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Países ibero-americanos rastreiam rebanho para exportar à UE

Representantes dos países que participaram na Espanha da 13a Conferência Ibero-Americana de Agricultura comprometeram-se a implementar sistemas de rastreabilidade exigidos pela Europa nas importações de produtos alimentícios, incluindo a carne bovina. A conferência reuniu em Santiago de Compostela, entre os dias 25 a 28 de setembro, ministros de agricultura de 12 países da América Latina, além de representantes dos governos da Espanha e de Portugal.

Ao final da reunião, foi produzida a “Declaração de Santiago de Compostela”, que deverá servir de base na estruturação dos modelos de rastreabilidade para os países ibero-americanos. “Houve um movimento dos países com interesse em vender para o mercado europeu em implementar o sistema e os países compradores devem conceder um prazo para que os fornecedores se adaptem às exigências”, informou o secretário de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo Mapa, Márcio Portocarrero, que representou o ministro Roberto Rodrigues no encontro.

Segundo o secretário, nas discussões sobre rastreabilidade os países demonstraram o desejo de que o sistema não se limite às questões sanitárias, mas seja ampliado para os setores ambiental, tecnológico e social. “A preocupação é que a exigência se transforme numa nova barreira sanitária, prejudicando os países exportadores”, disse Portocarrero. Ele destacou que entre os países ibero-americanos, o Brasil é o que tem o modelo de rastreabilidade mais avançado, apesar das dificuldades de implementação. “Aprendemos com os erros. Hoje o produtor brasileiro tem consciência de que a rastreabilidade é uma vantagem competitiva”.

O secretário ressaltou ainda que com o trabalho desenvolvido pela Embrapa, o Brasil detém tecnologias que o coloca à frente de outros países ibero-americanos. “O Brasil está na vanguarda. Argentina, Chile e Uruguai já experimentaram modelos de rastreabilidade, mas o Brasil lidera a tecnologia, se comparado com os países vizinhos”, disse.

Sisbov

O Brasil implantou a rastreabilidade em 2002. Desde então, o sistema vem sofrendo mudanças para que os produtores se adaptem às regras. Em janeiro de 2006 entra em vigor o novo modelo do Sisbov. Atualmente, 50 milhões de animais estão na base de dados, de um rebanho total de 190 milhões de cabeças.

A grande novidade do novo modelo, segundo Portocarrero, é a exigência de certificação da propriedade e não mais do animal. “Hoje podem conviver na mesma propriedade animais rastreados ou não. A partir do ano que vem quem quiser exportar para qualquer mercado, não somente para a Europa, tem que ter a propriedade certificada, com identificação e acompanhamento individual dos animais”, avisa.

As propriedades credenciadas terão que atender ao protocolo de boas práticas que incluem questões tecnológicas, sanitárias, ambientais, sociais e correspondentes a um alimento seguro, segundo o secretário. Ele alerta os produtores brasileiros que a Europa está ampliando o consumo de carne e diminuindo a produção e exige um sistema de rastreabilidade seguro e transparente. “O Brasil talvez não esteja perdendo mercado de carne, mas sem a rastreabilidade pode deixar de ganhar”.

Em abril do ano que vem, Brasília vai sediar a 2a Conferência Internacional sobre Rastreabilidade. Durante o encontro, em Santiago de Compostela, a ministra da Agricultura da Espanha, Elena Espinosa Mangana, confirmou presença no evento.

Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

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