Transferir os princípios de responsabilidade social empresarial (RSE) à montante na cadeia de valor será o desafio de oito grandes empresas, escolhidas pelo programa Tear (tecendo redes sustentáveis), parceria do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) com o Instituto Ethos, para ancorar sete setores da economia. O objetivo do Tear é criar uma plataforma para desenvolver práticas sustentáveis em pequenas e médias empresas (PMEs) que integram a cadeia de valor das “empresas âncoras” escolhidas pelo projeto e promover a competitividade dessas PMEs.
Em uma das frentes de trabalho, o programa irá promover os conceitos de RSE como um atributo de competitividade, difundido não somente entre as grandes empresas, que têm estratégias de imagem institucional fortemente ligadas à RSE, mas também nas PMSs. A RSE será desenvolvida de forma estruturada, com indicadores e processos de gestão do comportamento socialmente responsável. Serão criados grupos de discussão entre os envolvidos no programa, e as empresas engajadas (apenas as pequenas e médias) terão consultores do Instituto Ethos à disposição para o acompanhamento no desenvolvimento do comportamento socialmente responsável.
Os fornecedores de carnes da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD, detentora das bandeiras Pão de Açúcar, Extra, Compre Bem e Sendas) estarão envolvidos com o programa. A CDB é uma das empresas âncoras do projeto, e irá difundir os conceitos de responsabilidade através dos fornecedores de carnes, o que inclui fazendas produtoras de bovinas, aves e suínos. A carne tem elevada importância no montante total comercializado pelo grupo: entre perecíveis, responde por 35% do faturamento; nos produtos comercializados pela bandeira Extra hipermercados, 7 a 8% e nos supermercados, 11%.
O programa irá integrar o Selo “Melhor Natureza”, já praticado entre os fornecedores de alimentos do grupo. Na carne bovina, o grupo vem trabalhando junto à GMG – Genética Rubia Gallega, para colocar nas prateleiras das lojas, carne de animais de cruzamentos a partir da raça espanhola Rubia Galega, com parcerias que envolvem desde o fornecimento de sêmen de reprodutores para as fazendas de cria, até o fornecimento de animais para abate.
Uma das mudanças no paradigma da produção que será implementado pelo programa é o papel do frigorífico nos relacionamentos ao longo da cadeia. A indústria passa a ser um prestador de serviço do programa, contratado pela CDB para realizar o abate, e não mais o elo posterior à produção agropecuária.
Otavio Negrelli, Equipe BeefPoint
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Parabéns aos vendedores de sêmen da raça Rubia Galega que montaram o projeto e vincularam uma raça sem expressão no mundo e com pouquíssima variabilidade genética à venda de carne de qualidade. Imagine um projeto desse utilizando raças que comprovadamente tem maior população e conseqüentemente maior opção em qualidade de touros.
Alexandre Zadra
Zootecnista