Segundo o levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), encomendado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a pecuária desenvolvida no Pará e vizinhos amazônicos é mais rentável que a de São Paulo, girando em torno de 9% a 14% frente aos 3% a 5% de São Paulo. No Centro-Oeste ainda não existem números do retorno econômico, mas o pesquisador do Cepea, Sérgio De Zen, explica que, como há grande integração agricultura-pecuária, os resultados da região podem ser mais positivos. No Pará, esta integração quase não existe.
De acordo com De Zen, os pesquisadores querem verificar o quanto será preciso investir para que a Floresta Amazônica seja preservada ao invés de derrubada para a atividade pecuária. Nos últimos dez anos, o crescimento do rebanho local foi de 66%, atingindo 12 milhões de cabeças.
A alta lucratividade da pecuária na Amazônia é explicada pelo regime de chuvas da região, ou seja, não há necessidade de complementação alimentar para o gado. Com pastagem abundante, o pecuarista dali coloca mais animais por hectare e consegue maior produtividade: 18 arrobas em 2,5 anos para uma média de 16,5 arrobas em três anos no Sudeste. Ao contrário do Centro-Sul do País, onde a recuperação da pastagem é necessária a cada quatro anos, na região Amazônica, a necessidade se dá a cada 20 anos, observando-se uma boa manutenção.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint