CNA: Sisbov precisa ser alterado para não prejudicar a pecuária brasileira
24 de setembro de 2004
Uberaba vende vaca mais cara do mundo
28 de setembro de 2004

Paraguai volta a criticar sistema sanitário brasileiro

O presidente da Comissão de Saúde Animal da Associação Rural do Paraguai, Fernando Peroni, afirma que os produtores paraguaios estão mais atentos ao problema da febre aftosa. Peroni diz que a diferença entre os programas de vacinação do Brasil e do Paraguai é que os produtores guaranis notaram a debilidade dos serviços veterinários e contrataram 1,8 mil novos profissionais.

Peroni explica que a vacinação no Paraguai custa US$ 1,6 milhão ao ano e que os veterinários são pagos pelos produtores rurais. “Os 1,8 mil funcionários são pagos pelo setor privado que dão assistência à vacinação. Isto custa 800 mil dólares por período de vacinação, que é feita duas vezes por ano na totalidade do gado”, relata.

Entretanto, o representante dos produtores acredita que os dois países ainda têm a mesma debilidade. “Falta de recursos financeiros e humanos para fazer frente a uma exigência de sanidade animal cada vez maior”, pondera.

Conforme informações fornecidas a Peroni por autoridades brasileiras, o Mercado Comum Europeu apontou algumas observações ao programa de vacinação do Brasil. “A simples devolução dos frascos vazios não é uma prova de ter efetuado a vacinação. A vacinação deve ser assistida com a mínima garantia de ter sido realizada”, revela.

Segundo Peroni, a vacinação no território paraguaio é acompanhada por pessoal capacitado. Além disso, a operação é registrada em uma ata de vacinação onde constam todos os dados do produtor. Ao final da vacinação, explica, o fiscal informa o coordenador do programa e os escritórios de serviço.

“Estes argumentos marcam claramente que o Paraguai tem, atualmente, um programa de vacinação superior ao do Brasil. Isto não deveria magoar o Dr. José Antônio Roldão (delegado federal de agricultura do Brasil), ao contrário, deveria copiar e aperfeiçoar. Dessa maneira seguiria conquistando mercados e seria líder de exportação de carne bovina para o benefício e orgulho de toda a região”, alfinetou.

No dia 22 de setembro, Peroni disse que o serviço paraguaio é superior ao brasileiro devido às parcerias com a iniciativa privada. Em resposta ao paraguaio, Roldão afirmou que os convênios com entidades privadas existem no país desde 1991 e que o serviço brasileiro é infinitamente melhor que o do país vizinho.

Barreiras

Os produtores rurais paraguaios estão contestando a eficiência das barreiras sanitárias montadas pelo exército brasileiro na fronteira com Mato Grosso do Sul. Conforme Peroni, o contrabando de gado ao Brasil está diminuindo graças à vacinação fiscalizada e informatizada do país.

“Desta maneira temos colocado um controle maior sobre a existência de gado em cada propriedade. Pelo que conhecemos na fronteira a presença de tanques é uma medida tão agressiva como inútil e atinge o bom relacionamento existente entre ambos países”, afirma.

Fonte: Campo Grande News (por Afonso Benites), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.