O PIB da pecuária é o grande destaque deste primeiro trimestre do ano, com um crescimento acumulado de 1,48% até março. Para o Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro (PIB, soma que inclui desde a produção primária até a indústria de processamento, insumos e serviços), a estimativa da CNA/Cepea-USP aponta crescimento de 0,75% nos primeiros três meses de 2004 em relação ao mesmo período de 2003, com taxas mensais de, respectivamente, 0,10% e 0,18% em fevereiro e março.
A indicação que se tem – embora os dados do primeiro trimestre ainda possam se alterar ao longo do ano – é que o crescimento deste ano do agronegócio provavelmente não consiga repetir o excelente desempenho dos dois últimos anos, o que chama a atenção para políticas públicas que não penalizem ainda mais um setor tão importante da economia nacional, e que tem sido essencial para fornecer as condições necessárias para a retomada do crescimento da economia brasileira.
Os índices do PIB do agronegócio da pecuária (todos os elos da cadeia) mostram crescimento em fevereiro de 0,09% e em março de 0,18%. No período acumulado de janeiro a março de 2004, observou-se crescimento de 0,59%. Em igual período de 2003, o resultado do agronegócio da pecuária foi um recuo de 1,07%. O último trimestre de 2003 registrou um crescimento de 0,42% para o agronegócio da pecuária.
Os números permitem observar que o crescimento do PIB do agronegócio brasileiro em 2004, se mantido o ritmo de crescimento do primeiro trimestre nos meses subseqüentes de 2004, chegarão ao patamar de R$ 524,29 bilhões, contra os R$ 508,27 bilhões obtidos em 2003, significando um crescimento de 3,15% ao ano.
O PIB anual projetado para o setor rural brasileiro é de R$ 165,44 bilhões, ante os R$ 158,20 bilhões de 2003, o que representa uma elevação de cerca de R$ 7,24 bilhões. Por sua vez, o PIB da agricultura que se projeta para 2004 é de cerca de R$ 98,20 bilhões ante os R$ 94,81 bilhões registrados em 2003. A projeção anual para 2004 é de R$ 67,23 bilhões, contra os R$ 63,39 bilhões obtidos em 2003.
O crescimento dos insumos industriais utilizados pela agricultura foi de 1,02% no primeiro trimestre de 2004, taxa esta superior ao crescimento da agricultura. A pecuária apresentou nos meses correspondentes, fevereiro e março, crescimentos – do setor insumos – de 0,35% e 0,24%, fazendo com que o valor acumulado no primeiro trimestre do ano ficasse em 1,16%. Ressalte-se que esta taxa é inferior à da registrada para o PIB básico da pecuária. O crescimento desse segmento para a agropecuária como um todo, foi de 0,12% em fevereiro e de 0,12% em março, com o acumulado no ano – de janeiro a março – de 1,07%, taxa também inferior à do PIB básico da agropecuária, sinalizando ganhos na renda do setor rural brasileiro.
O setor industrial de processamento dos produtos agropecuários acusou, no primeiro trimestre do ano, uma taxa acumulada de crescimento de 0,60%. Já a indústria processadora de produtos animais vem apresentando taxas negativas no PIB no primeiro trimestre do ano. Em fevereiro teve um recuo de 0,63% e, em março, de 0,28%; no acumulado do ano, apresenta uma retração de 1,00%.
No segmento de distribuição, observa-se também evolução positiva do PIB tanto para o complexo do agronegócio da agricultura como para o da pecuária. No entanto, o dinamismo maior fica por conta do setor de serviços da agricultura, com um crescimento acumulado no ano de 0,63%, e taxas mensais de crescimento de 0,11% em fevereiro e 0,17% em março. O setor de distribuição pecuarista teve um crescimento acumulado até março de 0,14%, com recuo de 0,12% em fevereiro e expansão de 0,07% em março. No global, o segmento de distribuição do setor agropecuário teve um crescimento de 0,48% no acumulado dos três primeiros meses do ano, com taxas de 0,04% e 0,14%, para os meses de fevereiro e março, respectivamente.
Fonte: CNA/Cepea-USP, adaptado por Equipe BeefPoint