Pasto viciado?

Uma das perguntas mais curiosas dos produtores que vão iniciar adubação com nitrogênio em pastagens é: Meu pasto não vai ficar viciado?

A primeira vez que ouvi isso achei graça e não entendi muito bem o questionamento. Mas como a preocupação era realmente legítima o produtor explicou: “Vou ter que adubar todo ano?”

Essa questão retrata bem a aversão que a pecuária mantém em relação à utilização de insumos e isso não é por acaso…

Vários são os casos de insucesso no uso da chamada “tecnologia” cuja principal causa é falta de conhecimento e incapacidade de análise das conseqüências por parte de quem a indicou. Lembrei daquela piada que tem lá seu fundo de verdade, sobre a diferença do médico e do agrônomo: Quando o agrônomo erra a terra mostra… Quando o médico erra a terra esconde!

Nossa classe tem que encarar o “bicho” de frente e dizer claramente ao produtor que para aumentar a lotação e a produtividade ele vai SIM precisar adubar todo ano como fazem os agricultores que querem sobreviver. Além disso, também é preciso explicar que terão de aprender em conjunto a controlar a dose, pois pior do que a falta de pasto, somente a sobra exagerada.

Como assim aprender em conjunto? É isso mesmo… Não existe receita que funcione para todas as situações! O que importa é que você tenha uma boa base para saber interpretar as respostas e definir os próximos passos.

Quando se consegue entender esse mecanismo e “dominar” a utilização dessa ferramenta quem fica viciado em adubo é o produtor e não o pasto.

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