Para pecuaristas, indústrias e analistas de mercado, mesmo com a liberação de 106 fazendas para exportar, continua um "embargo branco" europeu à carne brasileira, pois a quantidade habilitada não é suficiente para atender à demanda. No mínimo seriam necessárias 3 mil propriedades.
Para pecuaristas, indústrias e analistas de mercado, mesmo com a liberação de 106 fazendas para exportar, continua um “embargo branco” europeu à carne brasileira, pois a quantidade habilitada não é suficiente para atender à demanda. No mínimo seriam necessárias 3 mil propriedades.
“É uma humilhação para o Brasil. Todo mundo compra a nossa carne. Não dá para aceitar esta posição. É preciso uma atitude mais dura do Brasil”, disparou o deputado Luís Carlos Heinze, da bancada ruralista.
O secretário-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, diz que agora o setor precisará fazer “as contas para ver se vale a pena exportar”. Segundo ele, além do número exíguo de propriedades, elas estão pulverizadas. Da lista de 106 aprovadas, a maior parte está em Minas Gerais (87), depois Rio Grande do Sul (11), Mato Grosso (4), Goiás (2) e Espírito Santo (2).
Segundo Gilman Viana, secretário da agricultura de Minas Gerais com esta quantidade não é possível fazer nem um embarque. O diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, diz que a negociação brasileira foi um fracasso. “Os grupos de pressão que levaram ao embargo conseguiram uma vitória porque deixam de poder ser criticados de praticarem embargo, que na prática continua”,diz.
As informações são de Neila Baldi e Fernando Exman, da Gazeta Mercantil.
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O embargo branco seria uma formalidade repugnante diante da responsabilidade de mercado que a Europa insurge contra o seu maior fornecedor.
São 106 propriedades até agora aprovadas, um valor ínfimo diante do potencial pecuário brasileiro, conseqüência, é claro, da desorganização e da desinformação, a qual, todos estamos sendo vitimados.
Como entender que a maior fronteira da cadeia de produção da carne brasileira, marcada pelos estados do centro-oeste, apenas 06 propriedades foram aprovadas em detrimento ao universo do mercado que alavanca a economia diante do volume produzido de uma região substancialmente agropecuária.
Os pecuaristas estão envolvidos no esforço de se adequarem, entretanto, a burocracia os limita de seguir adiante e a preocupação aumenta a medida que segue o impasse, já que investimentos podem ter sido em vão.
É preciso responsabilidade e esforço político, pois, o tempo está passando, as especulações aumentando e o nosso produto desvalorizando, consequentemente, um mercado consolidado esta se volatilizando, prejudicando todo o elo envolvido na cadeia.
Essa liberação gradativa é mais que normal, é um depósito de confiança no brasileiro.
Façamos o mínimo para garantir esse mercado tão importante para nossas exportações para o mundo.
Senhores produtores, cobrem mais compromisso das certificadoras que escolherem para certificar suas empresas rurais.
É preciso que TODOS trabalhemos para um bem comum.
É uma vergonha a falta de união de nós pecuaristas, a incompetencia dos negociadores, e a falta de capacidade politica dos senhores do MAPA junto aos europeus.
acho triste a colocação de alguns senhores a respeito das responsabilidades apontas, mas nunca reconhecidas…
o grupo de fiscais que trabalha nas plantas frigoríficas faz um trabalho cansativo de auditoria documental nos animais habilitados antes do abate, quando encontrada irregularidade é sempre uma grande discussão (entre empresa, pecuarista e SIF), pois é dever da empresa desabilitar o(s) animal(is) e do SIF em fiscalizar este procedimento e o destino dado às carnes…
a rastreabilidade não é obrigatória, faz aquele que percebe vantagem econômica… portanto, que faça direito, cobre da certificadora auditoria, visando garantir os procedimentos corretos até a hora do embarque… falta organização e transmissão de informações ao longo da cadeia produtiva
A Lizie está correta, e o destino de quem se meter a ser ERAS é este mesmo.
Cabe a nós pecuaristas, e agora até mesmo aos frigoríficos — pois a situação chegou a um ponto insustentável — dar nosso apoio às lideranças capazes de exigir uma evolução para o passado.
Isso mesmo, a grande maioria dos verdadeiros pecuaristas deseja um retorno ao modelo de rastreabilidade que já existe há décadas, e que é o mesmo empregado nas industrias de abate de aves e suínos.
Fazem parte deste modelo, o único viável no Brasil:
1) A GTA
2) A nota fiscal de origem
3) O SIF na unidade de abate
4) A fiscalização sanitária estadual.
5) Uma declaração, assinada pelo proprietário, que garante não ter aplicado hormônios e outros medicamentos proibidos, e que não alimentou os animais com rações contendo farinhas de carne, ossos ou sangue.
Com isso toda e qualquer propriedade conseguirá se credenciar para exportar sem grande dificuldade e, principalmente, sem intermediários e “facilitadores”.
E se a Europa não aceitar? Ora, que continue comprando nossa carne via criativas triangulações. O papel pode sair de Buenos Aires e o embarque ser em Santos,ou então a exportação de carne egípcia (de boi nelore, claro) ser feita diretamente para a Europa (mas com embarque em Santos).
Teremos um modelo de rastreabilidade inclusivo, e não exclusivista como o que vem sendo defendido por alguns setores obscuros e truculentos do MAPA. Que aliás devem estar com as barbas de molho, pois o ministro Stephanes é um economista de formação, inteligente, político e macaco velho, não participou da montagem do esquema Sisbov e vem sendo injustamente criticado, pois pegou o bonde andando.
Com certeza ele vai dar novos rumos ao assunto, haja vista os recados e torpedos que já andou passando a setores internos e externos ao MAPA.
Uma lista de 106 fazendas ao invés de empolgar os pecuaristas pode ter o efeito contrario, porque cadastrar a fazenda não dá certeza de ser incluido na lista de fazendas habilitadas a exportar para ue.
Como o brasil é o pais da exclusão e da corrupção, agora é a vez dos pecuaristas sofrerem deste mal.
Quem tem acesso ao bonos de vender carne para a europa são os frigorificos, não os pecuaristas; mesmo com miseros R$3 a mais por @ nem se compara ao lucro de vender carne para europa, apenas paga o gasto com brinco e certificadora.
Esta ridiculo o que esta acontecendo; e não vamos engolir esta de lição de casa.
Temos a melhor carne do mundo, só estão com este jogo para baixar preços e defender interesses externos. Temos que ter uma posição firme e continuarmos evoluindo para que um dia não tenhamos que passar por estas humilhações. O controle que muitas fazendas por aqui fazem é de extrema eficácia e competente administração, outras não tem este controle tão apurado, porém isso não influe na qualidade da carne do rebanho. Podemos confiar, nosso produto é muito bom e natural (Boi verde na maioria das vezes), temos que lutar para que tenhamos incentivos e que não nos explorem aumentando também preços de insumos como o sal mineral que subiu 40% em menos de 1 ano. Vamos abrir os ohos amigos pecuaristas. Um abraço a todos.