O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou ontem a ocorrência de febre aftosa no estado do Paraná. De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel, testes sorológicos realizados pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) no Rio Grande do Sul comprovaram a existência de um foco da doença numa propriedade com 2.212 animais no município de São Sebastião da Amoreira.
“Fatos novos relacionaram vinculação epidemiológica e sorologia positiva. Por isso, reconhecemos a situação como ocorrência de febre aftosa”, justificou. Ele acrescentou que o resultado sorológico indica contato anterior com o agente da doença, o que, somado à vinculação epidemiológica com focos no Mato Grosso do Sul, constitui tecnicamente foco. A decisão do Mapa foi adotada conforme definido pelo Código Sanitário para os Animais Terrestres da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).
Segundo o coordenador geral de combate a doenças do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Jamil Gomes de Souza, foi realizada sorologia em todos os animais da propriedade de São Sebastião da Amoreira, dos quais 200 vieram da propriedade de origem do foco no município de Eldorado, em Mato Grosso do Sul. “Destes 200 animais, 22% foram reagentes ao teste de sorologia realizado pelo Lanagro do Rio Grande do Sul”, explicou Souza. Os resultados, disse, indicam sinais de infecção anterior.
No que se refere às medidas sanitárias, ele informou que o foco está localizado na área de isolamento de 11 propriedades já determinada pelo Mapa desde a comunicação da suspeita da doença pela Secretaria de Agricultura do Paraná, no dia 21 de outubro. O secretário acrescentou que a eliminação do rebanho é uma decisão do governo estadual. “Se optarem pelo sacrifício dos animais, o retorno à situação sanitária anterior pode ocorrer em seis meses. Se a decisão for pelo abate sanitário em frigoríficos, o status anterior só poderá ser recuperado em 18 meses”.
Estão interditados os municípios de Amaporã, Loanda, Maringá e Grandes Rios. As propriedades localizadas nos municípios de Bela Vista do Paraíso e São Sebastião da Amoreira também estavam sob investigação porque, apesar de não apresentarem animais com sinais clínicos, receberam bovinos oriundos da área contaminada. A interdição será mantida num raio de 10 km a partir do foco. “Não é necessária a interdição num raio de 25 km, como ocorreu no Mato Grosso do Sul, porque não temos informação de contaminação do meio ambiente, o que favorece a proteção de outros rebanhos”, explicou Jamil Gomes de Souza.
As medidas sanitárias adotadas pelo Paraná desde a suspeitas também contribuíram para que a interdição atingisse uma área menor que a do Mato Grosso do Sul. O secretário Gabriel Maciel garantiu que a estrutura do Mapa estará à disposição do governo do Paraná para a continuidade das ações no Estado. “O trabalho de erradicação é compartilhado,” finalizou.
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint