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PA: TAC já começa a afetar pecuária do Estado

Esta semana noticiamos abaixa adesão dos pecuaristas ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), a situação está restringindo a oferta de animais no Estado, já com reflexos no ritmo dos abates e nos preços do boi gordo. Uma fonte, que atua na região e prefere não ser identificada, informou ao BeefPoint que a situação é complicada e já começa a causar impacto na atividade, ressaltando que essa ação poderá inibir o desenvolvimento da cadeia da carne bovina no Pará.

Esta semana noticiamos abaixa adesão dos pecuaristas ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), documento necessário para que pecuaristas possam vender animais aos frigoríficos e empresa que aderiram ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) em 2009, após a publicação do relatório “Farra do Boi na Amazônia”, do Greenpeace. O relatório acusava o setor de ser o principal responsável pelo desmatamento no bioma amazônico. Na mesma época, o Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) entrou com ação pública contra a criação e compra de gado da região.

O problema é que o prazo que permitia o comércio temporário em condições não ideais acabou em 31 de janeiro e, até agora, apenas 10% dos produtores do Pará fizeram o registro. A situação está restringindo a oferta de animais no Estado, já com reflexos no ritmo dos abates e nos preços do boi gordo.

O CAR é o primeiro passo para regulamentar a propriedade. Mas a adesão ainda é baixa, com cerca de 12 mil cadastros feitos desde meados de 2009, segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema). O número equivale a aproximadamente 10% das 110 mil fazendas do Pará.

O procurador geral da República em Belém, Daniel Azeredo, minimizou o número limitado de cadastros. “Para quem conhece a realidade amazônica, já é algum resultado”, diz. De acordo com ele, antes da ação do MPF havia 600 propriedades cadastradas.

Uma fonte, que atua na região e prefere não ser identificada, informou ao BeefPoint que a situação é complicada e já começa a causar impacto na atividade, principalmente nos preços da arroba. Ele ressalta que essa ação poderá inibir o desenvolvimento da cadeia da carne bovina no Pará (produtores, frigoríficos e exportadores) e possivelmente irá fazer com que os abates clandestinos aumentem.

Ele cita como exemplo o problema que os exportadores de boi vivo já estão enfrentenado. “Hoje com os preços de Paragominas acima do Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Minas Gerais e Bahia, os exportadores de boi vivo, ficaram sem competitividade e com o dólar enfraquecido, viram suas margens de lucro desaparecer. A Colômbia era um país desconhecido por nós como “player” pecuário. Os preços da arroba lá, não são cotados em nossos boletins informativos, ao contrario da Argentina, Uruguai, Paraguai, Austrália, etc.,mas o preço do gado na Colômbia, está quase 20% + barato que no Pará, Bois gordos com média de 19 arrobas, quase todos da raça Brahman. A empresa Kaiapós está embarcando o primeiro navio, com 2.500 bois gordos para o Líbano, no Porto de Barranquilla, localizado na Colômbia Atlântica (foz do rio Magdalena, um caudaloso rio que corta quase todo o país, localização que evita os grandes portos da Colômbia no Oceano Pacifico, que aí teriam que usar o canal do Panamá , encarecendo os custos) e a empresa Boi Branco, de Belém do Pará, também já se encontra na Colômbia tentando viabilizar seu primeiro embarque naquele país”.

Se você atua na cadeia produtiva da carne, no Pará, deixe seu comentário abaixo sobre a situação atual e perspectivas da atividade na região.

Fonte: Equpe BeefPoint

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