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Pecuária brasileira fatura com crises argentinas

Segundo o diretor executivo da Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, o mercado da carne do Brasil foi ampliado com a diminuição da participação argentina, que vive uma crise de energia elétrica e enfrenta restrições governamentais à exportação. "Ainda não dá para quantificar, mas já é possível sentir os reflexos no mercado", avaliou.

Segundo o diretor executivo da Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, o mercado da carne do Brasil foi ampliado com a diminuição da participação argentina, que vive uma crise de energia elétrica e enfrenta restrições governamentais à exportação. “Ainda não dá para quantificar, mas já é possível sentir os reflexos no mercado”, avaliou.

No primeiro semestre de 2007 o incremento das vendas externas de carne bovina no Brasil foi de 31% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 2,2 bilhões com o embarque de 1,36 milhão de toneladas. Na Itália, Estados Unidos e Alemanha as exportações já equivalem a 62%, 59% e 57% das vendas de todo o ano passado. Em relação à Rússia, o número é ainda maior e já corresponde a 74% das exportações de 2006.

Devido à crise de energia, o governo decretou uma restrição de 50% no consumo de energia das indústrias, que inclui frigoríficos, durante 8 horas por dia. Além disso, até 31 de dezembro as exportações estão restritas pela Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (ONCCA). Com isso a Argentina pode vender ao mercado externo em torno de 500 mil toneladas de carne bovina por ano.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, que está em missão na Argentina para participar da maior feira agrícola do país, também atribuiu a expansão do mercado brasileiro às dificuldades do concorrente. “A partir do momento que o governo argentino tirou a carne bovina das exportações para abaixar o preço da carne no mercado interno, o Brasil passou a ocupar um grande mercado”, afirmou. As informações são de reportagem de Priscila Machado, do Diário do Comércio e Indústria/SP.

Na média, o transporte leva até cinco dias, o que reduz pela metade o prazo de validade do produto, mas os gaúchos estão com a oferta de boi tão baixa que já trouxeram, desde abril, um total de 128 mil toneladas de carne do Acre e Rondônia para processar em seus frigoríficos, o que significa 20 dias de abate local.

O sul do Pará possui seis frigoríficos habilitados a vender ao mercado externo e, segundo Paulo Costa, do Sindicarne, já houve uma pequena melhora no preço da arroba do boi. “Subiu 15% nos últimos 30 dias, passando de R$ 45,00 para R$ 52,00”, contou.

No extremo sul do país, devido à falta de animais, o preço da arroba chegou a R$ 75,00, mas com a produção trazida de outros estados acabou estabilizado em R$ 69,00 nos últimos dias, informou reportagem de Norberto Staviski, da Gazeta Mercantil.

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