Pandemia afetou pouco os produtores rurais, diz pesquisa

Quase dois terços dos produtores rurais do país dizem que a pandemia pouco afetou seus negócios, segundo a oitava edição da Pesquisa ABMR&A Hábitos do Produtor Rural, da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio. De acordo com o levantamento, divulgado em evento online nesta terça-feira, 64% dos entrevistados dizem que a crise de saúde teve baixo impacto em suas atividades. O impacto foi médio para 11% dos produtores e, para 25%, foi alto.

Para elaborar a pesquisa, a ABMR&A ouviu 3.048 produtores rurais entre outubro de 2020 e janeiro deste ano, em 16 Estados de todas as regiões do país. O levantamento anterior da ABMR&A havia sido elaborado em 2017.

“O agro não parou e continuou trabalhando para não faltar comida em nossas mesas e também para a produção destinada à exportação”, afirmou Marcelo Claudino, diretor de inteligência de negócios da IHS Markit, parceira da ABMR&A na pesquisa.

Segundo Claudino, a percepção da imagem do produtor rural entre o restante da população também melhorou no período. Antes da pandemia, a percepção dos produtores era “excelente” para 31% dos entrevistados. A fatia subiu para 46% na nova edição do levantamento.

WhatsaApp, a principal ferramenta digital

De acordo com o levantamento, o WhatsApp é a ferramenta digital mais presente no cotidiano dos produtores rurais. Dos entrevistados, 76% disseram utilizar o aplicativo de mensagens em seus negócios.

Ao todo, 57% dos produtores afirmaram que utilizam sites e 48%, as redes sociais. Apenas 6% utilizam email. Com a disseminação das ferramentas digitais, o uso de smartphones também cresceu nos últimos anos: em 2017, 61% dos entrevistados disseram ter um aparelho em casa; agora, a fatia passou a ser de 94%.

Além disso, o aumento da presença dos produtores rurais nas redes sociais também mostra potencial para que empresas de software e informação utilizem esse canal. “O smartphone permite ao produtor se familiarizar com as tecnologias e torna a internet algo mais familiar”, disse Ricardo Nicodemos, vice-presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio e coordenador da pesquisa. A entidade encomendou o levantamento à IHS Markit.

Recursos próprios dominam custeio

A pesquisa mostrou também que muitos produtores ainda utilizam recursos próprios em detrimento do crédito rural para o custeio de insumos para a produção agrícola. Segundo o levantamento, 83% dos entrevistados disseram que usam recursos próprios ou da família para as despesas com a produção no campo, fatia pouco acima dos 80% da pesquisa de 2017.

O crédito rural apareceu em segundo lugar no financiamento do custeio, com 24% dos entrevistados declarando que utilizam essa modalidade (em 2017, eram 39%), seguido por empréstimos bancários, com 21% (na pesquisa anterior da ABMR&A, eram 17%). A venda antecipada da produção apareceu com apenas 1%; no levantamento anterior, a fatia foi de 2%.

Para bancar investimentos, 58% dos entrevistados disseram que utilizam recursos próprios; em 2017, eram 69%. A fatia do crédito rural despencou, passando de 69% na pesquisa anterior para 36% na nova edição.

Fonte: Valor Econômico.

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