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Pecuária e cana, o que é mais lucrativo

Produção bem planejada de gado de corte pode melhorar ganho do produtor em 30%. Animados com os incentivos do governo à produção e com as perspectivas de exportação de álcool, muitos pecuaristas estão arrendando suas terras para o plantio de cana-de-açúcar, o que levanta discussões sobre qual atividade é mais rentável: a pecuária de corte ou a cana. No entanto, o professor do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Moacyr Corsi, considera a fase atual da cana-de-açúcar semelhante a outras vividas pela pecuária, como a da laranja e da soja, na disputa por área.

Produção bem planejada de gado de corte pode melhorar ganho do produtor em 30%.

Animados com os incentivos do governo à produção e com as perspectivas de exportação de álcool, muitos pecuaristas estão arrendando suas terras para o plantio de cana-de-açúcar, o que levanta discussões sobre qual atividade é mais rentável: a pecuária de corte ou a cana. No entanto, o professor do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Moacyr Corsi, considera a fase atual da cana-de-açúcar semelhante a outras vividas pela pecuária, como a da laranja e da soja, na disputa por área.

Ele dá vantagem para a pecuária. “Com o uso de tecnologia na produção da pastagem, a atividade pode proporcionar maiores ganhos que o arrendamento de terras para o plantio da cana, além de apresentar menor risco.”

Segundo o professor, a produtividade na pecuária de corte pode variar entre 30 e 50 arrobas por hectare/ano, e na da cana, em torno de 12,4 toneladas por hectare/ano. Isso significa rendimento de R$ 558 hectare/ano com a cana, ante R$ 1.290 com a pecuária, considerando R$ 43 a cotação da arroba de uma vaca gorda, de 30 arrobas, a mais baixa. “Na comparação, o ganho da pecuária é superior a 100%.”

Segundo Corsi, os ganhos na pecuária podem aumentar em 30% com o planejamento dos manejos de monta, desmama e produção de boas pastagens para alimentar o rebanho. “Com esses cuidados as vacas entram no cio mais cedo, produzem animais mais fortes, maiores, mais pesados e precoces”, diz. “No entanto, a pecuária mal gerenciada pode levar a perdas de até 80% em produtividade.”

Estudo

Estudo comparativo entre a cana e a pecuária de corte, nas condições de Araçatuba (SP), com base na média da rentabilidade no período 10 anos, mostra resultado favorável para a pecuária, segundo o consultor da Projeta, Ricardo Camargo Rocha Filho. “Considerando o capital em terra e rebanho, a pecuária proporciona ganho de 13,8% e a cana, 9,6%.”

O estudo tomou por base três UAs (unidades animal) por hectare, em pastagens adubadas, em rotação, com suplementação e confinamento. “A taxa de desfrute foi de 100% e produtividade de 1.327 quilos/hectare. E, para a cana, o rendimento foi de 85 toneladas/hectare em cinco safras.”

Embora o resultado tenha sido positivo para a pecuária, Rocha Filho afirma que devem ser analisados fatores regionais e logísticos que influem no custo e na rentabilidade. Segundo o consultor, o estudo não reflete a realidade dos últimos 4 anos, em que a pecuária foi afetada pela aftosa e ficou com rentabilidade abaixo da proporcionada pela cana.

Diversificação

O segredo em qualquer atividade é diversificar os investimentos, segundo o pecuarista Dario Guarita, vice-presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), com propriedade em Araçatuba, onde produz cana, grãos e pecuária extensiva, além de engorda de animais PO. “Essas atividades se complementam”, diz. “Como todas são commodities, a flutuação de preços é inerente a essas atividades.”

Fonte: O Estado de São Paulo/Associação dos criadores de Nelore do Brasil

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