“Fundos de investimentos dos países árabes preveem vir ao Uruguai para investir em todo o setor de transformação agropecuária”, disse o gerente geral da Câmara Uruguaia Árabe, Eduardo Sierra. Ele disse que em fevereiro do ano que vem começam a chegar os primeiros capitais para negociar possíveis compras de frigoríficos, plantas de abate de frangos e produção de lácteos.
Sierra disse que também pretendem investir em infraestrutura portuária, para fazer seu próprio manejo logístico. Suas intenções são “investir e associar-se” em empresas uruguaias.
A Câmara Uruguaia Árabe nasceu em comum acordo em 2005, com os primeiros encontros dos países árabes e do Mercosul. A mesma não tem fins lucrativos, já que seu objetivo é “gerar o negócio, juntar as partes e apresentar todas as condições do mesmo”.
Há algumas semanas, a Câmara realizou uma visita a vários países árabes que permitiu abrir as portas a novas oportunidades de comercialização de produtos.
Ele explicou que um dos problemas relevantes dos países pertencentes ao golfo árabe é que “importam 99% do que consomem em alimentos devido às graves dificuldades de segurança alimentar e de água”.
Sierra disse que o Brasil exporta US$ 2 bilhões a esse mercado, a Argentina, US$ 500 milhões, e o Uruguai, nada, “quando temos um grande potencial de produtos”. Ele comentou que os produtos que deverão ser exportados são carne e arroz. “Atualmente, mais de 70% dos pedidos que temos são para carne com osso, que podem entrar nesses mercados”. Outra opção importante é o couro.
Ele disse que todos os alimentos que são exportados a esses países têm tarifa zero, não existem cotas e pagam melhores preços que a Europa.
“Sanitariamente, estamos habilitados e nós fizemos todos os trâmites para consolidar o certificado Halal. Hoje, estão permitidos para abate qualquer frigorífico com verificação do Centro Islâmico do Uruguai”.
Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.