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Pecuária na Amazônia Legal pode crescer sem desmatar

Mesmo tendo identificado em levantamentos governamentais a pecuária como principal agente do aumento do desmatamento na região da Amazônia Legal (território que abrange Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins), conforme indica o estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Scot Consultoria prevê intensificação da atividade na região sem mais impactos ambientais e sem crescimento significativo na ocupação de terras.

“Esse movimento (de aumento da atividade na região) foi originado pelo fato de os custos de produção terem aumentado, devido à competição com a agricultura e a elevação do custo da terra a pecuária”, explica Fabiano Tito Rosa, diretor da Scot. O aumento na demanda mundial por carne de boi fará com que a pecuária se desenvolva ainda mais.

Porém, o consultor apresenta dados que demonstram que a atividade deverá se desenvolver na região sem causar mais impactos ambientais. “O Brasil tem um potencial muito grande para expandir o número de cabeças de gado. Porém isso ocorrerá provavelmente na mesma quantidade de hectares utilizados atualmente, já que pecuaristas estão lançando mão de tecnologias para aumentar o índice de lotação por área, atualmente em meio animal por hectare, para até dois animais”, prevê Rosa. Ele afirma que com isso poderemos quadruplicar o rebanho nacional com a mesma área que ocupamos atualmente.

Para alocar o dobro do número de cabeças de gado, segundo o diretor da Scot, bastaria melhorar o manejo e divisão de pastos, “isso sem investir muito em adubação”, afirma. Isso demonstra que, de acordo com Rosa, a principal região pecuarista do País, a Amazônia Legal, pode sim se desenvolver de maneira ecologicamente correta.

Hoje a região Norte detém 19% do rebanho nacional, o Sudeste 20%, o Centro-Oeste 35%, o Nordeste com 10% e o Sul com 15%, afirma Rosa. A tendência é que a região Norte continue se desenvolvendo e a tendência é que, afirma ele. “Os Estados que precisarem estabelecerão uma política de incentivo, criarão mecanismos de conscientização e maneiras de levar o produtor a utilizar melhor as áreas”, conta.

O consultor afirma que, devido à alta competitividade com a agricultura, os pecuaristas estão começando a implementar tecnologia ao campo visando aproveitar melhor as pastagens

“É obvio que apesar de a agropecuária ser apontada como a principal vilã do desmatamento, não podemos nos esquecer das grilagens e dos garimpos que ocorrem na região”, lembra o diretor da Scot.

Rosa alerta para o fato de que apenas atribuir o desmatamento à pecuária, sem levar em consideração os pontos levantados por ele é uma grande antipropaganda ao produto brasileiro no Exterior. “É muito ruim para a carne brasileira a divulgação de dados como os da pesquisa do Cifor no Exterior, e isso pode favorecer nossos concorrentes. Porém, vivemos em um período em que o mundo está com poucas opções, devido à doença da vaca louca em alguns mercados, como o norte americano e a secas em outros, como a Austrália”, finaliza o consultor.

Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus, da Equipe BeefPoint

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