O governo do Paraná não aceita a declaração do Ministério da Agricultura de que existe um foco de febre aftosa em São Sebastião da Amoreira, a 380 quilômetros de Curitiba, no norte do Estado. “Nós vamos, pela via diplomática, administrativa e até jurídica, contestar a forma como o ministério estabeleceu esse foco no Paraná”, disse o secretário da Agricultura, Orlando Pessuti. “Achamos que foi uma decisão precipitada, baseando-se apenas em um laudo de sorologia e vinculação com a origem.”
O assunto foi discutido ontem na reunião do Conselho Estadual de Sanidade Animal (Conesa), que congrega 35 entidades. “O próprio ministério sempre disse que a sorologia por si só não é suficiente para dizer se o animal tem febre aftosa ou não”, disse Pessutti. “No nosso caso estão aliando a sorologia com a origem dos animais, vindos da Fazenda Bonanza, de Mato Grosso do Sul, o que teria estabelecido a circulação do vírus.”
Pessuti afirma que a circulação não está comprovada porque nenhum outro animal, mesmo os mais suscetíveis de contrair aftosa, como suínos e caprinos, apresentou a doença. E os exames concluídos também não o demonstraram. “Mandamos 988 amostras e nenhum resultado até segunda-feira propiciou o isolamento e a identificação do vírus”, ressaltou. “Há necessidade de prosseguir na investigação laboratorial para poder identificar se há ou não a presença do vírus e da doença.”
Além disso, destacou, todos os exames Probang (que detectam o vírus) deram negativos. “Reafirmo que o Paraná continua na condição de Estado com suspeita de aftosa em algumas propriedades.”
Fonte: O Estado de SP (por Evandro Fadel), adaptado por Equipe BeefPoint
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Uma doença altamente contagiosa como a Febre Aftosa não ter se disseminado através do estado todo, evidência claramente que o Paraná não tem o vírus da Aftosa e muito menos a doença!
Quase todas as propriedades citadas criam ovinos. Os ovinos são chamados de animais sentinela, ou seja, são colocados em antigos focos da Febre aftosa para verificar e certificar a liberação da propriedade.
No Paraná nenhum ovino foi reportado com suspeita da Aftosa. Também podemos pensar nos suínos da mesma maneira…
Todos esses fatos são uma afronta aos produtores e técnicos do Paraná! As instituições estão trabalhando apenas com interesses políticos, e política partidária nunca combinou com produção.
Esperamos um 2006 com mais coerência e objetividade nas ações do governo.
Concordamos em número, gênero e grau com o Dr. Marcelo G. Boskovitz, quando diz que a doença, se existisse, ela já teria se alastrado pelas regiões onde o MAPA diz ter os focos.
Agora mais precisamente em São Sebastião da Amoreira. Existem sim os chamados animais sentinelas, que não são vacinados para tal fins – suínos, caprinos e ovinos. vale ressaltar que existem bezerros na propriedade que não receberam nenhuma dose da vacina e que gozam de perfeitas condições de saúde.
Devemos lembrar ainda que nenhuma vacina é eficaz 100%, onde numa pesquisa de animais vacinados por monitoramento veterinário, a resposta vacinal foi de 70%, contra 50% da não monitorada. O título vacinal não chegava a 5 meses na não monitorada.
Teríamos nesse rebanho então, um percentual de animais não protegidos. Animais estes que também não apresentam sinais clínicos compatíveis com a febre aftosa.
O que parece que ocorreu foi uma mutação do vírus aftoso chamado simplesmente de aPTosa.
Werner Okano
CRMV2375PR