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Para CNPC solução para os problemas da carne depende da melhoria da vacina contra aftosa e de sua futura retirada

Para o Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), o problema gerado com a suspensão das compras de carne bovina in natura, por parte dos Estados Unidos pode começar a ser resolvido com algumas medidas simples por parte do MAPA: proibição da vacinação contra febre aftosa por via intramuscular, proibição da adição de saponina na vacina, e investimentos na extensão rural.

Além disso, a redução do volume da dose de 5 para 2 ml, e a realização de testes sobre as substâncias usadas pelos fabricantes de vacinas. Todas essas ações o CNPC e outras entidades ligadas aos pecuaristas solicitam há muito tempo.

No entender do Conselho, esses seriam os primeiros passos, mas devemos continuar com o programa de retirada da vacina contra aftosa no nosso país.

Para boa parte dos pecuaristas brasileiros, os argumentos para retirada da vacina são fortes: o Brasil já possui um rebanho de 118 milhões de cabeças que não apresenta focos da doença entre e 20 anos e 24 anos.

Outros estados entre 15 anos e 20 anos sem focos atingem 41 milhões de cabeças. Além disso, o PANAFTOSA afirma que após 4 ou 5 anos sem focos pode-se prescindir da vacina.

Trabalhos recentes feitos pelo PANAFTOSA mostraram perdas da ordem 2 quilos de peso morto por animal, o que corresponde a 4 quilos de peso vivo que ocorre em milhões de cabeças. Alguns criadores relatam perdas ainda maiores.

Tais perdas de peso decorrem de reações inflamatórias resultantes de vacina ou da vacinação, que são provocadas por diferentes fatores e que precisam ser pesquisados. Há também a necessidade de se fazer um investimento, por parte dos laboratórios, em extensão rural, visando orientar melhor quem faz as aplicações.

Inúmeros contatos do CNPC e de outras entidades pecuárias com os laboratórios foram infrutíferos. Desde 2013, foram feitas cinco reuniões com pecuaristas, principalmente do Mato Grosso do Sul, com representantes do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal – Sindan, dos fabricantes de vacinas e também da Embrapa Gado de Corte. Nesses encontros discutiu-se o problema e ficou acertado que seriam conduzidos testes a respeito do assunto, mas nada aconteceu até agora.

Ante esse quadro que já causou grandes prejuízos aos criadores e frigoríficos brasileiros e que agora também afeta nossas exportações para o mercado norte-americano, o CNPC espera que a tão almejada retirada da vacinação realmente aconteça.

Contrapontos

De acordo com informações da Agência Bloomberg, tendo como fonte o FSIS, órgão de segurança alimentar do USDA, os Estados Unidos decidiram suspender a importação de carne brasileira após encontrar ossos, coágulos sanguíneos, gânglios linfáticos e, em um lote, uma bactéria potencialmente nociva à saúde, disse um funcionário do governo dos EUA.

Além disso, a Colômbia estava desde 2009 sem foco de aftosa e, apesar de ter programa de vacinação semelhante ao do Brasil, foi atingida por surto na semana passada em localidade a 100 km da fronteira da Venezuela – país que não tem programa de vacinação regular.

O Brasil tem mais de 17 mil km de fronteiras secas, sendo mais de 4 mil km com Paraguai e Bolívia, países que também vacinam o gado. Dessa forma, parar de vacinar significa ficar à mercê da correta vacinação nos países vizinhos. Como ocorreu agora na Colômbia, isso pode ser um risco ao país.

Sobre o trecho “Tais perdas de peso decorrem de reações inflamatórias resultantes de vacina ou da vacinação…”: em determinados animais, a vacina contra aftosa pode provocar edemas, que desaparecem com o tempo, nunca reações inflamatórias. Se isso ocorre é por infecção provocada no ato da vacinação ou posteriormente. Ou seja, sem relação com a qualidade da vacina.

Fonte: CNPC, Bloomberg, UOL e assessoria de imprensa do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), adaptada pela Equipe BeefPoint.

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