Pasto de engorda ?
Nas nossas andanças sempre nos deparamos com os tais pastos de engorda que, quase invariavelmente, se caracterizam por uma enorme desuniformidade causada pela atividade de acabamento de bois.
A maior parte dos pecuaristas e uma boa parcela dos técnicos dificilmente ousa desafiar a máxima de que o acabamento deve ser feito num pasto sossegado, com capim sobrando, de preferência sem nenhuma movimentação, e com lote bem escolhido.
“O boi engorda mais porque se sente em casa, sabe onde é a aguada, o cocho de sal, onde é o malhador e quem são os companheiros” ensinam os mais experientes.
Tenho aprendido durante esses anos a não duvidar daquilo que é observado no campo, mas isso não quer dizer que a conclusão que é feita sobre essa observação seja sempre verdadeira; aliás, na maioria das vezes, ela pode ser bastante incorreta.
O boi para engordar precisa basicamente de sobra de capim e conforto, independentemente do sistema de pastejo empregado. Em pastejo rotacionado (e não interessa o número de animais no lote), desde que os animais sejam retirados com bastante sobra e tenham lugar para descanso confortável, o ganho individual é tão bom quanto seria com o animal parado no pasto de acabamento.
Na época em que a fotografia foi tirada os animais (somente compra) estavam por volta dos 24 meses com peso médio de 430 kg, num lote de trezentos e cinquenta animais, com ganho médio de 850 g por dia, comendo pasto de mombaça adubado e sendo manejados de forma rotacionada. Estava no horário da mudança e esta era a quantidade de sobra que os animais do repasse iriam comer.
Pastos de engorda podem e devem ser todos os pastos da fazenda; basta que saibamos adequar a oferta de forragem e o conforto dos animais.
José U. Junqueira Jr.
ViaVerde Consultoria Agropecuária
em Sistemas Tropicais
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Estou terminando o curso de veterinária e acompanhei durante este último semestre confinamentos de terminação e também de recria com retorno a pasto subsequentes, como não pude observar os resultados finais e tendo ouvido opiniões controvérsias, gostaria que me dessem algum parecer sobre o assunto… os animais recriados em confinamento sentiriam muito e poderiam perder parte do que já haviam ganho ou podem ser terminados a pasto na época das águas?
Resposta BeefPoint: A sua dúvida realmente procede e a resposta depende da dieta do confinamento e da qualidade e quantidade de pasto ofertado posteriormente.
Animais que estão em dietas ricas e com alta taxa de ganho tem desempenho inicial abaixo do esperado quando mudam para uma dieta mais pobre (é o que se chama de animais “sentirem”).Isso ocorre em qualquer situação, seja de confinamento ou no pasto. No caso de animais em crescimento, creio que a fórmula mais econômica é dar uma dieta de “confinamento” para ganhos moderados ou no máximo, próximos daqueles que o animal terá nas próximas águas. No caso de terminação, o melhor é que o confinamento seja planejado para realmente acabar o animal… caso seja realmente necessário voltar o animal para o pasto, procure dar uma grande escolha a ele (deixe que o animal selecione uma boa dieta) minimizando assim a fase de readaptação.
José Ultímio Junqueira Junior – Equipe da Via Verde Consultoria Agropecuária
Equipe da ViaVerde Consultoria Agropecuária em Sistemas Tropicais
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