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Parlamentares do Reino Unido pedem redução no consumo de carne – leia o comentário do BeefPoint

Um relatório publicado pelo Comitê Internacional de Desenvolvimento alertou que o atual aumento no consumo de carnes é "insustentável”. O relatório diz que pedir para que o mundo ocidental pare de consumir carnes seria “desproporcional e não realista”, mas disse que a carne deveria ser promovida como um “produto ocasional ao invés de como um alimento de todo dia”.

Um grupo de membros do Parlamento do Reino Unido pediram por uma redução no consumo de carne e por uma mudança para sistemas a pasto em uma tentativa de melhorar a segurança alimentar global.

Um relatório publicado pelo Comitê Internacional de Desenvolvimento alertou que o atual aumento no consumo de carnes é “insustentável”. O relatório diz que pedir para que o mundo ocidental pare de consumir carnes seria “desproporcional e não realista”, mas disse que a carne deveria ser promovida como um “produto ocasional ao invés de como um alimento de todo dia”.

O relatório recomenda que haja um movimento para se deixar de consumir carne de animais alimentados com grãos, passando a consumir carne produzida em sistemas mais sustentáveis, como gado a pasto. Segundo presidente do Comitê, Malcolm Bruce, com o Reino Unido diante do risco de uma escassez significante de alimentos, os consumidores do Reino Unido deveriam também ser estimulados durante o tempo a reduzir a frequência pela qual consomem carne. Ao mesmo tempo, como uma nação, deveriam colocar um foco maior em sistemas extensivos mais sustentáveis de produção de carne, como de gado criado a pasto, ao invés das unidades altamente intensivas de animais alimentados com grãos.

A demanda global por carnes está aumentando e deverá dobrar entre agora e 2050. Isso tem sido direcionado principalmente por economias emergentes, particularmente na China, onde o consumo médio de carne por pessoa aumentou de 20 quilos por pessoa em 1985 para 50 quilos hoje. Entretanto, o consumo de carne também continua alto no ocidente, e o consumo médio no Reino Unido foi de 85,8 quilos por pessoa em 2007.

À medida que a demanda por carne cresce, mais e mais colheitas são usadas para consumo animal ao invés de consumo humano. O UK Food Group sugeriu que isso causa uma “perda de calorias” equivalente às “calorias necessárias” anuais para 3,5 bilhões de pessoas.

Entretanto, o Comitê reconheceu que a produção pecuária não é o único fator que está afetando a segurança alimentar e reconheceu que o uso de colheitas agrícolas para a produção de biocombustíveis também está tendo “um importante impacto negativo”.

O Comitê disse que a meta da União Europeia (UE) de ter 10% de sua energia de transporte vinda de fontes renováveis até 2020 provavelmente causou aumentos dramáticos nos preços dos alimentos e pediu ao Governo do Reino Unido que revise sua Obrigação de Combustível Renovável no Transporte (RTFO) para especificamente excluir biocombustíveis produzidos a partir de produtos agrícolas.

As colheitas para produção de biocombustíveis não somente deslocam as colheitas de alimentos, mas também em alguns casos, fornecem fontes de energia que são potencialmente mais prejudiciais ao meio-ambiente do que os combustíveis fósseis. Então, embora reconheçamos que o refinamento do RFTO dificultará para o Reino Unido cumprir as atuais obrigações da UE, a meta relevante não entrará em ação até 2020, então não há nada que impeça o Reino Unido de revisar o RTFO agora para excluir biocombustíveis produzidos a partir de produtos agrícolas.

O relatório também pediu que o governo do Reino Unido lance uma campanha nacional junto aos consumidores para reduzir os desperdícios de alimentos e disse que o governo deveria impor metas nacionais, com sanções para companhias que não as cumprirem.

Comentário BeefPoint: a defesa de que a produção a pasto é mais sustentável que a produção de animais confinados é questionável. Inclusive acreditamos que o uso estratégico de suplementação e até confinamento por um período curto pode ser uma excelente estratégia para aumentar a produção a pasto, aumentar a eficiência e sustentabilidade de um sistema de produção. Temos que pensar em integração de sistema, ganhos sinérgicos. Essa é inclusive uma das grandes vantagens do Brasil – integrar dois sistemas muito eficientes – pecuária a pasto e agricultura de grãos. Outro ponto que acreditamos: não é inteligente tentar denegrir a produção em confinamento para aumentar as vendas de carne produzida a pasto. Por último, é muito fácil para um político na Inglaterra sugerir que a população da China ou outros países emergentes comam menos carne.

A reportagem é do GlobalMeatNews.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Rodrigo M. F. disse:

    Perfeito comentário de vcs do Beef. E o que dizer da FAO, capitaneada pelo brasileiro Sr. Graziano, que está recomendando alimentação à base de insetos? Desconheço estudos sobre valor proteico destes seres vivos, contudo, sob uma perspectiva ocidental e superficial creio ser um modelo ultrapassado para abrandar a fome no mundo.