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16 de abril de 2007

Pecuária de Rondônia em crise

Nos últimos anos tem se ouvido falar que a pecuária nacional está em crise. Isso se deve a vários fatores que têm influenciado o setor. Em Rondônia a realidade não é diferente, muito pelo contrário, a crise é pior. Entre os agravantes estão a concentração de abate em poucos frigoríficos, falta de indústrias para abater os animais e falta de incentivo fiscal para vender o boi em pé para outros estados.

Nos últimos anos tem se ouvido falar que a pecuária nacional está em crise. Isso se deve a vários fatores que têm influenciado o setor. Em Rondônia a realidade não é diferente, muito pelo contrário, a crise é pior.

Hoje o estado tem o rebanho de 11,4 milhões de cabeça e a crise é mais agravante por alguns motivos particulares que o estado apresenta. Entre eles estão a concentração de abate em poucos frigoríficos, falta de indústrias para abater os animais e falta de incentivo fiscal para vender o boi em pé para outros estados.

Essa realidade vem ocorrendo desde 2003, quando o estado foi reconhecido como livre de aftosa com vacinação. De lá para cá, os índices zootécnicos e de produtividade vem piorando ano a ano. No caso do índice da natalidade, veja o gráfico 1.

Gráfico 1. Natalidade x número de animais que deixaram de ser produzidos


A taxa de natalidade do estado vem caindo ano a ano. Em 2002 tínhamos uma taxa de 70,42%. No último ano o índice já foi de 59,6%. Em 4 anos o estado deixou de produzir quase 1 milhão de bezerros. Isso representa um grande prejuízo para o produtor, mas principalmente para o estado que deixa de gerar empregos e divisas

Quando analisamos o percentual de machos acima de 36 meses em relação ao total de machos, percebe-se que os animais estão ficando mais tempo no pasto para poder chegar ao peso de abate, isso ocorre por vários motivos. Entre eles estão a diminuição da qualidade dos tratos alimentares e sanitários, devido a baixa da rentabilidade da atividade. Veja o gráfico 2.

Gráfico 2. Porcentagem de machos maior de 36 meses em relação ao total de machos


Nota-se que o estado piorou a sua eficiência em 41%, saindo de 13,7% para 19,41% de machos acima de trinta e seis meses em relação ao total de machos do rebanho.

Quando analisa-se a evolução do abate no estado (gráfico 3), nota-se que o número de animais abatidos mais do que dobrou nos últimos 6 anos. Saiu de quase 700 mil cabeças para mais de 1,8 milhões de cabeças. Apesar do abate ter evoluído significativamente ainda está aquém da necessidade do estado.

Outro agravante muito grande é que o abate de fêmeas aumentou significativamente nos 2 últimos anos. Isso significa que deverá faltar bezerros para a reposição dentro de 1 a 3 anos.

Gráfico 3. Quantidade de abates de machos e fêmeas


Para saber quanto o estado está produzindo ao ano no setor da pecuária é preciso somar o que se abate e o que o rebanho cresceu no ano. Em 2001 o percentual de abate em relação ao rebanho (desfrute) foi de 10,31% e o crescimento do rebanho foi de 15,11%, logo a taxa de produção do ano de 2001 foi de 25,42%. Uma ótima taxa comparando-se com o restante do país, que tem em média 23%.

No entanto, no ano de 2006, o desfrute evoluiu para 15,91%, mas o crescimento foi de apenas 1,19%, logo a taxa de produção reduziu para 17,09%. Nota-se que o estado perdeu muito a sua eficiência produtiva, saindo de 25,42% para 17,09%.

Gráfico 4. Índices do rebanho de Rondônia


* Taxa de Produção = Taxa de desfrute + Taxa de crescimento

Esses 8,33% deixados de produzir só no ano de 2006 significam um prejuízo direto ao setor produtivo de 800 milhões de reais.

Atualmente estão sendo construídos 3 novos grandes frigoríficos no estado e outros três estão sendo ampliados. Quando essas plantas estiverem operando, o estado terá a capacidade de abater mais e com isso aumentará sua taxa de desfrute. No entanto é difícil o crescimento do rebanho nas condições atuais, devido a grande pressão contra abertura de novas áreas de pasto e por que o produtor não está investindo em tecnologia devido ao preço da @ não estar comportando o investimento.

Com isso deve-se ter nos próximos anos uma taxa de produção muito próxima da taxa de desfrute do estado.

Hoje o produtor rondoniense está descapitalizado para investir na pecuária, com isso os índices de produtividade do estado devem piorar ainda mais nos próximos anos, visto que uma grande parte de pastos do estado estão rapados. Este manejo “errado” está levando a degradação dos pastos e com isso a produtividade do estado continuará caindo nos próximos anos.

Para que haja a reversão dessa situação só existem três caminhos: a conscientização dos produtores, a valorização da @ do estado ou uma redução do custo de produção. Infelizmente, nem todas as soluções apresentadas dependem exclusivamente dos pecuaristas. Mas, na atual conjuntura, o mercado não vai perdoar aquele que não fizer ao menos a sua parte.

0 Comments

  1. Lineo Passos de Carvalho disse:

    Com a espectativa de falta de bezerro no futuro, com novas plantas de frigoríficos e ampliação de outros e as cooperativas que estão em andamento, é a ultima esperança de muitos.

    Resposta do autor:

    Prezado Lineo

    Obrigado por comentar o artigo e com certeza um futuro melhor nos espera na Cooperocarne.

    Grato

  2. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Alexandre,

    É muito dificil de comentar sobre este grito de socorro da pecuária da Rondônia, e esperava que a cooperativa que implantou um frigorífico pelo menos indicaria para onde e como rumar com a pecuária de corte em Rondônia.

    Temos que ser objetivos e claros, sem falar que não existe almoço de graça e que a exploração agropecuária nas fronteiras agrícolas é muitas vezes feita com a cara e a coragem e também muitas vezes na frente das pesquisas e infraestrutura e indústrias.

    Fiquei muito triste quando diz que depois do estado ser reconhecido como livre de aftosa em regime de vacinação em 2003 as coisas só andaram para trás em vez de capitilizar e de fato agregar valor para a carne e seus derivados produzidos. Espero que vocês se juntem em cooperativas de produtores e tenham força sobre o poder estadual e até federal. Pode se pensar em criar um selo para os produtos produzidos em estados livre de aftosa com vacinação e até incentivos fiscais.

    Cada produtor vai ter que rever a sua exploração da fazenda, lembrando que muitas vezes na crise aparecem as oportunidades para quem não tem medo de mudar e enxergar além do seu nariz.

    Um grande abraço e boa sorte para vocês ai em Rondônia,

    Louis

  3. Antonio Pereira Lima disse:

    Sr Alexandre Foroni,

    Parabéns pelo artigo, mas confesso que não consegui entender qual a sua preocupação, se é com a arrecadação do estado ou com a lucratividade do produtor. Me parece que alguns motivos particulares que o estado apresenta já estão sendo sanados, com a construção de 3 novos frigoríficos, e a ampliação de mais 3.

    No caso do incentivo para vender boi para fora do estado, se Rondônia é considerado um estado livre de aftosa com vacinação, quem vai buscar boi para trazer para um estado que só pode comercializar no mercado interno, não poderá pagar preços superiores aos encontrados aí.

    Outro fato que me chamou a atenção no seu artigo, foi o de que a partir do reconhecinento de área livre de aftosa com vacinação, caíram os índices de produtividades e zootécnicos, até parece que este status desanimou os produtores.

    Com relação aos animais ficarem mais tempo no pasto para serem abatidos, antes de avaliarmos o motivo precisamos saber qual a média de peso dos bois nos frigoríficos.

    E para finalizar gostaria de lembrar a todos que, produtividade não tem nada a ver com lucratividade, e que ganhar dinheiro é uma coisa, e ter dinheiro é outra.

    Um abraço

    Resposta do autor:

    Prezado Antonio;

    Obrigado por comentar o artigo. Sobre o que perguntou gostaria de deixar claro que a preocupação é com o estado num modo geral (arrecadação, geração de emprego, e lucratividade do setor, índices do setor).

    Realmente o problema de falta de capacidade instalada no estado está sendo sanado e deverá ficar sanado realmente no final de 2008.

    Sobre o MT que só vende para o mercado interno, comprar boi nosso não ter vantagem. Como explicar uma diferença de R$ 7,00 a menos na @ de RO em comparação a de MT.

    Os índices vem caindo por vários motivos:

    1 – esta faltando pasto, pois antigamente podia desmatar e abrir novos pastos e o rebanho vinha crescendo muito por que não há capacidade instalada de abater mais animais (agora os frigoríficos estão trabalhando com 110% da capacidade)

    2 – lavoura vem entrando no estado.

    3 – o preço da @ no estado vem desestimulando o produtor a produzir e investir em reformas.

    Sobre os animais ficarem mais tempo no pasto esta relacionado a falta de pasto na propriedades do estado e por isso a idade de abate esta prolongando. Sobre a taxa de natalidade cair também está relacionado a falta de pasto e uma pior mineralizaçao dos animais por causa do custo.

  4. ANDRE LUIZ PERRONE DOS REIS disse:

    Alexandre,

    Excelente artigo, realmente de altíssima qualidade, informação e com dados surpreedentes.

    Parabenizo, pelo caracter empreededor e transparente, sempre se dedicando a cadeia da carne. Tenho certeza que a Cooperocarne é um grande exemplo não só estadual, como nacional para todos nós.

    Um Abraço,

    André Perrone

    Resposta do autor:

    Caro amigo André,

    Muito obrigado por comentar e torcer pelo projeto.

    Alexandre Foroni

  5. Rodolfo Francovig Neto disse:

    Parceria na entrega da carne é a saída para os pecuaristas não ficarem reféns dos frigoríficos.

    Resposta do autor:

    Rodolfo,

    Obrigado por comentar o artigo e concordamos com o que disse. O problema que em Rondônia, quando começamos o projeto, faltava muito frigorífico e os que existiam estavam concentrados na mão de poucos.

    Grato,

    Alexandre Foroni

  6. Everaldo Oliveira do Nascimento disse:

    No ano passado estive em Rondônia e ainda em estados da região Cento-Oeste e em Rondônia, foi o único local que realmente fomos parados e obrigados a fazer a higienização voltada ao controle de barreira ao virus da aftosa.

    Achei a medida espetacular e vi que está sendo feito um trabalho sério. Quanto a diminuição do rebanho, certamente deve ser por haver poucos frigoríficos na região, e os preços de vendas do gado não ser melhor, desestimulando a criação.

    Com novos frigoríficos e a maravilha que é a Cooperocarne, que tive o prazer de visitar juntamente com o Sr. presidente Dr. Euvaldo Foroni, logo o estado vai estar exportando inclusive para o MCE, pois seria um absurdo, construir uma maravilha como a Cooperocarne e essa ficasse voltada só ao mercado nacional.

    Gente, é coisa de primeiro mundo. O governo tem que reconhecer esforços como esse e priorizar o investimento feito, afim de que os pecuaristas possam retomar a criação de bezerros, que depois vai gerar divisas ao estado e ao país.

    Um abraço a todos

  7. Juscelio Matoso disse:

    É muito triste saber que um estado como Rondônia está passando por um problema e grave, espero que os governantes desse estado tomem uma providência e resolvam esse problema que e prejudicial ao estado.

    Abraço a todos e que tudo de certo para vocês em Rondônia

    Resposta do autor:

    Prezado Juscelio

    Obrigado por comentar o artigo.

    Realmente a situação é preocupante no estado.

    Grato,

    Alexandre Foroni

  8. CLAUDIO VIEIRA GUEDES disse:

    Grande Alexandre,

    Agradecemos pelo artigo e preocupação com a pecuária rondoniense.

    A redução da capacidade de suporte das pastagens, tem sido uma constante preocupação nossa à frente da Associação Rural de Pimenta Bueno. Com a iniciativa da criação do programa de controle das cigarrinhas das pastagens e a implantação da biofábrica, esperamos contribuir para minimizar o problema.

    Com a sua permissão estaremos utilizando estes dados em expediente ao governo do estado e demais parceiros do programa, onde ressaltamos a importância de ações visando a recuperação das nossas pastagens.

    Forte abraço.

    Claudio Vieira Guedes

    Resposta do autor:

    Prezado Claudio

    Obrigado por comentar o artigo. Sei do esforço do senhor para poder melhorar a produtividade do nosso estado e nossa região. Apesar dos índices serem preocupantes, existem soluções e temos que difundí-las.

    Grato

    Alexandre Foroni

  9. Estêvão Domingos de Oliveira disse:

    Nesse país há algo estranho. Li um artigo no que falava exatamente sobre a concentração de frigoríficos nas mãos de poucos grupos, principalmente os frigoríficos voltados ao mercado interno.

    Esses cartéis exercem uma forte pressão no mercado interno e realmente achatam o preço pago ao produtor no Brasil todo. Essa situação só será resolvida quando o setor de produção se organizar e houver união entre os produtores, pois os frigoríficos são muito unidos. Mas não entendo como o estado, que deveria regulamentar a situação comercial, permite isso. Certamente há pessoas no alto escalão sendo muito beneficiadas.

    Resta-nos esperar que com essa falta de bezerros que se aproxima nós pecuaristas possamos respirar bons ventos. Quanto a abertura de novas áreas para a pecuária, acredito que devemos ser menos extrativistas. Com manejo e adubação dá para aumentar e muito a taxa de lotação de nossas propriedades, com aumento do desfrute. E isso de modo sustentável. A pecuária de corte extrativistas não consegue competir com outras atividades do agronegócio e perde espaço.

    Um abraço e bons ventos a todos

    Resposta do autor:

    Prezado Estêvão

    Primeiramente muito obrigado por comentar o artigo. Concordo plenamente que não devemos mais abrir fronteiras. Devemos intensificar a produção nas áreas já abertas. Tenho certeza que conseguimos dobrar a produtividade do estado com o aumento da tecnologia. Para tanto devemos ter uma cadeia unida e forte como um todo, desde os fabricantes de insumos até os varejistas da carne.

    Hoje em Rondônia o produtor que tem um processo de intensificação maior, com adubação de pastagens por exemplo, esta preferindo alugar pasto do que adubar, pois o custo dos insumos em Rondônia são muito autos devido principalmente ao frete (mais ou menos R$ 200,00/ton) e depois tem que vender no preço de R$ 44,00 a @.

    Grato

    Alexandre Foroni

  10. Carlos Cesar Amaral Marques disse:

    Amigo Alexandre,

    Parabéns pelo esclarecimento, que, com certeza, vai encontrar eco nesse espaço importante destinado ao debate, mostrando para o nosso alienado país um pouco da nossa realidade pecuária, tão rica e tão vilipendiada, seja na esfera pública, com a omissão governamental, seja na esfera privada com a ação cartelizada e opressora da indústria, que estão alienando nosso suor.

    Graças a Deus, boa parte de nós não estamos parados, apesar da maioria acomodada e inerte, juntos estamos irmanados nesta última esperança chamada Cooperocarne e outras.

    Grande abraço,

    Cesar Amaral

  11. Nagato Nakashima disse:

    Meu caro Alexandre Foroni, a preocupação é perfeitamente válida, porém temos de entender que Rondônia com aproximadamente 12 milhões de cabeças seguramente tem que abater 2,5 milhões por ano e o consumo interno é de aproximadamente 220.000 cabeça de sã consciência qual comprador que vai oferecer um preço justo. Cujo custo de produção chega em torno de R$ 60,00 por arroba.

    Conheço bem este mercado e como se desenvolveu a pecuária em Rondônia onde convivo a 34 anos. Sempre estive a disposição para ajudar na solução dos problemas. Problema da pecuária de Rondônia não difere dos demais estados, tudo começou na década de 60 e 70 do século passado.

    Nagato Nakashima – Méd Vet CRMVRO 0001

  12. Fernando Pinto disse:

    Meu caro amigo, Alexandre Foroni.

    Gostaria de iniciar meus comentários com o presente: A fruta não cai muito longe do pé. Certamente a pecuária estadual tem orgulho de poder contar com a participação de empreendedores do calibre de Euvaldo e Alexandre Foroni.

    Para quem conhece a pecuária rondoniense nos últimos 25 anos, sabe que os dados estatísticos do seu artigo encontram-se alicerçados na realidade da produção pecuária em fronteiras agrícolas, mas se a parceria pública x privada não tivesse alcançado o status de zona livre de febre aftosa com vacinação, reconhecidamente pela OIE, certamente ter produção pecuária nesta fronteira seria impossível.

    Abraços.

    Fernando Pinto

  13. Roberto Euclydes de Almeida Barros disse:

    Prezado amigo pecuarista,

    É muito boi para pouco consumo. Está sobrando carne em Rondônia; quem dá os preços é a lei do mercado: oferta e procura. Oriente os seus amigos a entrar para a cana, pois sabemos que a cana expulsa o boi.

    É uma maneira dolorosa e triste de diminuir o rebanho e perder sua identidade como boiadeiro. Quanto as cooperativas digo que é muito bonito em sua filosofia, porém as que aqui iniciaram ficaram somente na lembrança e na saudade.

    Abraços

    Roberto Barros

    Resposta do autor:

    Prezado Roberto;

    Obrigado por comentar o artigo. Concordo plenamente que existe a lei da oferta e procura e que é ela quem manda.

    Concordo que sobra carne em RO, mas o que se consome de carne dentro do estado é praticamente oriundo de pequenos abatedouros e não dos frigoríficos.

    Concordo que a cana é uma opção. Mas não adianta plantar cana sem usina. Em RO ainda não temos usinas em operação, temos somente em construção.

    Grato

  14. Sebastião Wladimir Fogagnoli disse:

    Sr. Alexandre

    Tivemos residência em Ji-paraná, local que foi escolhido pelo Grupo Atacadão, que então eram proprietários em Rondônia e Mato Grosso. Gostaria de engrossar a sua matéria, pois nos anos de 2002 – 2003, ficou trancada a saída de bois para abate em outros estados, não tinha para onde correr.

    Nessa época haviam 6 frigoríficos em funcionamento, 4 deles de um dono só. Posso falar porque tínhamos a responsabilidade de negociar toda a produção de bois do Atacadão.

    Parabéns ao ilustre cidadão, que teve a coragem de mandar essa matéria de forma bem ilustrativa, para que todos os rondonienses tomassem conhecimento. Deixamos ai um patrimônio valioso de amigos e amizades.

    Grande Abraço
    Miro

  15. Marcos Vinicius Colognesi disse:

    Parabenizo a discussão desenvolvida neste site, sempre leio e gosto muito das informações que aqui são divulgadas. Peço licença para contar-lhes alguns fatos que presenciei em visita no começo deste ano (2007) à fazenda Chega Morre de propriedade de minha família no município de Seringueiras no Estado de Rondônia.

    Além do preço baixo da arroba, constatamos outros problemas que o pecuarista rondoniense vem enfrentando no seu dia a dia para poder sobreviver. Há um descaso total do governo federal com os cidadãos da região entre São Miguel e Costa Marques.

    A BR 429 está acabada. Em Janeiro deste ano o Rio São Miguel transbordou sobre a estrada que ficou intransitável durante dias. O povo ficou ilhado. Veículos fundiram o motor, tiveram que ser rebocados por caminhões.

    Como se não bastasse o problema com o cartel e com o escoamento do gado, os pecuaristas da região entre Seringueiras e São Francisco correm o risco de perderem tudo que conquistaram. Depois de 20 anos que as suas famílias se instalaram na região com a autorização do Incra, a Funai quer desalojá-las defendendo que a terra deve ser entregue aos índios.

    Essa iniciativa da Funai pode desencadear um grande conflito. Ali existem milhares de micro e pequenos produtores que esperam uma posição do órgão e do governo que age como se nada estivesse acontecendo.

    Glaucia Colognesi

  16. jose carlos casali pillon disse:

    De acordo com os comentarios ditos acima, tenho por base as fazendas onde administro, um dos grandes fatos que implicam na qualidade do gado e a quantidade, certamente é o solo, de baixa e péssima qualidade, e mesmo sendo corrigido, não responde bem aos investimentos, com um bom manejo e úma graminea de alta resistencia esta se tendo um bom rendimento do gado, a fazenda desmama bezerros aos 8 meses com 263 kg em média em pasto de humidicola, que muitos não dão o valor devido.
    Agradeço pela oportunidade, sem mais para o momento.