do que os norte-americanos podem oferecer para evitar retaliações autorizadas pela Organização Mundial de Comércio dentro do caso do algodão, devem caminhar após o dia 22 de abril, depois de os dois países definirem questões relacionadas diretamente à cotonicultura.
A proposta inicial dos EUA de reconhecer Santa Catarina como livre de aftosa sem vacinação, embora seja uma chancela técnica internacional de sanidade do Estado, não é suficiente para atender as demandas brasileiras no setor de carne, segundo Cançado. Isso porque eventualmente beneficiaria apenas a carne suína, que conta com amplo parque de produção no Estado.
“Do ponto de vista do boi, isso [o reconhecimento de Santa Catarina] não representa nada, zero. Porque Santa Catarina não tem produção significativa de bovinos e não tem frigorífico habilitado para lugar nenhum, muito menos para os Estados Unidos”, afirmou Cançado.
Entretanto, o executivo avalia que as discussões entre EUA e Brasil finalmente abrem caminho para um debate técnico. “Os EUA sempre relutaram [em discutir tecnicamente], mas no momento em que a negociação política e econômica joga a questão para o terreno técnico é o que a gente mais queria”, afirmou ele.
Ele disse que o Brasil provavelmente exigirá dos EUA não somente o acesso da carne de Santa Catarina, mas de toda a produção de áreas livres de aftosa, inclusive as com vacinação.
Segundo o executivo, o Brasil vai querer um compromisso da apresentação pelos EUA de um calendário de discussões. E, se ao fim dos debates os norte-americanos disserem que não aceitam a carne bovina do Brasil, o país exigirá um documento falando isso, o que tecnicamente permitirá eventuais ações na OMC. “Hoje a gente não tem [condições de abrir um processo na OMC], porque a gente não tem nada por escrito.”
As informações são do jornal O Globo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Prezados amigos. Eu trabalho com exportação de carne bovina há mais de 20 anos, e neste ano tenho visto justamente o contrário do que diz a ABIEC. São poucos mercados que aceitam ou conseguem pagar os preços do Brasil.
Clientes regulares da Europa não param de dizer que não dá mais para comprar do Brasil e que passaram a usar a produção local, ajudados pela baixa demanda.
A oferta de bois está bem restrita e os abates está bem abaixo do normal. Estamos em plena safra e as ofertas de carne são escassas.
Russia, Irã e Chile são mercados de altos e baixos, que podem comprar muito em uma época e fechar para a carne brasileira em seguida.
Até espero que as previsões sejam corretas, mas o que se ve desde o inicio do ano até agora é justamente o contrário.
Meu caro Carlos,
Obrigado pelo seu comentário. Aliás, concordo com algumas das suas afirmações, mas os números não mentem. Não é a ABIEC que que diz, são as estatísticas. Contra fatos não há argumentos.
Um abraço do,
Otávio Cançado