O ano de 2009 consolidou o crescimento dos países em desenvolvimento como grandes importadores de produtos agrícolas do Brasil. O destaque foi o aumento das exportações para Ásia e Oriente Médio. Na visão do governo, é positivo o fato de as quantidades exportadas em um ano afetado pela crise financeira internacional praticamente não terem sido afetadas.
O ano de 2009 consolidou o crescimento dos países em desenvolvimento como grandes importadores de produtos agrícolas do Brasil. O destaque foi o aumento das exportações para Ásia e Oriente Médio. Os asiáticos, com aumento de 16,7%, assumiram a posição de principal mercado de destino das exportações do setor, sendo responsáveis por 30,4% das exportações totais. O resultado aponta um aumento de sete pontos percentuais do registrado em 2008, que foi de 23,5%.
A União Europeia, cuja participação diminuiu de 33,1% para 29,3% foi deslocada para a posição de segundo mercado de destino. As exportações para o bloco apresentaram redução de 20,2%. O incremento de 14,4% das exportações para o Oriente Médio tornou a região o terceiro mercado de destino das vendas externas do setor, com aumento em dois pontos percentuais, para 9%, deslocando o Nafta, bloco econômico formado por Estados Unidos, Canadá e México, para a quarta posição, com 8,5%.
O incremento de 3,1% das exportações para a África mereceu destaque no ano que passou. O continente foi responsável pela compra 7,7% dos produtos agropecuários do Brasil.
Devido ao crescimento das exportações (12,4%), a China ampliou sua participação e consolidou a primeira posição no ranking de mercados de destino das exportações do agronegócio brasileiro (13,8% do total exportado), seguida pelos Países Baixos (7,7% do total exportado) e Estados Unidos (7% do total exportado).
As vendas externas para a Rússia, principal destino das exportações brasileiras de carnes, apresentou retração de 33,5%. É preciso destacar, ainda, o incremento de 442,6% para a Índia, devido ao crescimento das exportações de açúcar decorrente da quebra de safra naquele país.
Balança comercial
A queda no valor dos principais produtos agropecuários exportados pelo país levou a uma redução de US$ 5,05 bilhões no saldo da balança comercial do setor em 2009 em relação ao resultado de 2008. O ano fechou com saldo de US$ 54,9 bilhões, 8,4% inferior ao verificado no ano anterior.
Embora o volume exportado tenha se mantido praticamente estável (retração de 0,4%), a redução dos preços internacionais dos produtos levou a uma queda de 9,8% no valor das exportações.
Na visão do governo, é positivo o fato de as quantidades exportadas em um ano afetado pela crise financeira internacional praticamente não terem sido afetadas. “Houve diminuição de valor, mas não há muito como comparar. Antes da crise houve elevação anormal nos preços”, disse o ministro da Agricultura, Pecuária e abastaecimento Reinhold Stephanes.
Para 2010, as expectativas do governo são boas. De acordo com o ministro, os estoques dos principais produtos vendidos pelo Brasil estão baixos, o que deve aumentar a procura. A perspectiva é que haja crescimento de 5% nas exportações.
Com o fracasso das negociações da Rodada Doha, o país irá investir em negociações bilaterais.
Para Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros, professor da USP, os preços estavam realmente muito altos em 2008. Segundo ele, os preços do ano passado não podem ser considerados baixos. Para Rosemeire dos Santos, assessora técnica da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), também é importante o fato de não ter havido redução da demanda.
As informações são do Mapa e da Folha de S. Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.