Uma operação especial de combate à aftosa, envolvendo vários órgãos estaduais e federais, está movimentando a fronteira Brasil-Argentina no Paraná. Há dez dias, Polícia Federal, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Departamento de Fiscalização da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, Ministério Público, Receita Federal e Vigilância Sanitária de sete municípios da fronteira estão ‘‘caçando’’ animais argentinos. A operação foi montada depois de descoberto que estes municípios, todos na Região Sudoeste do Paraná, estão servindo de porta de entrada para animais vivos, vindos do país vizinho.
Segundo o chefe do núcleo regional da Seab em Francisco Beltrão, Valmor Vanderlinde, pelo menos cinco animais já foram sacrificados. ‘‘Hoje existe uma barreira sanitária entre o Brasil e a Argentina e todo gado que entrar no País será sacrificado’’, avisa. A Argentina só poderá vender animais ao Brasil mediante autorização especial do Mapa, que inclui um rigoroso esquema de vigilância sanitária e quarentena.
Vanderlinde afirma que até crianças estão sendo usadas para facilitar a entrada do gado argentino no Brasil. Muitas vezes, a travessia está sendo feita à noite, na tentativa dos contrabandistas de driblar a fiscalização.
Através da operação, intitulada de ‘‘Segurança Nacional’’, também foram embargadas cargas de carne in natura. Além disso, os fiscais estão orientando a população dos seis municípios que fazem fronteira com a Argentina na Região Sudoeste do Paraná, a não comprar carne cuja origem não seja conhecida.
Hoje o Paraná já tem certificação da Organização Internacional de Epizootias (OIE) de área livre de febre aftosa com vacinação. Esta certificação foi conseguida em maio de 2000. Em maio do ano que vem, o Estado pode conseguir a certificação de área livre sem vacinação. Para isso, no entanto, precisa manter seu rebanho protegido do vírus. ‘‘A partir do momento em que obtivermos a certificação de área livre de aftosa sem vacinação, a vigilância terá que ser ainda maior’’, considera Vanderlinde. O rebanho paranaense hoje é formado por mais de nove milhões de cabeças de gado.
A operação ‘‘Segurança Nacional’’ está sendo desenvolvida nos municípios de Barracão, Santo Antonio do Sudoeste, Pérola do Oeste, Capanema, Bom Jesus do Sul, Planalto e Pranchita. O Paraná tem 130 quilômetros de fronteira seca com a Argentina, na Região Sudoeste do Paraná, o que facilita a entrada ilegal de animais no País.
Fonte: Folha de Londrina (por Denise Ângelo), adaptado por Equipe BeefPoint