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Pecuária: o grande baluarte de Goiás

Na última década, o Estado de Goiás enfrentou no seu processo de desenvolvimento econômico vários dilemas e “trade offs” na formulação da sua política pública, que viabilizou economicamente e socialmente o Estado no campo do agronegócio.

Uma ampla agenda e conjunto de estratégias, com o objetivo de orientar o crescimento com a devida distribuição de renda – objetivos por vezes conflitantes, ou difíceis de serem alcançadas harmoniosamente – foram observadas na consecução da política agrícola do Estado.

Em que pese os eventos sanitários que o Brasil vem enfrentando, desde a descoberta dos focos de febre aftosa nos Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, não se pode negligenciar que, nos últimos cinco anos, o Estado se situou entre os cinco principais exportadores de carne bovina do Brasil. Atualmente o Estado de Goiás figura como o segundo maior exportador do País.

Nos primeiros cinco meses do ano de 2004, o Estado de Goiás exportou, em valor, US$ 58 milhões de dólares e, em volume, 28 mil toneladas de carne bovina. Já nos primeiros cinco meses do ano de 2006, Goiás já exportou, em valor, US$ 215 milhões de dólares e, em volume, 81 mil toneladas de carne bovina.

Os resultados do setor significam uma variação percentual de 270,50%, em valor, e de 193.83%, em volume, no período de referência. A produção de carne bovina do Estado de Goiás atualmente representa 20% do total exportado pelo País e já se consolida como segundo mais importante produto na pauta exportadora do Estado, atrás somente do complexo soja – que representa 54% da produção agrícola do Estado.

Todo esse desenvolvimento econômico representa uma mudança significativa do ponto de vista da mentalidade do empresariado local e nacional, os quais acreditaram e apostaram que investir em setores estratégicos poderia, não só lhes ocasionar bons retornos, em termos financeiros, mas também interagir com o desenvolvimento do Estado por meio da aplicação do seu potencial pleno e, assim, fazerem as suas melhores contribuições à sociedade.

Apesar de toda a positividade e otimismo que venho externando em meus artigos que tratam da agricultura local, há que se ter em mente outros “dilemas” que o Estado ainda deve explorar e construir uma agenda para melhor abordá-los.

Não teria momento mais oportuno para tratar dos “dilemas” que listo, a seguir, do que o atual, ou seja, período pré-eleitoral e de campanhas majoritária e proporcional:

i) equilíbrio do setor externo e do agronegócio;

ii) adoção de uma agenda de “terapia de choque”, no trato da coisa pública, em detrimento do gradualismo;

iii) elevação da atividade econômica;

iv) manutenção de um baixo índice de desemprego;

vi) propriedade estatal “versus” propriedade privada;

vii) grandes empresas privadas “versus” pequenos empreendedores;

viii) livre mercado; e

ix) facilitação de investimentos.

Vou reiterar uma das minhas colocações anteriores: “os números são expressivos e demonstram, claramente, que o Estado de Goiás leva a termo seu compromisso com o agronegócio brasileiro e está disposto a contribuir, de forma cada vez mais intensa, com o crescimento econômico do País, e seu próprio.”

Porém, o Estado não deve comemorar o bom desempenho que ora se verifica devido às fragilidades e dificuldades que os demais Estados da Federação enfrentam, por conta de condições sanitárias – momentaneamente – desfavoráveis. Goiás deve se orgulhar da sua atual posição e não ser dependente da desgraça alheia. Em matéria de sanidade agrícola não existe risco zero.

O Estado reúne capacidade, competência e alta disposição para crescer e se manter como grande potência no agronegócio nacional. Deve reconhecer, se orgulhar e mostrar – com a devida humildade – a que veio.

0 Comments

  1. Daniel De Stéfani disse:

    É uma satisfação saber que um deputado, como o Ronaldo Caiado, importante para o agronegocio goiano contrate um consultor como o Otavio Hermont Cançado.

    Gostaria apenas de fazer um relato, e uma sugestão.

    O “Agro defesa” departamento responsável por emitir a GTA, atestados de aftosa no estado de Goiás é, para não usar um adjetivo deselegante, um atraso em relação à modernidade que desejamos para o negócio de carne bovina. A situação do departamento é desolador, funcionários desmotivados; ambiente desmazelado; sistema manual de controle e emissão de atestados desorganizado.

    Seria tão fácil informatizar, seria muito mais ágil acabaria com filas de espera, e seria muito mais seguro a autenticidade do atestado. Isto e a melhoria do ambiente traria satisfação aos funcionários que lá trabalham, e aos produtores, que dependem dos serviços.

    Aos produtores isto ajudaria na conscientização de quão importante são os aspectos sanitários para o seu negócio, e como o Estado se preocupa com isso.