O secretário de Produção e Turismo de Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira, disse ontem que houve “negligência” do governo federal no envio de recursos para a defesa sanitária no estado.
“Infelizmente, o governo não atentou para o risco de um surto de aftosa e não se preocupou em reforçar os repasses para o trabalho sanitário”, afirmou.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que esteve ontem em Mato Grosso do Sul para verificar as medidas adotadas na região afetada pela doença, respondeu às críticas. “Não houve negligência. O combate à aftosa envolve uma ação compartilhada entre União, Estado e pecuarista”, disse.
“O governo manda o recurso, e pode haver demora, mas a verba chega e o Estado deve montar estratégias de prevenção à doença. Por último, entra a responsabilidade do pecuarista, que deve tomar os cuidados necessários, como vacinar o rebanho”, completou.
Rodrigues disse que R$ 3,5 milhões em verba serão liberados para a defesa sanitária no MS. “Este valor deve ser elevado na próxima semana, mas por enquanto há garantia destes R$ 3,5 milhões”. Ele declarou que “dinheiro nunca é suficiente, mas é preciso montar estratégias para evitar problemas que possam comprometer a produção de carne em todo o país”.
Para o ministro, o caso de Eldorado foi um acidente e agora é preciso investigar “rigorosamente a causa e evitar que o foco se alastre”.
Já o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Gabriel Maciel, disse que a demora na liberação de verba para o trabalho de defesa sanitária pode ter influenciado no foco de febre aftosa detectado em Eldorado.
“Mas este não é o único fator que teve como conseqüência a infecção dos animais. Os recursos federais são complementares, os estados têm estrutura para trabalhar”, afirmou Maciel.
O trabalho de defesa sanitária teria R$ 91 milhões em todo o país para 2005, mas apenas R$ 12 milhões do total foram liberados, segundo o secretário.
Fonte: Folha de S.Paulo (por Ana Raquel Copetti), adaptado por Equipe BeefPoint