O Paraná decidiu radicalizar suas ações contra a febre aftosa. O Estado fechou suas divisas para a entrada de animais vivos, seus produtos e subprodutos, bem como seus materiais de multiplicação genética procedentes de MS ou que transitem por qualquer área daquele estado, e não apenas oriundos dos cinco municípios que estão no entorno de Eldorado (MS), onde foi detectado o foco de febre aftosa.
A determinação, segundo o governador em exercício Orlando Pessuti, reforça a decisão tomada na sexta-feira, em reunião com a participação de secretários da agricultura de 16 estados.
O próprio secretário estadual da Agricultura em exercício, Newton Pohl Ribas, presente à reunião, chegou a afirmar em entrevista que houve um consenso entre os secretários e todos os estados deveriam flexibilizar as restrições impostas. No mesmo dia, no entanto, o governo do Paraná divulgou posição contrária.
Essa radicalização, segundo Pessuti, aconteceu porque o Governo do Paraná não concordou com a avaliação feita pelo Ministério da Agricultura de que a situação está sob controle. ”A probabilidade da aftosa entrar no Paraná vai de zero a 100. Se não tomarmos cuidado, será de 100, mas se todos nos precavermos, será zero”, disse.
O secretário também justificou a decisão do Paraná. ”Não dá para flexibilizar porque o foco não está controlado. Hoje (ontem) mesmo os jornais estão noticiando mais focos”, ponderou.
A decisão do Paraná vale também para vegetais provenientes da área do foco e para produtos oriundos de estados que não estabeleceram restrições a produtos oriundos do Mato Grosso do Sul. É o caso do Tocantins, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe. Na semana passada, o Estado também negou pedido de um produtor do Mato Groso do Sul que pretendia comercializar sua soja no Paraná.
Na reunião de sexta-feira, o Mapa não atendeu o pedido do governo do Paraná para antecipar a campanha de vacinação contra a febre aftosa, marcada para 1o de novembro. De acordo com o ministério, não haveria tempo hábil para obtenção das doses necessárias. Outro problema seria o deslocamento de técnicos e de animais entre as fazendas, o que aumentaria o risco de contaminação.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Maique Gueths), adaptado por Equipe BeefPoint