Paraguai: frigoríficos querem negociar com a Venezuela

Os frigoríficos do Paraguai querem que o Ministério de Relações Exteriores negocie a venda de carne à Venezuela diretamente com o Governo do país, já que hoje as vendas são feitas somente através de intermediários que demoram nos envios, disse o presidente da Câmara Paraguaia de Carne (CPC), Korni Pauls.

Ele disse que atualmente não há nenhuma indústria que tenha vendido carne diretamente ao Governo da Venezuela. “Todos venderam através de intermediários e, no momento, os intermediários não nos deixam enviar. As indústrias têm alguns contratos pendentes, têm estoques em câmaras e estamos esperando que os intermediários aos quais a indústria vendeu nos dêem luz verde para retomar os envios”.

Pauls disse que os intermediários afirmam que não enviam a carne por um “congestionamento no porto de destino. Sabemos que não somos os únicos que vendemos carne à Venezuela, com o maior vendedor sendo o Brasil e tendo a mesma situação”. Ele disse que o mercado está aberto e não há restrição para vender.

Quando consultado sobre quem são estes intermediários, Pauls disse que são pessoas que detêm as cotas de importação. “São clientes do Brasil, do Uruguai e da Argentina que regularmente já conhecem o negócio lá, trabalham há anos. A carne dessas pessoas é vendida, porque lá geralmente se negociam cotas e, como é um mercado novo para o Paraguai, até agora não tem podido negociar diretamente com o Governo venezuelano”.

O mercado da Venezuela se apresentou como uma opção para a carne paraguaia diante da queda das vendas aos mercados mais importantes do país, que são Rússia e Chile, especialmente nos últimos dois meses. No entanto, até agora os volumes exportados à Venezuela não são significativos e começa a se recuperar também o mercado chileno.

A reportagem é do ABC Color Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.